MEU GRANDE DESABAFO: POR QUE ESTÃO FAZENDO ISSO COM O CHAPOLIN?
O mais amado herói da história da televisão mundial estreou no Brasil para nossa alegria em agosto de 1984, assim como Chaves. O Polegar Vermelho, como era chamado na época, fez sucesso, porém menor do que o do garotinho órfão que “morava” num barril de uma vila humilde. E por conta disso, enquanto que o SBT adquiria lotes atrás de lotes de novos episódios do Chaves, Chapolin ficou estacionado nos escassos 27 episódios do seu único lote (sem contar o cancelamento de quatro episódios) e caminhava rumo ao ostracismo, até que, em 1990, mais um lote de sucesso do Chaves fez com que Sílvio Santos também adquirisse um lote fresquinho de novos episódios do Chapolin, já que o pessoal obviamente estava farto de tanta reprise.
E para celebrar estes novos episódios, Chapolin ganhou o horário nobre do SBT por quatro meses, horário onde eles foram exibidos. Notem que só a partir de 1990 que Chapolin ganhou o sobrenome Colorado aqui no Brasil. E então Chapolin foi ampliando sua tradição pelo Brasil inteiro. Crianças, jovens e adultos vestiam e vestem com prazer aquela doce camisa vermelha com o coraçãozinho amarelo estampado CH, e houve uma época que as marretas biônicas também eram moda e creio que até hoje ela exista. Chapolin, seus bordões e suas trapalhadas já faziam parte da tradição e de nossas vidas, pois quem já não riu deste inigualável herói?
A resposta desta pergunta provavelmente será esta: os sem-vergonhas dos diretores de programação do SBT que estão fazendo esta pouca vergonha com nós, chapolinmaníacos. Até 11 de agosto de 2000, quem via achava certo de que a série, assim como Chaves, seria intocável no horário das 13h da emissora. O último episódio do Chapolin antes de sair do ar foi exibido neste dia, antes da estréia do maldito horário político (Índio Riacho Molhado/Disco Voador no Consultório). Um Maluco no Pedaço, série com o ator e rapper Will Smith, havia estreado há pouco tempo na programação diária do SBT no lugar de Blossom. A seqüência de exibição era: Um Maluco no Pedaço/Chapolin/Chaves. E com a estréia do tenebroso horário político, qualquer expectativa para que o Chapolin saísse do ar para dar lugar a essa coisa sem dúvida era nula para nós até o choque de segunda, dia 14, ao pegarmos o jornal e verificarmos a programação como ela ficaria. E não é que eles conseguiram a “façanha” de substituir o nosso amado Vermelhinho pelo irritante... (não quero nem pronunciar mais o nome)? Deixaram o Maluco no ar, antes da política, mas o Chapolin simplesmente baniram, pulando para o Chaves após a política. A nossa esperança é que fosse um erro do jornal, mas a tragédia foi confirmada quando o locutor, após dizer toda aquela frase (Interrompemos nossa programação), executou nossas esperanças dizendo a frase: “e logo após assistam... CHAVES!!!” O Chapolin estava fora do ar.
Os chapolinmaníacos do Brasil inteiro se revoltaram e um maremoto de e-mails inundou o SBT desde aquele dia. E todos recebiam a seguinte resposta: “O Chapolin voltará após o fim do horário político”. Tá, todos ficaram esperando a política acabar para o Polegar voltar a brilhar. E o que aconteceu? Ao invés do Chapolin, colocaram os Simpsons diariamente e mantiveram o tal de Maluco no Pedaço. Chapolin continuou fora do ar. O SBT não cumpriu o prometido e a desculpa, pra lá de esfarrapada, era que a série saiu por “motivos de força maior”. Será que esses vagabundos que escreveram isso acham que nós, os fiéis telespectadores, somos dementes mentais, coisas inúteis? Acho que sim, pois só deles acharem que nós acreditaríamos nessa conversa pra boi dormir é, sem dúvida, um caso de humilhação pública.
E o marasmo da programação diária se estendeu por muito tempo. Em fevereiro de 2001, para a nossa alegria, Chapolin ensaiou uma volta aos sábados com o episódio do Bebê Jupteriano. Mas um mês depois saiu do ar para entrar... Um Maluco no Pedaço, também aos sábados. A revolta contra esta série foi ficando cada vez maior, enquanto que com os Simpsons, a verdadeira série que entrou no lugar do Chapolin, praticamente não houveram revoltas, devido à qualidade do desenho protagonizado por Bart e Homer estar anos-luz à frente do sitcom do Will.
Não contando os sábados de fevereiro e março, Chapolin ficou nada mais, nada menos que 16 meses fora do ar, até que a volta da série mexeu com o Brasil inteiro no dia 10 de dezembro de 2001, com o episódio do Chirrin Chirrion do Diabo. Foi alegria geral, pois então pensamos: Chapolin voltou para sempre, não vai sair mais.
E tudo prosseguia bem até meados de fevereiro desse 2002, quando pularam o lote de 84 (episódios mais antigos). O pessoal ficou desconfiado. No dia 22 de fevereiro, foi exibido “O Extrato de Energia Volátil”. Passou o fim-de-semana e no triste dia 25, Chapolin permanecia na programação do jornal. “Ah, como sempre!”, pensamos. Até que o Festolândia, programa de desenhos animados, foi esticado por meia hora e o Maluco começou atrasado. Uma certa apreensão começava para nós. Depois, os Simpsons, meia hora mais tarde também, começou. Já passava da hora do Chapolin começar quando resolveram exibir um segundo episódio no dia. O povo chapolinmaníaco do Brasil inteiro ficou desesperado. Quando acabou os Simpsons, o choque: a abertura do Chaves começou a ser exibida. Chapolin estava fora do ar de novo. Nova irritação e nova chuva de e-mails. Agora nem resposta tínhamos mais. Chegamos a pensar que foi um erro de edição da emissora, óbvio que não era verdade. Chapolin estava mesmo fora da programação. DI NOVO (como diria Baby da Silva Sauro).
E os boatos eram inevitáveis, principalmente com a estréia de Sônia Abrão nas tardes do SBT (programa diário). Primeiro veio com força a hipótese da volta do vermelhinho, depois novos boatos apareceram apontando o regresso de Blossom à programação, com Chapolin fora. Falraam que Chapolin saiu devido à falta de anunciantes no seu horário. Ora, Blossom vai ter mais anunciantes por acaso?? E não adianta eles darem a desculpa de que o Chapolin era exibido no Clube. Grande coisa, só aos sábados e totalmente cortado...
Então, para encerrar, fazemos a pergunta aos safados do SBT. E ela corresponde exatamente ao título da coluna. Pra quê tanta maldade com uma série tão tradicional, tão amada e tão popular a ponto de, mesmo estando ao ar há anos com os mesmos episódios, quase três gerações saberem das piadas de cor e rirem a cada comentário sobre um determinado episódio. Esses safados do SBT pensam que nós somos o quê?
O negócio é: SERMOS OTIMISTAS, porque mais cedo ou mais tarde, o nosso eterno herói voltará para a nossa alegria. Eles não contarão com a NOSSA astúcia.
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