Sandra Mara Azevedo, a primeira dubladora da
Chiquinha, é prima do ator Fábio Azevedo, que interpretou o Marcelo em
"Malhação" (2000) e o Álvaro em "Jamais Te Esquecerei"
(2003). Sandra partiu para a Itália no início dos anos 90 (onde também foi
atriz de teatro), abrindo caminho para Cecília Lemes assumir a voz da filha do
Seu Madruga.
Em episódios como "Juleu e Romieta - primeira
parte" e "Proibido jogar bola", o time de futebol América
se destaca no texto. No primeiro episódio, Juleu torce para o Palmeiras
enquanto o pai de Romieta é América. No segundo, Seu Madruga diz primeiramente
que é torcedor do Palmeiras e, em seguida, muda para o América. É repreendido
por Seu Barriga, que torce para o Corinthians. O pai da Chiquinha vira
corintiano para não ter o aluguel cobrado pelo dono da vila. Nisso tudo, uma
coisa é muito estranha: por que o time América, que não é tão popular assim,
aparece com tanta freqüência nos textos do seriado? Sem contar que, na
dublagem, os personagens não especificam para qual América torcem, pois há
América no Rio, em São José do Rio Preto, em Belo Horizonte, em Natal... A
explicação é simples: o América é um dos times mais populares do México. Por
isso que ele sempre é citado no texto original. E no caso do "América
América rá rá rá" do episódio do Juleu, eles dublaram assim mesmo devido a
boca de Villagrán na cena se mexer perfeitamente para dizer o nome do time. E
como há mais de 30 times pelo Brasil afora com o nome América, os dubladores
deixaram assim mesmo. Mas bem que poderiam traduzir Flamengo, São Paulo, Vasco,
Inter ou qualquer outro clube bem mais tradicional...
Os estúdios MAGA
Produções Artísticas, responsáveis pela dublagem de Chaves e Chapolin, eram de
propriedade do SBT, pois os mesmos também atuavam em outros programas da
emissora de Sílvio Santos. A sigla MAGA provém do nome Marcelo Gastaldi, o
criador dos estúdios. A MAGA acabou com o falecimento de Gastaldi em 1995.
Hoje, ela funciona com o nome de Marshmallow, antigo nome dos estúdios da
empresa. Uma marcante característica da MAGA era dublar canções da língua
original para o português, por isso que quase todas as músicas das séries são
dubladas. Quem não se lembra, em "Aventuras em Marte", Gastaldi
dizendo: "Verrrrrsãããããoo MAAAGAA! Gravado nos Estúdios
Marshmallow..."
Em alguns episódios, como "Fonte
dos Desejos" e "Bombinhas", é possível escutar risadas normais
de pessoas, sem contar as risadinhas de praxe (que, por sinal, são utilizadas
mais no Brasil - no México a risada é outra, que às vezes aparece também
na versão brasileira). Essas risadas de gente de verdade são dos dubladores,
que riem das cenas dos episódios, e o microfone, aberto, acabou por captá-las.
Nos episódios de dublagem mais
antiga, como "Espíritos Zombeteiros" e "Toureadores -
Primeira Versão", eles deixam escapar por inúmeras vezes o nome completo
de Chaves: "Chaves do Oito". Ele, no Brasil, raramente é chamado
assim. Tanto que, no original, eles dizem a famosa frase desse jeito:
"Tenía que ser el Chavo del Ocho". Aqui, eles traduziram "Tinha
que ser o Chaves de novo" ou "Tinha que ser o Chaves
mesmo", para completar a frase "del ocho".
A
dublagem da primeira versão do episódio em que a criançada tenta sujar a roupa
do Quico não é das mais antigas realizadas na série (data de 1988), mas algo de
inusitado acontece nas falas de Chaves: quando ele se irrita, o órfão sempre
diz a frase "Agora você me tirou do sério" em tom baixo, porém com
enraivecida frieza, antes de tentar agredir Chiquinha ou Quico. Como este é um
episódio de 1972 (um dos primeiros), o personagem realmente devia dizer essa
frase no texto original e a MAGA acabou por traduzir assim mesmo. Destaque
maior merece o poema "Vou me Embora pra Pasárgada" de Manuel
Bandeira, recitado por um delirante Seu Barriga após tomar um banho de farinha
de Chaves. Qual poema o personagem de Edgar Vivar teria recitado no texto
original?
O
Programa Chespirito, apresentado pela CNT em 1997, foi primeiramente dublado
nos estúdios da BKS para depois ter seus trabalhos concluídos na Parisi.
Da dublagem clássica, apenas Marta Volpiani (Dona Florinda), Sandra Mara
Azevedo (Chiquinha) e Helena Samara (Bruxa do 71) atuaram na série, além de
Mário Villela (Seu Barriga) ter curiosamente dublado Raul Padilla em alguns
episódios. Dois anos depois, para o Clube
do Chaves (que só viria a estrear em 2001), os
diretores da dublagem nos estúdios Gota Mágica estabeleceram uma norma bem
mais coloquial e pejorativa nas falas dos personagens do que em relação à fase
clássica (e o texto original). Por isso que termos como "bonecona"
estavam sempre presentes no vocabulário do Dr. Chapatin. E pensar que, de tão
light que era o conteúdo dos seriados CH, nem cena de beijo (sequer um reles
selinho) aparecia nos episódios. E, enquanto isso, a escachada dublagem do
Clube cometia a infelicidade de utilizar o pesadíssimo termo
"vagabunda" na boca de Fausto para qualificar a moça com quem queria
se casar na versão do Clube para a história do Chirrin Chirrion do Diabo. E o
que dizer da pérola proferida por Godinez (dublado por Mário Lúcio de Freitas,
dono da Gota Mágica)? "O senhor conhece a Cohab? É um samba do Negritude
Júnior", mais a referência de Chaves à música "A Barata da
Vizinha" no episódio "Uma Aula de Música" ("É que o
cavaleiro vive no quartel e a barata da vizinha está na minha cama..."?
Por isso que, na opinião de nove entre dez chavesmaníacos, o fracasso do Clube
do Chaves se deu por conta da horripilante dublagem dos quadros Chaves e
Chapolin (embora o dublador Cassiano Ricardo tenha feito um bom trabalho nos
quadros Pancada e Chaveco). E isso que os episódios da série foram dublados e
redublados antes de ir ao ar, daí a demora de dois anos para a estréia no SBT.
Nas
aulas de História, o pessoal da tradução se esforçava para fazer eles
discutirem a história mexicana . Tanto que Nelson Machado conta em seu livro
"Versão Brasileira" que a equipe teve de ter aulas no Consulado do
México. Mas, em um dos últimos episódios que foram dublados na fase clássica,
eles falaram da história do México. O episódio da Recuperação acabou por
ser um dos mais engraçados de toda a série. Afinal, quem foi que chorou na
árvore da noite triste?
Nos
primórdios da dublagem do Chapolin, o herói, a princípio, teve diversos
nomes que foram evoluindo em Vermelhinho, Polegar Vermelho, Chapolin o
Bravo, Chapolin Vermelho, até chegar ao Chapolin Colorado, no lote de episódios
de 1990. Por ironia, o nome definitivo é exatamente o nome original do herói no
México (El Chapulín Colorado). Tentaram "abrasileiramentos" mais uma
vez nas séries, sem sucesso.
Nos
primeiros episódios, tentaram modificar também os bordões do
herói medroso, colocando ao invés de "Eu acho", "Eu sugiro";
"Suspeitava desde o princípio" ou "Suspeitei desde o
começo"; "Abusam da minha dignidade", não da minha nobreza;
"Tu o disseste" em vez de "Exatamente";
"Polimartelo", não Marreta Biônica... Os nomes definitivos só viriam
nos episódios do lote de 1988.
Na
primeira parte do "Seu Madruga Sapateiro", há um eco baixo que
antecipa a fala dos personagens. Isso fica evidenciado na cena em que Quico,
após Seu Madruga dar uma martelada no sapato, gritar "STRIKE ONE" e
"STRIKE TWO". Dá para ouvir o som da fala num tom baixinho e
distorcido cinco segundos antes da mesma ser ecoada no tom normal. Esse delay
pode ser percebido em vários episódios. Basta prestar atenção quando ocorre um
silêncio de alguns segundos numa cena. Nos episódios do Chapolin, chega a ser corriqueiro
um ruído antecipar o clássico som metálico (das pancadas sofridas) que dá
seqüência à cena.
Ainda
em "Seu Madruga Sapateiro", essas são as respostas
posteriores de Quico para Seu Madruga após o bochechudo exigir com grosseria
que os sapatos de Dona Florinda fiquem prontos hoje mesmo: "amanhã?",
"na semana que vem?", "no fim do próximo semestre!", "NO
ANO DOIS MIL?", "Não deu!". O episódio foi gravado e dublado
bem antes do ano 2000. Antes desta data chegar, muitos falavam que só fariam
tal coisa ou sacrifício no ano 2000, ou seja, durante todos os anos do Século
XX o povo esperou com ansiedade a chegada desta data que, para a maioria,
significava a Virada do Milênio, a vinda da Era de Aquarius (na verdade, tudo
isso ocorreria na virada de 2000 pra 2001...). É óbvio que a fala faz parte do
texto original, até porque o episódio foi gravado em 1978. Na época, ainda
faltavam 22 longínquos anos para o ano 2000 chegar. Mas, nos dias de hoje, a
piada fica totalmente ultrapassada por motivos óbvios... Algo semelhante ocorre
no episódio em que Chaves fala com as portas: Professor Girafales, enquanto
joga a água do balde dentro do barril do Chaves, diz: "A essa altura, EM
PLENO SÉCULO XX...". Desde 2001 estamos no Século XXI...
Já imaginaram Edgar Vivar (Seu Barriga) dublado por Carlos Seidl, a voz do
Seu Madruga? Isso aconteceu não só no início do episódio "Almôndega, o
Mestre dos Disfarces" (Chapolin) como também em um episódio do seriado
"Tempo Final", produzido pela FOX.
Nos anos de 2005 e 2006, boa parte da clássica
equipe de dublagem se reuniu nos Estúdios Gábia a fim de atuar nos episódios a
serem inclusos nos boxes da Amazonas Filmes (projeto que nasceu a partir de um
e-mail do chavesmaníaco Bruno Sampaio, ex-webmaster do extinto site Mundo
Chespirito). Um pouco antes, a Imagem Filmes lançou um DVD de episódios com a
dublagem original, enfrentando problemas com a justiça e com os dubladores,
não-remunerados pela empresa. Daí a necessidade de ser realizada uma nova
dublagem. Tatá Guarnieri foi o escolhido para dublar os personagens de
Chespirito, incluindo Chaves e Chapolin. Mário Villela, já muito doente, chegou
a dublar algumas falas do personagem Botijão em um episódio do Chompiras, mas
não agüentou o ritmo e foi substituído por Fadu Costha (box 1), Gilberto
Baroli, Gustavo Berriel (na dublagem do Nhonho) e Marcelo Torreão (este no
desenho animado). Villela morreria dias depois, no dia 1º de dezembro de 2005.
Já Helena Samara, a dubladora da Bruxa do 71, faleceu em 8 de novembro de 2007,
um pouco antes de concluir os trabalhos para os boxes da Amazonas Filmes nos
Estúdios Gábia e também finalizar a primeira temporada do desenho animado na
Herbert Richers (Beatriz Loureiro a substitui desde a segunda temporada).
A novidade da
empreitada foi a interferência de membros do Fã-Clube Chespirito Brasil, que
ganharam carta branca do produtor da empresa Paulo Duarte para realizar
adaptações a seus gostos na tradução original, feita ao pé-da-letra e com a
supressão de muitos bordões e frases de efeito. Gustavo Berriel, então
presidente do Fã-Clube, encaminhou os scripts com as traduções originais para
uma equipe escolhida por ele, a fim de alterar vários diálogos, procurando ser
fiel ao texto da dublagem MAGA e, quando possível, criando novas piadas por conta.
Daí surgiram novas pérolas das séries CH, inventadas pelos próprios fãs. Eis
algumas delas:
Na dublagem de
"Seu Madruga Leiteiro" para o box 4, a piada do leite de fé (tá de
férias!) do Seu Madruga foi modificada. Como o pai da Chiquinha se refere no
original que o leiteiro está de "vaca", ou seja, de
"vacaciones" (férias de espanhol), o Fã-Clube se encarregou de fazer
Seu Madruga virar professor de espanhol de Dona Florinda. Na nova
dublagem, eis como ficou o diálogo: "Mas o outro leiteiro que trazia o
puro leite da vaca". "Por isso mesmo, o leiteiro está de vaca".
"De vaca?". "De vacaciones! Digo, férias em espanhol, aprendeu?
Nelson Machado foi
contrário à sugestão do Fã-Clube para que a fictícia Lavadora Volkswagen
(citada por Pópis em "O Último Exame") fosse reaproveitada no
episódio "O Último Exame da Escolinha" (incompleto no box 2 - foto
acima), em que Quico, ao falar sobre higiene, desenha involuntariamente o
porquinho no quadro-negro. O dublador do Quico, que preferia utilizar a piada
original em que é citado o método "Wash e Wear", cedeu às pressões do
Fã-Clube e citou a Lavadora Volkswagen na dublagem. Mas, por conta disso, teria
saído do estúdio irritado. Mesmo assim, fez Quico pronunciar o nome do
inexistente eletrodoméstico de forma hilariante no segundo box. Mas a vontade
de Nelson seria obedecida mais tarde, com a inclusão do mesmo episódio - dessa
vez, completo - no quarto box. Nelson dublou Quico se referindo ao método
"Wash e Wear", mas o humor desta citação não chega aos pés da fictícia
Lavadora Volkswagen.
- Em “Independência do Brasil –
versão 1” do quarto box, foi encontrada uma solução mais coerente e histórica
para a piada em que Chaves mostra que Dom Pedro "andarilhou" com uma
pedra nas costas. Quem a carregaria, na nova dublagem, seria a amante de Dom
Pedro I, Marquesa de Santos, que faria tal sacrifício a fim de conquistar o
coração do monarca. E quando Seu Madruga pergunta quem foi o maior adversário
da Família Real, Chaves responde: "O Barcelona". Seu Madruga alega
que não está falando do time de futebol do REAL Madrid. Já na continuação do
episódio, denominada "O Varal da Vila", conferimos um Seu Madruga
ufanista bradando "Viva o Brasil, Viva o meu Brasil brasileiro" antes
de tomar um tapa de Dona Florinda após esta dizer que lhe dará o seu Sete de
Setembro. Em seguida, Dona Florinda novamente encara o pai da Chiquinha
indagando que ele deseja se vingar. Antes de tomar um outro tabefe, dá tempo de
Carlos Seidl responder por Seu Madruga, dublando parte do clássico provérbio das
séries CH: "A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena".
No
terceiro box, praticamente todo o diálogo do famoso episódio do Chapolin “O
Garoto que Mentia” foi aproveitado no esquete “O Consultório Psiquiátrico” do
Chaparrón . A reprodução ocorre na parte em que Chapolin tenta contar a
história do Pedrinho e do Lobo ao garotinho (María Antonieta de las Nieves) que
joga fora seus brinquedos. Pois todo o diálogo reaparece na voz de Chaparrón
deitado no divã da psiquiatra (Florinda Meza). O louco, que no quadro pensa que
é um carneiro, diz o seguinte: “Era
tão mentiroso que um dia encontrou os Três Porquinhos e disse que era o
Chapeuzinho Vermelho. Então um dia viu a loba cair dentro do poço, mas a loba
também era mentirosa porque não era loba, e sim uma armadilha. Depois São
Francisco de Assis salvou sua vida e a história termina com o Chaparrón
Bonaparte”. No original, Chaparrón diz coisas
sem noção como que o lobo, amamentado por Rômulo e Remo, o pedira em casamento.
- Na primeira
versão do Desjejum (box 4), Seu Madruga, após bater no Chaves por ter levado
uma bolada na goela durante o jogo de pingue-pongue, diz que só não lhe dá
outra porque vai pedir ao mesa-tenista Hugo Hoyama para que o ensine a jogar
decentemente.
O quinto box é marcado por duas bizarríssimas piadas que brincam com os
bastidores do seriado, algo inexistente na era clássica da dublagem. No extra
do “Bombeiro”, o dublador Tatá Guarnieri faz Chaves dizer que se o Professor
Girafales se alongar mais, irá parar no “teto do estúdio”. Já no esquete “O
Berro que o Gato Deu”, após Dr. Chapatin perguntar ao paciente (Ramón Valdez)
se ele insinua que o doutor é velho, o imortal intérprete do Seu Madruga, na
voz do esplêndido Carlos Seidl, alega que Chapatin já era um velhote quando fez
figuração no primeiro episódio do Chaves. Detalhe que o texto é tão longo que
quase não se encaixa na fala de Ramón Valdez.
- No esquete “Com Inventário e Inventor, Fica
Louco o Auditor” do Chaparrón, Lucas Pirado (Rubén Aguirre), com o dublador
Osmiro Campos inspiradíssimo, diz que nasceu em Tangamandápio, e ainda
apresenta aos auditores, que desejam ver os livros de contas da dupla,
publicações que têm como título “O Sucesso Mundial dos seriados Chaves e
Chapolin” e “Breve Introdução ao Ensino com Comentários do Professor
Girafales”.
- Antes do lançamento do primeiro box, o Fã-Clube Chespirito-Brasil
lançou o seguinte boato: a Amazonas Filmes exigira que os nomes dos personagens
Pancada e Chaveco fossem trocados por CHALOUCO e CHOCOLATE. A ira foi geral por
parte dos fãs, que abominaram as denominações. Mas tudo não passou de um
divertido trote aplicado pela galera, mas que não agradou a muita gente. No
final, acertou-se a utilização dos nomes originais dos dois
personagens: Chaparrón e Chompiras. A lembrança do trote tomaria forma de
vez na dublagem do episódio "Lá no Rancho Mediano - O Retorno" (box
4), quando o Fã-Clube colocou este nome para o coronel vivido por
Chespirito: Chanfle Charrito Chopin de Chocolate e Chalouco. Tanto que,
durante o episódio, Gerúndio (Raul Padilla) o chama de Seu Chalouco.
Em "A
Festa da Boa Vizinhança" (box 6), Dona Clotilde pergunta se o pai da
Chiquinha sabe tocar alguma coisa dos Iguais. Seu Madruga então responde que a
banda "Os Iguais" não é do tempo dele, e sim do tempo do Dr.
Chapatin. "Os Iguais" era a banda estilo "Jovem
Guarda" da qual Marcelo Gastaldi, o saudoso dublador de Chaves e Chapolin,
foi vocalista nos anos 60. Uma bela homenagem ao eterno MAGA!
- Em "Ainda que a Cela seja de Ouro, não deixa de ser Chato ficar
Preso" (box 6, aliás, foi uma marca do Fã-Clube esses títulos de efeito by
Chespirito), Nelson Machado dubla a seguinte fala: "Carregar isso é pior
do que assistir ao Vila Maluca". "Vila Maluca" foi uma tentativa
mal-sucedida da Rede TV! em fazer um programa semelhante a Chaves (eles tentam
imitar, mas realmente nunca conseguirão: Chaves é único!).
- No box 8, em "A Continuação da Venda da Vila", Professor Girafales
diz às crianças que foi o Dr. Chapatin quem recomendou ao Senhor Barriga que
fosse morar em Acapulco, ao nível do mar, onde há mais oxigênio que a Cidade do
México e sua altitude (no script original, é evidente que Chapatin não é
citado). Já no episódio "A Explosão do Nhonho", após dar um cascudo
em Chaves, Seu Madruga diz que sua avó era parente da Velha Surda. E em
"Consulta sem Consolo", o personagem de Raul Padilla provoca Dr.
Chapatin, dizendo que o velho médico conheceu Dercy Gonçalves quando esta era
menor de idade.
Nos episódios do lote de
1984, foram duas diferentes musiquinhas que marcaram a entrada triunfal de
Chapolin. E a música que marcava o encerramento dos episódios desse lote
era uma de tom cômico tocada no piano. A partir do lote de 1990, a música
da entrada do nosso herói seria a mais famosa de todas ("Tatatatantantan...")
e o encerramento desses episódios teria como fundo musical a BGM da
abertura atual da série. esses
episódios de 1990 estrearam neste ano juntamente com a original e saudosa
abertura do bonequinho (foto acima). Logo após o
"Chaaaapoooooliiiiin" narrado por Gastaldi, o fundo musical (a
guitarra e os solos de bateria) continuava tocando enquanto o SBT exibia
uma abertura do episódio exibindo uma cena do mesmo enquanto Gastaldi
pronunciava o nome da história. Logo após, era exibida a primeira cena, com
o fundo tocando mais um pouquinho, até parar para dar seqüência às falas do
episódio. Destaque para a história "Não Seja Burro, Chapolin",
onde a música da guitarrinha tocou por mais de um minuto ininterrupto
enquanto Tripa Seca (Ramón) caminhava para um lado e para outro até
Florinda chegar. Nas atuais exibições da série, a edição dos episódios de
90 é exatamente essa com o fundo musical referido. Apenas a abertura do
bonequinho, obviamente, não é apresentada.
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Em "Jogando Futebol", Chaves diz que é melhor ele
não ser o Barbirotto e sim o Rodolfo Rodríguez. Porém, na mudança seguinte de
goleiro proporcionada pelo órfão, o dublador Marcelo Gastaldi se enrola todo e
fala "É melhor eu não ser o...
o... o coisa que eu falei, é melhor eu ser o João Marcos". Deu branco
total em Marcelo Gastaldi na hora da fala. Rodolfo Rodríguez foi esquecido pelo
inesquecível Maga e simplesmente trocado pelo vocábulo para lá de original e,
sobretudo, formal "coisa"...
No episódio "Quem Descola o Dedo da
Bola", todos devem achar estranho Seu Madruga, ao pedir a
cola para Chaves, dizer: "Chaves, traga-me o cimento". Chaves
responde: "O cimento do chão ou das paredes?". No original, Seu
Madruga provavelmente pede para Chaves o "pegamento", verdadeiro
significado de "cola" em espanhol. A dublagem utilizou esse
"cimento" como fachada para aproveitar a piada, pois como
"pegamento" não tem nenhum sentido em português... Talvez o vocábulo,
no México, tenha alguma relação com "cimento", pois na língua
espanhola há muitos regionalismos. De vez em quando, a MAGA tinha que se
descabelar para traduzir algumas piadas...
No quinto episódio especial de Cinema do
Chapolin, Carlos Seidl chega a dizer que o filme se chama "DANÇANDO
na Chuva", ao invés do correto "Cantando na Chuva".
Em "Há Hotéis tão Limpos que limpam até
Carteira", o recepcionista do hotel (Rubén Aguirre) diz que a soma total
da conta do casal ficou em 4.800 por quatro dias de hospedagem (200 por dia
mais os extras). Em seguida, Chapolin faz os cálculos e se espanta com o valor
da conta, dizendo: "Nossa, quer dizer 98 mil por quatro dias?" De
onde o Vermelhinho tirou 98 mil? Vai dizer que o recepcionista-dono do hotel
aumentou, naquele pouco espaço de tempo, o preço em vinte vezes? Ou Chapolin já
teria incluído neste novo valor o preço das passagens de avião que o
recepcionista-dono havia tomado do casal? Tchuin-tchuin-tchum-clain...
No episódio em que Seu Madruga é pintor, o
pai da Chiquinha diz que Seu Barriga prometeu lhe presentear com uma camisa e
QUATRO meses de aluguel. O dono da vila retruca, dizendo que não prometeu em
nenhum momento perdoar os quatro meses. Carlos Seidl e Mário Villela não
quiseram dizer QUATORZE meses?-
A equipe da MAGA não viu muita graça no método
Wash e Wear que simboliza os dois "W" que representam as patas do
porquinho desenhado na lousa por Pópis e Chaves. Por isso, a dublagem brasileira
resolveu inventar uma fictícia Lavadora Volkswagen - todos sabem que a empresa
só fabrica carros. A piada acabou funcionando mais por sua tosquice, já que
Pópis coloca dois "dablos" de Volkswagen no quadro. Isso acaba por
gerar outra intriga, pois a marca se escreve com V, embora a outra letra de seu
símbolo seja o W... Até hoje Nelson Machado não engole o fato de terem lhe
sugerido citar a Lavadora Volkswagen na dublagem do episódio - presente em um
DVD da Amazonas Filmes - em que Quico desenha o porquinho.
Este detalhe não é considerado um erro de
dublagem, mas vale a pena ser especificado: Nhonho responde no episódio das
Pérolas que as cinco classes de vertebrados são Mamíferos, Aves, Répteis,
BATRÁQUIOS e Peixes. O normal seria ele dizer "Anfíbios" ao invés de
"Batráquios", mas esta forma não é considerada errada, já que o
referido vocábulo é sinônimo de Anfíbios.
Em "Invisibilidade", depois que Chaves
volta do outro pátio todo arranhado e de ter perdido os três pêlos de gato
preto, a pequena travessa Chiquinha coloca a sua cara na janela para ver o
andamento da fórmula. Quico fala: "Podemos perguntar ao Seu Madruga se
pode tomar a fórmula sem os pêlos!". Neste instante, Chiquinha fica
estranhamente tranqüila. Quico continua o diálogo: "Ou para a
Chiquinha!". Nesse instante, de maneira atrasada, ela faz cara de quem tem
que pensar em algo rápido. Estranho é que ela deveria fazer essa cara quando
disseram “podemos perguntar ao Seu Madruga”, e não “ou para a Chiquinha”.
Provavelmente a dublagem foi invertida. Isto é, no original, primeiro Quico
falaria “Chilindrina” e depois “Don Ramón”. Aí sim Chiquinha teria um real
motivo para se preocupar.
No episódio da Bruxa Baratuxa, Gastaldi, ao
dublar Chapolin, se enrolava constantemente ao pronunciar o nome da
"camponesa simples de nobre coração que vai todos os dias ao bosque
recolher lenha" e também na hora de dizer a célebre palavra cabalística
"Parangaricotirimirruaro". Para dizer o nome da camponesa, ele falou
assim: "A simples camponesa de nobre coração que VÃO todos os dias ao
bosque recolher lenha". Esse vão mata a concordância da
frase, já que a camponesa não está no plural. Já na hora da
palavra cabalística, Gastaldi dizia "ParanGUArico..." ou
"...tirimiRRARO" ao invés de "ruaro".
Chapolin
diz, no episódio do Extrato de Energia Volátil e diversas vezes na primeira
versão da Casa Mal-Assombrada, que está na hora de sua sesta. Porém, Gastaldi
pronuncia, em todos os casos, a palavra como se fosse "sexta" ou
"cesta". Sesta, o delicioso descanso vespertino, é dito como se
colocássemos um acento agudo no "e", ou seja, a pronúncia correta do
vocábulo é "sésta".
Erro
grotesco do dublador Carlos Seidl no episódio do Festival da Boa Vizinhança:
ele faz Seu Madruga dizer que Chiquinha recitará "As Aventuras de
Zorro". Na verdade, sua filha recitará "As Aventuras de Jeca
Valente".
No episódio da Moedinha do Godinez, a dublagem
parece fazer uma previsão do que aconteceria anos depois. Professor
Girafales diz que Inácio da Silva também era pobre e
quando tinha a idade de Chaves era o primeiro da classe. Logo, o órfão rebate
"E quando tinha a sua idade, era presidente". Para deixar tudo claro,
a dublagem deste episódio data de 1990. Um certo Luís Inácio da Silva,
de alcunha Lula, se elegeria presidente somente dezoito anos depois. De onde
raios a dublagem tirou Inácio da Silva então???
Quando alguma estória é contada, geralmente o
narrador é Marcelo Gastaldi, o dublador de Chaves e Chapolin. Porém, algo muito
esquisito acontece no começo do episódio da Branca de Neve do
Chapolin. Quando a estória começa a ser contada (após um corte grotesco na hora
em que Professor Girafales diz "há quem diga
que conto de fadas não deve ser contado a crianças, mas na verdade..." -
nessa hora, começa o clipe da música "El País de la Fantasia",
inexplicavelmente cortado pelo SBT), ouve-se primeiramente a voz de nelson machado com timbre mais tranqüilo e baixo. nelson, ao contar a estória, diz
frases cômicas como "havia um homem que trabalhava de rei",
"que ele era viúvo por parte de esposa", "que o nome
da Branca de Neve era Patrícia Espinosa, mas recebia tal apelido por gostar de
bolos de coco", "que o rei teve azar, pois sua segunda esposa
era na verdade uma madrasta", etc. nelson atua até a parte em
que diz que a madrasta gostava de ouvir todos os dias do espelho que era a mais
bonita do reino. Logo após a impagável propaganda da cerveja Cheves, o
narrador muda: passa a ser Marcelo Gastaldi, que narra a estória a partir
da frase "Mas o que ela tinha de bonita, tinha de cruel! E a principal
vítima de sua crueldade era a inocente e cândida Branca de Neve".
Algum imprevisto deve ter ocorrido com Gastaldi para ocorrer tal troca por
outro narrador por apenas um minuto.
Pode
ser por um erro da dublagem ou do som original, mas não se ouve Professor
Girafales batendo na porta de Seu Madruga no episódio da "Briga dos
Pombinhos". De uma hora pra outra, o pai da Chiquinha abre a porta e lá
está o Mestre Lingüiça, que chora nos braços de Seu Madruga.
No
episódio "O Caçador de Lagartixas", ocorre no seu final uma discussão
entre quase todos os personagens. Quico chega logo depois, sem saber o motivo
da briga, e diz seu famoso bordão "Calem-se, calem-se..." de um
estilo meio diferente (no plural, por estar se referindo a várias pessoas), com
o resto da frase sendo abafado pelo bate-boca. E o pessoal, ao invés de
responder com o tradicional "Tá bom mas não se irrite", dizem
"Ora, o que que é isso, Quico?". Isso se deve ao fato deste episódio
ter sido um dos primeiros a ser dublado, ou seja, a MAGA estava recém se
acostumando aos bordões.
No
episódio dos Piratas, o dublador Mário Villela faz o pirata Pança Louca (Edgar
Vivar) dizer a frase "Olhem! Aí vem o Matadouro" com a voz do Nhonho,
sendo que no episódio inteiro ele utilizou sua voz normal. Villela planejou
utilizar na hora uma voz que expressasse pavor e acabou utilizando a que
fazia para dublar o rechonchudo filho do Seu Barriga.
No fim do episódio do Poucas Trancas, Florinda
pergunta para Chapolin como foi que ele libertou ela e Carlos do banheiro se o
bandido os trancou e depois engoliu a chave. Porém, a dubladora i se equivoca e
diz (para Chapolin) "...e depois você engoliu a chave?".
Um aviso aos navegantes: não foi Chapolin quem a engoliu, e sim Poucas Trancas.
Era para Martha trocar o você da frase por ele.
No
episódio do Concurso de Miss Universo, Chaves, no texto original, ameaça
Chiquinha dizendo que se ela caçoar dele novamente devido aos erros cometidos
com a vassoura e a bola (Chaves joga beisebol e tenta rebater a bola), ele a
machucará ou coisa assim. Porém, a dublagem modificou esta ameaça, a trocando
pela originalíssima "Escuta, se eu for contratado pelos americanos, você
vai contar pro Seu Madruga?". Chiquinha, de forma estranha, responde
"Oh, Chavinho! Eu seria incapaz...". Agora me pergunto: por que Seu
Madruga não pode ficar sabendo desta que seria uma grande notícia? Pela
expressão de Chaves (embora esteja de costas), dá pra notar que o órfão fala
com Chiquinha em tom de ameaça.
O dublador Mário Villela, no episódio "Abre a Torneira", faz Seu
Barriga dizer: "O senhor quer me arrancar um pêlo?". Seu Madruga olha
para a cabeça do dono da vila e pergunta: "Qual?". A piada foi
dublada ao pé da letra, já que o vocábulo pelo, em espanhol,
significa cabelo. Era para Villela dizer "O senhor quer me
arrancar o cabelo?".
Outra dublada ao pé da letra: Dona
Clotilde diz em "O Aniversário do Seu Madruga" que é uma mulher
desinteressada. Quico diz que é por isso que ninguém se interessa por ela. É
exatamente este o sentido da palavra por aqui. Deve ser só lá no México que
"desinteressada", conforme a Bruxa do 71, signifique gente decidida a
ajudar os outros. Não é à toa que o México é o país de língua espanhola que
mais possui regionalismos..
Mais uma da série "Ao pé da letra":
no episódio do Futebol Americano, Pópis faz uma linha no chão dizendo:
"Quem passar pela linha é padre! Quem não passar é madre!". Tá certo,
a piada até que tem sentido, já que os vocábulos padre e madre existem na
Língua Portuguesa. Só que, em espanhol, padre significa pai
e madre mãe. Ou seja, seria mais adequado Pópis dizer: "Quem
passar pela linha é papai! Quem não passar é mamãe!"
Essa gafe deve ser do texto original. No
episódio da Festa à Fantasia, o "Papai Noel" Garrafa (Edgar Vivar)
chama Chapolin de contato 39. Porém, logo depois, percebe-se que o verdadeiro
contato 39 é a mulher vestida de diabinha (Florinda Meza). O homem vestido de
Chapolin (Horácio Gómez Bolaños), com quem o autêntico Chapolin Colorado fora
confundido, é, na verdade, o contato 40. Pode ser mesmo um erro do texto
original, pois na hora em que Garrafa diz "Contato 39" para o
super-herói, percebe-se numa leitura labial da fala de Edgar que ele diz
"treinta y nueve".
No episódio da Pirâmide, a dubladora Marta
Volpiani inverte na voz de Florinda a sílaba tônica do vocábulo
"Hieróglifos", fazendo com que a mesma se situe na sílaba
"gli", pronunciando "hieroglífos". Enquanto Ramón diz que
aquela é a escrita "hieroglífica" (aí está correto), Florinda diz que
não tem tempo para decifrar "hieroglífos". O mesmo erro se repete no
sexto box de DVD's da Amazonas Filmes, no episódio "Cleópatra e Júlio
César" do disco de Chespirito, onde os dubladores Tatá Guarnieri (Júlio),
Cecília Lemes (Cleópatra) e Gilberto Baroli (a múmia) pronunciam a palavra com
mais ênfase na sílaba "gli".-
Jaiminho
diz, em um episódio, que chegou o cheque da aposentadoria de
Dona Florinda. Ora, a mãe do Quico recebe uma pensão do falecido marido. O
correto não seria, então, que chegou o cheque da pensão?
Marcelo Gastaldi, sem querer
querendo, gagueja no episódio do Escorpião na hora em que tem que dizer
"Nós todos aqui falando do Mestre Lingüiça". Porém, na hora, acaba
soando na voz de Chaves um "Nós tudo aqui dã dã fa-fa-lando-do do
Mestre...". Antes de Chaves completar a frase, um indignado Professor
Girafales já interrompe: "O quê?". Praticamente não ouvimos o
"Lingüiça" que é pronunciado rapidamente devido ao erro e ao atraso
do dublador.
No episódio "Jogando Futebol", as
crianças chamam o locutor esportivo de "cronista" (ou
"coronista"). Cronista esportivo é o nome dado àquele que analisa os
fatos cotidianos do esporte ocorridos num determinado dia e, por isso, não deve
ser confundido diretamente com "narrador esportivo". Uma crônica até
tem relação direta com narração, porém isso ocorre mais no sentido literário.
Hoje, quem irradia uma partida de futebol é chamado de "narrador" ou
"locutor". É que, no México ou em outro país de língua espanhola, o
locutor esportivo também é conhecido assim, já que Chiquinha também se torna
"coronista" no texto original. A MAGA, pra variar, dublou o texto ao
pé da letra.
Na primeira versão da Falta
d'água (Seu Madruga veste camisa de azul bem clarinho, quase branca), Chaves
diz: "Nós estávamos brincando eu e o Quico...". Professor Girafales o
corrige dizendo: "O burro vem antes". Chaves normalmente diria
"pode passar". Acontece que sua voz não sai neste exato momento. Na
hora em que era para ele ter dado a permissão para o Mestre passar, fica um
silêncio. Aí surgem as risadas e a indignação do Professor: "O quê?".
Dá até para notar Gastaldi balbuciando atrasado e em voz baixa o "Pode
passar", mas isso ocorre já durante o momento de raiva do Professor. Com
certeza aconteceu alguma coisa com o imortal Marcelo Gastaldi.
erro semelhante ocorre no episódio da
Construção, versão com Ramón e Carlos. A voz do personagem de Ramón Valdez não
sai no momento em que ele tenta tomar o saco de Chapolin. Isso acontece duas
vezes, quando os dois, sem querer, acertam o operário (Carlos) e depois o
arquiteto (Rubén). Dá pra notar Ramón falando algo, esbravejando com Chapolin
no momento em que ele tenta tomar o saco. Mas, na dublagem, Ramón fica em
silêncio neste momento, enquanto Chapolin balbucia: péra, péra, dá
aqui... Também deve ter ocorrido algum problema com Carlos Seidl...
Com a desestabilização da moeda brasileira
na época da dublagem das séries, não é a toa que os preços das coisas variavam
de cruzeiro a cruzado. Pelo menos dá para identificar a época de dublagem de
alguns episódios como "Chiquinha volta de Presidente Prudente".
Chaves diz que Chiquinha foi embora lhe devendo dois cruzados. Os mesmos dois
cruzados também aparecem no episódio da Festa dos Pires Cavalcanti. O cruzado
vigorou entre fevereiro de 1986 e janeiro de 1989. Isso quer dizer que os dois
episódios foram dublados neste período (provavelmente 1988). Já o cruzeiro é a
moeda utilizada na maioria dos episódios (Tienda del Chavo, Bombinhas, Álbum de
Figurinhas). Ele começou a vigorar em 1942 (em substituição ao mil-réis), foi
substituído em 1965 pelo cruzeiro novo, voltou a se chamar cruzeiro em 1970 até
novamente perder o posto para o cruzado em 1986. Depois do fracasso do cruzado
(substituído pelo cruzado novo em 1989), o cruzeiro voltaria em março de 1990
com o Plano Collor e vigoraria até agosto de 1993 com o surgimento do cruzeiro
real, que durou exatamente um ano até o aparecimento do real em julho de 1994,
que até hoje é a moeda brasileira. Que aula, hein? Voltando a falar sobre o
cruzeiro, os episódios onde essa moeda é referida na dublagem foram dublados
nos períodos entre 1984 e 1985 e também no ano de 1990. Como a inflação fazia
os preços mudarem constantemente (e a troca de moedas ocasionava corte ou
acréscimo de três zeros nos valores), fica meio difícil de apontar a exata época
de dublagem dos episódios onde aparece o nome "cruzeiro" e também o
"cruzado". Exemplos: "Tienda del Chavo" e
"Bombinhas" foram dublados num mesmo período, pois enquanto que
Chaves cobrava 50, 100 e 200 cruzeiros pelos refrescos, ele ganhava 100
cruzeiros para varrer o pátio em "Bombinhas". Em compensação, Seu
Barriga disse que cada dólar equivalia a 15 mil cruzeiros. Nota-se que o valor
mudou radicalmente, né? Triste época essa quando a inflação fazia isso com os
preços...
Sobre a dublagem das músicas nos dois episódios
de Ano Novo, no primeiro (na casa de Seu Madruga) Gastaldi dubla erradamente a
primeira frase da música, cantando "Já PASSOU o ano novo...". O
correto seria "Já chegou o ano novo", pois "já passou" dá
impressão de que o ano novo foi embora assim como o ano velho... E o refrão da
música também foi concluído erradamente: "Um ano mais, um ano mais, que
todos tenham FELICIDADE". "Felicidade" nem rima com
"mais", pois o desfecho da frase é "Amor e paz". Neste
episódio do ano novo na casa de Seu Madruga, são os próprios dubladores que
cantam. Por isso a afinação é um pouco rudimentar. Tanto que, para dublar as
músicas "Vem Brincar", "Ouça Bem, Escute Bem" e "Um
Ano Mais" no episódio de ano novo onde o pátio está cheio de brinquedos de
Quico, chamaram outros dubladores para cantar. Mas o resultado também não ficou
lá essas coisas...
No
episódio em que Chiquinha recebe a sua bisavó em casa (e que também marca a
estréia de Jaiminho), na carta que ela recebe dá para ler quase que nitidamente
o ano: 1979 (ano da gravação do episódio). Porém Chaves lê 1985 (ou oitenta e
cinto, ano em que foi dublado).
Na dublagem comum de "Bilhetes
Trocados", Seu Madruga diz que as iniciais do nome de Professor Girafales
são um P e um J. Jirafales é escrito com "J" no México. Já aqui no
Brasil, seu nome começa com a letra "G". Tanto que, na dublagem perdida, Madruga diz que suas
iniciais são um P e um G. Por que não deixaram Girafales começar com
"J", como no original?
Em "A Catapora da Chiquinha" e "A Casimira
Made in Taubaté", nota-se claramente que Chaves e Chiquinha
(respectivamente, nos dois episódios) trazem uma garrafa de Coca-Cola, mas a
dublagem a chama de refresco. A dublagem ou a própria produção da série não
admitia um total merchandising para a marca Coca-Cola? A mesma marca aparece
também em "As Pessoas Boas Devem Amar Seus Inimigos". Percebe-se
nitidamente o nome Coca-Cola escrito na garrafa, mas com um líquido de
coloração roxa dentro. Nelson Machado fez Quico dizer que o que estava bebendo era
limonada. Limonada roxa? Isso não é um erro, como todos pensam: existe um tipo
de limonada de cor roxa nos Estados Unidos. Em tempo: a caixa de garrafas
de Chaves no episódio "Roupa Suja se Lava em Público (A Troca de
Chapéus)" traz a marca Pepsi estampada em letras garrafais (com o perdão
do trocadilho). Naquela época, no México, só deviam permitir reclames da imagem
da marca, mas sem propaganda no script dos personagens. No entanto, isso
mudaria no episódio da Cadela Condessa, onde Florinda, ao pedir uma margarina,
pergunta se não tem Doriana. A dublagem que manteve a propaganda original ou
isso foi reclame da MAGA mesmo? Será que tem Doriana lá no México?
Em
"O Ladrão da Vila", todos acusam Chaves de ser o ladrão, o chamando
assim. Porém, na hora em que Quico diz a palavra "ladrão" pela
primeira vez, surge um efeito esquisito no som do episódio, fazendo com que a
pronúncia do vocábulo "ladrão" na voz do bochechudo saia com um
chiado e sem tanta nitidez no som. Se ouve mais ou menos um "LAVÃÃO",
e parece que a palavra está sendo ecoada a alguns metros de distância.
O título do episódio onde a turma de Chaves cuida da sobrinha de Dona Clotilde
é "O Cãozinho da Dona Clotilde". Porém o famigerado Satanás quase não
aparece no episódio. O título mais adequado seria "A Sobrinha da Dona
Clotilde", não acham?
Gastaldi,
no episódio em que Seu Madruga reforma a vila com gesso, inventou um novo
verbo: "Rebocolar". É que ele fez Chaves perguntar ao pai da
Chiquinha "Está REBOCOLANDO com gesso?". Ele quis dizer
"rebocando", obviamente.
No episódio do Aniversário do Quico, o filho da Dona
Florinda diz "é que existem crianças tontos, se esquecem à
toa". O correto não seria crianças tontas? Isso não tem cara
daqueles naturais erros de pronúncia das crianças, não! Pode ter sido gafe de
Nelson Machado mesmo...
No
episódio do Madruguinha, na hora em que Seu Madruga vai dar um cascudo no
Chaves por causa dos insultos do moleque ao pai da Chiquinha enquanto tirava a
corda do varal, ele diz a frase "Então sou tripa escorrida, né?". Porém,
durante o pronunciamento da palavra "então" na frase, escuta-se um
"deu", dando um efeito gozado na fala, que fica mais ou menos assim:
"Então(deu) sou tripa escorrida, né?". É difícil alguém ter reparado
nesta falha. Qualquer dúvida, consultem suas fitas.
Na
dublagem para os boxes da Amazonas do clássico episódio "Sonhos no
Restaurante", ocorre um erro toscaço exatamente na mais clássica cena,
quando o sanduíche de presunto gigante aparece na mesa de Chaves. No momento em
que o sanduíche desponta, do nada ouve-se um gemido do dublador Gilberto
Baroli, que empresta sua voz ao Senhor Barriga e aos outros personagens de
Edgar Vivar. O tal gemido reaparece quando o sanduíche se transforma no Seu
Barriga deitado em cima da mesa, e quando o dono da vila é mordido por Chaves,
aí sim Baroli solta o grito adequado para a situação. O som desta cena fica
hilário, de tão tosco. Pode entrar tranqüilamente naquele hall de cenas que,
pelos erros de gravação ou de dublagem, eternizam-se na memória do
chavesmaníaco. Afinal, por que raios o gemido de Baroli aparece naquele
momento?
No episódio "A Galinha da Vizinha", havia uma falha
no som do SBT no começo da história. O som perde a qualidade, ficando bem mais
baixo e perdendo toda sua acústica, entre as cenas em que Quico foge de Seu
Madruga - que quer lhe bater pelos ruídos que faz com a moto - e o momento
quando Chiquinha diz a frase "Não vê que o frango foi feito pela bruxa e
COM CERTEZA ELA COLOCOU SUBSTÂNCIAS MÁS?". O som recupera a sua qualidade
a partir do "com certeza" na frase.
No episódio em que pensam que o Chaves está
louco, quando o moleque começa a discutir com Quico dizendo que sabe o que é um
banheiro, o Professor Girafales aparece e o dublador Osmiro Campos sem querer
diz "Chavo" (o nome original do personagem) ao invés de
"Chaves".
Um
dos mais clássicos erros de dublagem ocorre no começo do hilário episódio
"Madruguinha": Seu Madruga pergunta para Chaves o que é popeline e o
moleque responde: "É a esposa do Popéye". Assim mesmo, com acento no
primeiro "e". Gastaldi pronunciou um tosquíssimo "popéi",
quando deveria dizer "popai", pronúncia correta do nome do marinheiro
que adora espinafre e namora a Olívia Palito.
O
que muitos não sabem é que Carlos Seidl (dublador de Seu Madruga), no mesmo
diálogo acima, também errou ao pronunciar "popeline". O nome
verdadeiro do tecido é "POPELINA" e é feito de algodão, é fino e
serve para vestuário de senhoras e camisas de homem.
O esquisito barulho que sai da boca
de Porca Solta (Rubén) com o funil colocado por Chapolin para despejar o
narcótico primeiramente é mais baixo e grave. Soa dessa maneira:
"FUÉÉÉIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINNNNNNN". Após o detetive (Carlos)
desmaiar depois de ingerir acidentalmente o narcótico, o barulho do funil muda,
soando igual a um assobio alto. O som se torna muito mais agudo, com uma altura
bem mais elevada. Na segunda dublagem do episódio, exibida em 2006, o dublador
Osmiro Campos emite diferentes sons, entre eles um causado pelo tremor dos
lábios.
Na clássica cena em que Chaves repete
sem parar "Por que a rua é plública e por isso tenho o direito de ficar
onde me der na telha...", por que será que Gastaldi dublou
"pública" como "plública"? Talvez tenha sido uma maneira de
facilitar a dicção do dublador na hora ou simplesmente não passou de mais um
dos tradicionais erros de pronúncia do personagem Chaves.
Uma grotesca falha da dublagem acontece no episódio "Seu
Madruga Professor". Na hora das discussões dos alunos, não se escuta a
voz de Chaves no meio delas. Só após Girafales berrar "SI-LÊN-CIO" é
que a voz de Chaves finalmente aparece ao "escapuleiar", dizendo algo
que não deve para que todos escutem. Fica um efeito esquisito, pois não
escutamos a voz do órfão na discussão e de uma hora para outra ela aparece
falando algo apenas quando se faz um silêncio na sala, com os demais dubladores
parando de falar. Essa falha ocorreu devido ao episódio referido ter sido um
dos primeiros a ser dublado. O defeito descrito seria corrigido nos episódios
seguintes, com a voz de Gastaldi também fazendo parte da discussão com aquelas
diversas vozes falando sem parar (nestas cenas, os dubladores geralmente
improvisam).
Na segunda parte, no momento em que todos
aplaudem Seu Madruga pela "aula da caveira", ecoa um grito de
"MUITO BEM BRAVO" na voz de Silton Cardoso, que dubla o Godinez.
Porém, tudo indica que o autor do grito seja Quico, já que no momento em que se
ouve o "Muito bem bravo" na voz de Godinez (enquanto Girafales junta
do chão o porta-chapéus caído), Quico levanta o braço como se estivesse vibrando
e gritando.
No mesmo episódio da nota acima,
depois de Girafales dizer que seus alunos se assemelham a burros, Carlos Seidl
faz Madruga falar "COMO FOI, COMO FOI, O QUE QUE É ISSO?". O normal
não seria "Que que foi, que que foi, que que há"? Algo semelhante
ocorre no episódio "A Catapora da Chiquinha", onde o pai da Chiquinha
fala "QUE QUE HÁ, QUE QUE HÁ, QUE QUE É ISSO" após Seu Barriga
perguntar que seu pai trabalha no metrô, já que está debaixo da terra. Mas
tratam-se de dois episódios de dublagem antiga e por isso alguns bordões ainda
estavam em formação.
Ainda em "Seu Madruga
Professor" (agora primeira parte), após Seu Madruga pedir para Chiquinha
que tenha respeito com o Professor Lingüiça, o "ta ta ta" de
Girafales ecoa num tom muito agudo. O que teria ocorrido com Osmiro Campos?
Talvez este tenha sido o primeiro dublado por ele, em substituição a Potiguara
Lopes, pois dá pra supor que Osmiro ainda procurava o formato ideal para a
expressão de irritação do Mestre Lingüiça.
Quico chega a dizer, no episódio "O Terno do Tio Jacinto",
que lhe bateram com o cinturão. Acontece que cinturão é diferente do cinto
normal, aquele de Seu Madruga que foi usado para a brincadeira "A cinta
escondida". Cinturão é uma cinta larga, feita geralmente de couro, em que
se suspende armas. Também há aquele cinturão que os boxeadores ganham ao
adquirir um título no esporte. Cinto ou cinta é uma coisa. Cinturão é outra.
Seu Barriga é constantemente chamado de "barrica de paletó"
no começo do episódio "O Carro do Seu Barriga". Porém, Quico acaba
o chamando de "BARRIL de paletó" posteriormente. Realmente as duas
palavras (barrica e barril) soam igual e por isso quase ninguém nota a
diferença...
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Na hora em que Seu Madruga dá um cascudo em
Chaves no episódio "Quico Preso na Caixa", dá uma pequena pane no
dublador Carlos Seidl que, ao imitar o choro de Chaves (como de praxe), acaba
por dar um grito e depois ameniza com um suave "didididi".
Estranho... Tal pane fez até ele atrasar um pouco o diálogo, apressando o
"Só não te dou outra porque...", frase dita praticamente no momento
em que Seidl tinha de dizer "Me dá essa cesta", que fora dita
posteriormente numa fração de segundo.
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No
episódio em que Chaves vira a carteira para admirar Paty, ele diz para
Professor Girafales que gosta mais da "Pápis". Gozada essa mistura de
Paty com Pópis...
Na dublagem da música "A
Brincar" para o episódio "O Garoto que Mentia" do Chapolin,
Pópis estranhamente canta "VEEEEEEEELOOOOROOOCÍPEDE, patins e
patinetes...". Onde se diz "velorocípede", entenda-se
"velocípede".
De onde a dublagem tirou que Cristóvão Colombo poderia ter
sido dono de uma fábrica de goiabada? Certamente é invenção da MAGA, talvez
numa citação à tradicional Geléia de Mocotó Colombo. Coincidentemente, essa
fala de Chaves costuma ser cortada numa das edições do SBT para o episódio
"Uma Aula de História".
No fim do episódio da Caricatura do Professor Girafales,
ocorria numa antiga edição do SBT para o episódio uma falha no som durante o
choro de Quico. O som sai e volta por duas vezes, enquanto entra a música
oficial do seriado "The Elephant Never Forgets" (aliás, essa é a única vez em que é possível ouvi-la um
episódio dublado). Talvez essa falha ocorra para que o telespectador não escute
a música, já que o SBT sempre insistiu em cortar créditos e aberturas originais
dos seriados. O estranho é que, em outra edição do episódio, o choro do Quico
ecoa normal, sem falhas...
No
segundo episódio dos Refrescos, a groselha é trocada por laranja.
A
partir dos dois últimos episódios, após a consagração do nome Acapulco no
primeiro, inexplicavelmente ele é trocado por Guarujá (litoral paulista). Foi
uma tentativa para lá de fracassada de abrasileirar este magnífico episódio,
mas isso felizmente não apagou nem um pouco o seu brilho. A justificativa é que
os episódios da saga teriam sido dublados em épocas diferentes, daí a
adaptação grotesca. Além disso, Chiquinha chega a dizer que Seu Barriga tem um
cortiço em São Paulo (o correto seria na Cidade do México).
No episódio "Uma Aula de História", deve ter
ocorrido alguma coisa com o dublador Silton Cardoso, do Godinez. Tanto que,
estranhamente, o personagem que senta no fundo da classe grita "os
lambaris" com a voz de Marcelo Gastaldi, sendo que Cardoso atuava normalmente
no episódio.
A dublagem chama a Brasília de Seu Barriga de caminhonete no
episódio em que as crianças consertam o seu carro.
O nome original do personagem de Carlos Villagrán em Chaves é
escrito assim: "Quico". A prova está na sua barraquinha "Super
de Quico". Porém, Chiquinha, no episódio do Vendedor de Balões, soletra
seu nome dessa maneira: K-I-K-O. Villagrán passaria a usar esta grafia no nome
do personagem após se desvincular de Roberto Gómez Bolaños, detentor dos
direitos do filho da Dona Florinda. Daí os nomes das séries "Kiko" e
"Ah que Kiko!".
Em "Seu Madruga Professor", o dublador
de Girafales Osmiro Campos se engana e propõe a Quico um problema muito fácil:
ele tem quatro laranjas e come uma, quantas sobram? Porém, Osmiro se equivoca e
diz que tem quatro laranjas e come QUATRO. Nelson Machado, com o Quico, segue o
texto e enuncia o problema original citado mais acima.
Na música "Que Bonita Sua Roupa", a
parte em que Chaves canta "Pra Dona Clotilde só falta uma escova" foi
dublada ao pé da letra. No original, é dita a palavra "escoba". Só
que escoba em espanhol é vassoura.
Gastaldi, na cena em que Chaves
estuda o grito de Independência em "História do Brasil", se engana ao
dizer que D. Pedro I deu o grito em 21 de setembro de 1829. Todo mundo sabe que
o correto é 7 de setembro de 1822. Em "O Exame de Admissão", Osmiro
Campos cometeria um equívoco semelhante ao fazer Professor Girafales perguntar
a Nhonho o que Dom Pedro I fez no dia 7 de setembro de 1922 (dizendo "mil
novecentos" mesmo).
No episódio da Recuperação, Gastaldi se equivoca e inverte a
fala de Chaves na hora de responder com que "B" se escreve balaço.
Ele primeiramente responde que balaço se escreve com "b" pequeno.
Naturalmente Girafales responde que não e aí Gastaldi, percebendo o erro, prossegue
a fala respondendo "com 'b' grande" e o Professor diz que essa é a
resposta certa, conforme o texto original. O problema é que o correto é
escrever um substantivo comum como "balaço" com "b" pequeno
(ou minúsculo), já que o vocábulo não é um nome próprio para começar com letra
maiúscula. No episódio da Aula de História, a mesma pergunta é repetida, mas
dessa vez Gastaldi não inverte as falas e diz a seqüência corretamente.
Na segunda dublagem de Recados Trocados, Gastaldi dubla
Chaves dizendo que epístola é uma "carábina" só que menorzinha.
Pra começar, há um episódio com o título "A Carabina" do mesmo
seriado Chaves. E, por fim, a óbvia explicação: se escreve "carabina"
com o "bi" como sílaba tônica, e não o "ra" como na toscaça
fala em que Maga também força estranhamente o "R" em
"menorzinha", criando um sotaque.
Mais uma de Gastaldi: ele se enrolou inúmeras vezes com a
palavra "zarabatana" no episódio em que Chiquinha volta de Presidente
Prudente. Ele insistiu em chamar aquele canudo que atira chumbinho de
"zaparatana". E na hora em que Chiquinha atira o primeiro chumbinho
no Chaves de sua janela, o moleque órfão se irrita, dá um empurrão em Quico
dizendo "Você não disse que não tava com ela?". Quico pergunta:
"Que não tava com o quê?". Quando mais uma vez Gastaldi tinha que
pronunciar a tão difícil palavra zarabatana na frase "Com a
zarabatana", ele se enrolou ou se deu conta de que havia pronunciado o
vocábulo erradamente nas ocasiões anteriores (já que Nelson Machado o
pronunciava certo) e balbuciou mais ou menos assim: "Azazaaabtan...".
Aí Quico continuou com sua fala "Ah, só porque eu sou menor do que você,
você se aproveita" (controvérsia, Quico é bem maior do que Chaves no
tamanho). É de admirar que, por causa desses erros, não tenham mandado redublar
esse episódio. Curiosamente, na segunda versão do episódio, Nelson
Machado é que se atrapalha com o nome do objeto e o chama de
"barzatana".
Ocorria uma falha no som em "O
Dinheiro Perdido" na hora em que Seu Madruga, no começo do episódio, diz
para Chiquinha que não tem dinheiro. O som reproduz assim a voz de Carlos
Seidl: "Porque não te... ...inheiro".
No final do episódio do
Cleptomaníaco, a voz da empregada Atadolfa (Florinda Meza) soa diferente na
hora em que ela pronuncia a frase "Aceita um chá, senhor?". Deve ter
ocorrido um probleminha com Marta Volpiani para ocorrer a substituição da
dubladora em apenas uma única fala.
A MAGA insistiu em pronunciar
erradamente o vocábulo "Aerólitos". No padrão culto, o mesmo tem
sílaba tônica em "ró", porém no famoso episódio a palavra tem sua
sílaba tônica mudada para o "li". No filme "Aventuras em
Marte", a palavra também é pronunciada com a mesma sílaba tônica errada. O
mesmo problema ocorre no episódio do "Abominável Homem das Neves". A
dublagem pronuncia "Iéti" com o "ti" como sílaba tônica.
Mas no vocábulo, na norma culta, é o "e" que possui a tonicidade. Por
que será que a MAGA cometia esses erros esdrúxulos de pronúncia, e em palavras
portuguesas? De qualquer forma, a dublagem imortalizou a pronúncia equivocada
da palavra "aerolítos".
No episódio dos Ioiôs, Seu Madruga dá um cascudo no Chaves
após ele perguntar se haviam caído os boatos da sua vó. Seu Madruga, no
original, diz o tradicional "Só não te dou outra porque...". Mas o
dublador Seidl, em vez da frase, disse "Isso é pra você saber que a minha
vó não é de boatos". Dá pra notar que Ramón, na cena, já está com a boca
fechada, enquanto Seidl ainda está por concluir a frase, provavelmente
improvisada.
Carlos
Seidl se atrapalhou um bocado com os
vocábulos "câmera" e "câmara" nos dois episódios do
Fotógrafo. No primeiro, ele chamou o tempo inteiro a máquina de tirar
fotografias de "câmara", sendo que o correto é "câmera". E,
no segundo episódio, quando finalmente Seidl poderia utilizar corretamente a
palavra "câmara", ele diz a frase "Se quiser eu lhe trago a
CÂMERA dos deputados". Seidl... Seidl...
Alguns
termos heterossemânticos (palavras em português que tem diferentes sentidos em
espanhol) foram traduzidos ao pé-da-letra pela dublagem. Por exemplo, no
episódio em que Chaves e Quico quebram o encanamento de água (versão em que
termina com Florinda chorando na parede de Quico), o encanador é chamado de
bombeiro e a dublagem deixou passar (até porque os encanadores também são
reconhecidos como bombeiros no Estado de São Paulo). Já no Festival da Boa
Vizinhança, Madruga, questionado por Quico se dará mais marteladas em seu dedo,
pergunta se ele acha que ele é algum tarado. Tarado? Tarado aqui é quem tem
aquela obsessiva vontade de...
Mais uma de Seidl: no episódio dos Toureadores, primeira versão, após dar um
soco em Quico, Madruga diz "Vamos Chiquinha, não se junte com essa
'chusma' ". Mais uma palavra dublada ao pé-da-letra, já que o tal
"chusma" é o famoso "gentalha" em espanhol. Portanto, seria
correto ele falar "gentalha" na frase. É mais um daqueles erros que
ninguém entende...
No episódio da Disneylândia, Racha Cuca aponta a arma para Chapolin dizendo que
gostaria de fazer uns buraquinhos na sua pele. Aí Ramón permanece apontando a
arma para o Vermelhinho com a boca fechada, com Chapolin todo amedrontado. E
daí? - você deve estar se perguntando. É que Carlos Seidl resolveu aprontar
algo semelhante à curiosidade do episódio dos Ioiôs: fazer Ramón falar sem
mexer a boca. Na cena, é evidente que Racha Cuca está quietinho enquanto
"uma voz do além" pronuncia "Prepare-se para viajar! E não será
uma viagem para a Disneylândia!".
No mesmo episódio da nota acima, após Chapolin
sair de dentro de um barril e dizer "Não contavam com a minha
astúcia", ocorre uma falha claudicante no som durante a cena em que o
xerife, o banqueiro e o dono do bar comemoram a chegada do Vermelhinho.
Enquanto os três festejam, surge no meio da cena um som com uma discussão, onde
se nota claramente a voz de Mário Villela (Edgar Vivar) dizendo "Eu sou o
xerife desta cidade! Sempre fui desmoralizado por ele!", junto com a voz
de Nelson Machado (Villagrán) discutindo em um tom bem menor. O fundo musical
do diálogo é a antiga música de entrada do Chapolin. A esquisita fala fora de
hora é interrompida com uma salva de palmas, que realmente ocorre na cena
(nota-se os três batendo palmas para Chapolin). Em seguida, a tomada muda para
o bar e novamente o mesmo diálogo se repete (junto com o som da entrada do
Chapolin de fundo), agora no momento certo e efetuado pelo xerife e pelo
banqueiro, sentados na mesa com Chapolin. Deve ter dado uma total pane na MAGA
tamanho o grau elevado do erro da dublagem. Falhas como essa eram comuns em
episódios de dublagem antiga, como esse com as vozes de 1984. Em
"Disneylândia", pela primeira vez Gastaldi usava em Chapolin uma voz
mais grave que tornaria o personagem conhecido no Brasil. Mas os bordões ainda
estavam em formação, com direito a "Estão abusando da minha nobreza".
Os dubladores Osmiro Campos (Girafales) e
Marta Volpiani (Florinda) se equivocaram no episódio em que as crianças
aprendem a tocar violão. No começo do segundo bloco, quando Girafales diz que
gostaria de trazer para Florinda flores que combinassem com sua personalidade,
ela pergunta "Maravilhas?". E ele responde: "Não,
violetas!". Não ficou engraçado porque os nomes das flores foram
invertidos na piada, que teve sentido no episódio da Chirimóia, quando ela foi
dublada corretamente: "Na verdade eu gostaria de trazer umas flores que
fossem mais de acordo com minha personalidade!", "Violetas?",
"Não, maravilhas!".
Em alguns episódios Gastaldi dubla, ao invés de "Tá bom, mas não se
irrite", "ORA, mas não se irrite". No "Panquecas da
Dona Clotilde", a fala se transforma em "Tá bom, mas não FIQUE
BRAVO". Mais uma das esquisitas mudanças repentinas de bordões, e em
dublagens que não chegam a ser das mais antigas na série...