Chaves e seu extraordinário mundo[1995]
Roberto Gómez Bolanõs é talvez, fisicamente, o menos parecido na realidade aos personagens do elenco. Ainda que amável, é bastante sério, pouco escandaloso e de menino humilde, com exceção de seu aspecto acanhado e sua estatura pequena, externamente não coincide com as imagens que o país conhece. Em vez disso, coincide por dentro: Chespirito confessa não resistir a tentação de chutar uma bola que cruza o seu caminho, sobe em qualquer escada que encontra... Uma verdadeira criança mora dentro dele.
“É que tenho algo certo comigo, que é sugerido na Bíblia: Os do meu reino serão aqueles que tenham espírito de criança”, diz ele. E, todavia, defende a maturidade, julga que deve ser uma tragédia eliminar todo vestígio de infância. Recorda que não foi um menino tão pobre quanto o Chaves, mas também nunca teve riqueza. “Eu brincava com soldadinhos de chumbo, tive carrinhos e trens, mas nunca tive bicicletas nem brinquedos caros.”
Fez até o segundo ano de engenharia e abandonou a carreira para dedicar-se, faz mais de vinte anos, a escrever. Diz que seu estilo não influencia nenhum escritor, mesmo aquele que se define como um bom leitor. “Leio sobre pratos, Theilhard de Chardin, tiras cômicas, enfim, não estou limitado apenas a uma coisa.”
Devem passar anos desde que optou pelo mundo da televisão para que Chespirito conhecesse, no começo da década de setenta, uma autêntica fama.
O outro passatempo de “Chaves” é a filatelia. Este hobby fez com que ganhasse de Luis Rodriguez Lamus – diretor executivo de “Solidariedade” – uma coleção completa de selos emitidos na Colômbia desde 1959. Chespirito e seu elenco irão embora de Colômbia com tantos souvenirs como o Rei da Espanha. Entre suas malas levarão, também, simbólicas chaves de Bogotá.
Na verdade é um homem de intensos trabalhos. Ele transmite um pouco de suas características para alguns de seus personagens, isso explica a personalidade que cada um tem, a naturalidade que cativa crianças de quase vinte países.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Desde sua estreia no Brasil, em 1984, Chaves e Chapolin já amealhavam muitos fãs por todo o país, bem como obtinham um desempenho satisfatório na audiência – tanto é que por um bom tempo, ocuparam o horário nobre do SBT, enfrentando o Jornal Nacional. Vários anos se passaram e os seriados permaneciam firmes na grade da emissora paulista, sendo sucesso de público, fato que logo culminou para o lançamento de produtos licenciados, como o videogame Chapolin x Drácula, os gibis Chaves e Chapolim, da Editora Globo ou o óculos do Chaves.
A mídia, entretanto, não enxergava as séries CH com bons olhos. Analisando algumas matérias publicadas em veículos de comunicação durante a década de 1990, é notável o tom muitas vezes depreciativo a Chaves e Chapolin. O jornalista Ingo Ostrovsky, em matéria publicada no Jornal do Brasil no ano de 1989, questionava os motivos que faziam CH ser um êxito entre as crianças:
Por que as crianças gostam tanto do Chaves e o do seu companheiro Chapolin? A série é mexicana, escrita, dirigida e estrelada por Chaves e outros membros da família, como revelou outro dia o Gugu Liberato. A dublagem é péssima, a tradução bastante ruim, os cenários são ridículos (...), parece um programa da década de 50, fica uma belezinha em preto e branco. E as crianças adoram.
Ostrovsky qualificou as séries como “a droga que faz a cabeça”. Quatro anos depois, Arthur Reis, também do JB, criticava o fato de que a primeira atração televisiva a ser vista em uma pequena cidade do Piauí tivesse sido justamente o Chaves. Disse: “Como exemplo de ingresso da pequena cidade na modernidade, não poderia ter sido mais patético [a exibição de Chaves]”.
Durante praticamente toda a década de 1990, o tom das matérias sobre Chaves e Chapolin sempre puxava para um lado depreciativo, procurando ressaltar a técnica modesta dos seriados. Apesar de ser um grande sucesso, acentuava-se a “surpresa” por uma produção tão simples permanecer por tanto tempo no ar. Enquanto isso, outras séries, desta vez americanas, não logravam tanto êxito nas telas, ao ponto de ganhar lugar cativo na programação dos canais onde eram exibidas. Chaves era visto ainda com incredulidade por boa parte da mídia. Contribuía para isso que os fãs praticamente não tinham voz alguma para se expressar quanto a seus seriados favoritos. Mas isso durou pouco tempo mais.
A partir do ano 2000, a internet ganhava cada vez mais os lares brasileiros. E dentro da rede, começaram a pipocar dezenas de sites e fóruns onde as pessoas compartilhavam seus gostos, debatiam os assuntos que lhes interessavam. E surgiu então o que chamamos hoje de “meio CH”, que compreende os sites e fóruns especializados nas obras de Roberto Gómez Bolaños. Nestes espaços, fãs de todo o país trocavam ideias, conheciam mais sobre os seriados, compartilhavam opiniões, debatiam sobre os episódios. Os próprios fãs descobriam que existiam muito mais chavesmaníacos do que podiam imaginar. E que juntos, seriam uma voz para ser ouvida pela mídia e, especialmente, pelo SBT.
Entre os anos de 2000 e 2003, a visão da mídia sobre as séries começou a mudar, vez que aos poucos descobriam que existiam muitos fãs de CH no Brasil. E estes fãs começavam a ser organizar em movimentos para protestar contra as saídas abruptas de Chaves e Chapolin da programação da emissora de Sílvio Santos, bem como exigir a volta de episódios que permaneciam sumidos há anos da telinha, os chamados “episódios perdidos”. Surgiram movimentos como o “Volta Chapolin”, que no ano de 2003, logrou muito êxito, lotando a caixa de e-mails do SBT, que acabou voltando com o Polegar à grade diária. Na mídia, as matérias positivas passaram a ter mais frequência. Ao invés de um seriado kitsch, Chaves virou cult, um objeto de admiração de milhões. Quem mais colaborou para a consolidação desses aspectos positivos foi a jornalista e apresentadora Sônia Abrão, então no SBT. Com seu Falando Francamente, Sônia explorou quase que à exaustão as séries, exibindo entrevistas, trechos de episódios perdidos e até inéditos, e chegou a trazer o ator Edgar Vivar (Seu Barriga) ao Brasil, para participar de seu programa.
Ao longo da década de 2000, as comunidades de fãs foram se consolidando, bem como o Fã-Clube Chespirito-Brasil (fundado em 2002), que realizou diversos eventos no Rio de Janeiro, levando os chavesmaníacos ao encontro dos dubladores das séries. No ano de 2005, ocorre o primeiro Festival da Boa Vizinhança, em São Paulo, que reuniu cinco mil fanáticos, atraídos pelo encontro com dubladores da série e o lançamento de uma série de boxes de DVDs de Chaves, Chapolin e Chespirito, com uma nova dublagem. Naquele mesmo ano, Chaves foi objeto de um verdadeiro leilão envolvendo a Televisa e as principais emissoras do país. O SBT não queria pagar mais do que pagava pelos direitos de exibição, o que atraiu o interesse das concorrentes. Até mesmo a Globo tentou comprar os direitos de Chaves e Chapolin, mas não levou. Com inúmeros movimentos de fãs, mais a pressão pelo risco de perder uma de suas joias, o SBT renovou com a Televisa e garantiu mais alguns anos de CH. E a mídia reconhecia a força quase inexplicável destes seriados.
Nos últimos anos, observou-se uma abordagem praticamente unanimemente respeitosa a Chaves e Chapolin. São raríssimos os exemplos de matérias que abordam as séries de forma depreciativa. Não só a mídia reconheceu, ainda que tardiamente, a importância de CH, mas também porque os fãs passaram a ter muito mais vez e voz, fato aprofundado pelo surgimento de redes sociais como Twitter e Facebook. Hoje, vivemos um novo “boom” de CH no Brasil.
Isto começou com o 2º Festival da Boa Vizinhança, em abril de 2010, quando o Fã-Clube trouxe Carlos Villagrán (Quico) e Edgar Vivar (Seu Barriga) a São Paulo, onde se apresentaram aos fãs de todas as partes do país. As séries passaram a ser exibidas também no Cartoon Network, voltaram ao ar os episódios perdidos, novos produtos foram lançados, diversas vezes Chaves foi assunto na mídia, Edgar Vivar esteve no Brasil com seu show, ocorreu o evento América Celebra a Chespirito. CH teve um espaço enorme nos meios de comunicação durante os últimos dois anos. Pelas redes, descobriu-se que os fãs são milhões espalhados por todo o Brasil. A mídia e a publicidade redescobriram as séries. E os fanáticos, através de seus canais representativos, passaram a também gerar os fatos, a invadir os meios com suas ações. Como o FBV2, realizado pelo Fã-Clube, ou então os desmentidos de algumas notícias, como as supostas mortes de Chespirito, um suposto AVC de Bolaños ou a aposentadoria de Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha), todos estes boatos esclarecidos antes pelos próprios chavesmaníacos do que pela mídia convencional.
Depois de quase 30 anos, hoje os fãs brasileiros de Chaves e Chapolin não dependem mais totalmente da mídia. Somos capazes de criar os fatos, de nos comunicarmos com os que compartilham de nossa paixão. E felizmente, temos muito mais acesso e respeito da mídia do que antes. CH, de um produto questionável, tornou-se uma total afirmação. Um reconhecimento, ainda que tardio, mas que felizmente chegou para ficar.
A mídia, entretanto, não enxergava as séries CH com bons olhos. Analisando algumas matérias publicadas em veículos de comunicação durante a década de 1990, é notável o tom muitas vezes depreciativo a Chaves e Chapolin. O jornalista Ingo Ostrovsky, em matéria publicada no Jornal do Brasil no ano de 1989, questionava os motivos que faziam CH ser um êxito entre as crianças:
Por que as crianças gostam tanto do Chaves e o do seu companheiro Chapolin? A série é mexicana, escrita, dirigida e estrelada por Chaves e outros membros da família, como revelou outro dia o Gugu Liberato. A dublagem é péssima, a tradução bastante ruim, os cenários são ridículos (...), parece um programa da década de 50, fica uma belezinha em preto e branco. E as crianças adoram.
Ostrovsky qualificou as séries como “a droga que faz a cabeça”. Quatro anos depois, Arthur Reis, também do JB, criticava o fato de que a primeira atração televisiva a ser vista em uma pequena cidade do Piauí tivesse sido justamente o Chaves. Disse: “Como exemplo de ingresso da pequena cidade na modernidade, não poderia ter sido mais patético [a exibição de Chaves]”.
Durante praticamente toda a década de 1990, o tom das matérias sobre Chaves e Chapolin sempre puxava para um lado depreciativo, procurando ressaltar a técnica modesta dos seriados. Apesar de ser um grande sucesso, acentuava-se a “surpresa” por uma produção tão simples permanecer por tanto tempo no ar. Enquanto isso, outras séries, desta vez americanas, não logravam tanto êxito nas telas, ao ponto de ganhar lugar cativo na programação dos canais onde eram exibidas. Chaves era visto ainda com incredulidade por boa parte da mídia. Contribuía para isso que os fãs praticamente não tinham voz alguma para se expressar quanto a seus seriados favoritos. Mas isso durou pouco tempo mais.
A partir do ano 2000, a internet ganhava cada vez mais os lares brasileiros. E dentro da rede, começaram a pipocar dezenas de sites e fóruns onde as pessoas compartilhavam seus gostos, debatiam os assuntos que lhes interessavam. E surgiu então o que chamamos hoje de “meio CH”, que compreende os sites e fóruns especializados nas obras de Roberto Gómez Bolaños. Nestes espaços, fãs de todo o país trocavam ideias, conheciam mais sobre os seriados, compartilhavam opiniões, debatiam sobre os episódios. Os próprios fãs descobriam que existiam muito mais chavesmaníacos do que podiam imaginar. E que juntos, seriam uma voz para ser ouvida pela mídia e, especialmente, pelo SBT.
Entre os anos de 2000 e 2003, a visão da mídia sobre as séries começou a mudar, vez que aos poucos descobriam que existiam muitos fãs de CH no Brasil. E estes fãs começavam a ser organizar em movimentos para protestar contra as saídas abruptas de Chaves e Chapolin da programação da emissora de Sílvio Santos, bem como exigir a volta de episódios que permaneciam sumidos há anos da telinha, os chamados “episódios perdidos”. Surgiram movimentos como o “Volta Chapolin”, que no ano de 2003, logrou muito êxito, lotando a caixa de e-mails do SBT, que acabou voltando com o Polegar à grade diária. Na mídia, as matérias positivas passaram a ter mais frequência. Ao invés de um seriado kitsch, Chaves virou cult, um objeto de admiração de milhões. Quem mais colaborou para a consolidação desses aspectos positivos foi a jornalista e apresentadora Sônia Abrão, então no SBT. Com seu Falando Francamente, Sônia explorou quase que à exaustão as séries, exibindo entrevistas, trechos de episódios perdidos e até inéditos, e chegou a trazer o ator Edgar Vivar (Seu Barriga) ao Brasil, para participar de seu programa.
Ao longo da década de 2000, as comunidades de fãs foram se consolidando, bem como o Fã-Clube Chespirito-Brasil (fundado em 2002), que realizou diversos eventos no Rio de Janeiro, levando os chavesmaníacos ao encontro dos dubladores das séries. No ano de 2005, ocorre o primeiro Festival da Boa Vizinhança, em São Paulo, que reuniu cinco mil fanáticos, atraídos pelo encontro com dubladores da série e o lançamento de uma série de boxes de DVDs de Chaves, Chapolin e Chespirito, com uma nova dublagem. Naquele mesmo ano, Chaves foi objeto de um verdadeiro leilão envolvendo a Televisa e as principais emissoras do país. O SBT não queria pagar mais do que pagava pelos direitos de exibição, o que atraiu o interesse das concorrentes. Até mesmo a Globo tentou comprar os direitos de Chaves e Chapolin, mas não levou. Com inúmeros movimentos de fãs, mais a pressão pelo risco de perder uma de suas joias, o SBT renovou com a Televisa e garantiu mais alguns anos de CH. E a mídia reconhecia a força quase inexplicável destes seriados.
Nos últimos anos, observou-se uma abordagem praticamente unanimemente respeitosa a Chaves e Chapolin. São raríssimos os exemplos de matérias que abordam as séries de forma depreciativa. Não só a mídia reconheceu, ainda que tardiamente, a importância de CH, mas também porque os fãs passaram a ter muito mais vez e voz, fato aprofundado pelo surgimento de redes sociais como Twitter e Facebook. Hoje, vivemos um novo “boom” de CH no Brasil.
Isto começou com o 2º Festival da Boa Vizinhança, em abril de 2010, quando o Fã-Clube trouxe Carlos Villagrán (Quico) e Edgar Vivar (Seu Barriga) a São Paulo, onde se apresentaram aos fãs de todas as partes do país. As séries passaram a ser exibidas também no Cartoon Network, voltaram ao ar os episódios perdidos, novos produtos foram lançados, diversas vezes Chaves foi assunto na mídia, Edgar Vivar esteve no Brasil com seu show, ocorreu o evento América Celebra a Chespirito. CH teve um espaço enorme nos meios de comunicação durante os últimos dois anos. Pelas redes, descobriu-se que os fãs são milhões espalhados por todo o Brasil. A mídia e a publicidade redescobriram as séries. E os fanáticos, através de seus canais representativos, passaram a também gerar os fatos, a invadir os meios com suas ações. Como o FBV2, realizado pelo Fã-Clube, ou então os desmentidos de algumas notícias, como as supostas mortes de Chespirito, um suposto AVC de Bolaños ou a aposentadoria de Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha), todos estes boatos esclarecidos antes pelos próprios chavesmaníacos do que pela mídia convencional.
Depois de quase 30 anos, hoje os fãs brasileiros de Chaves e Chapolin não dependem mais totalmente da mídia. Somos capazes de criar os fatos, de nos comunicarmos com os que compartilham de nossa paixão. E felizmente, temos muito mais acesso e respeito da mídia do que antes. CH, de um produto questionável, tornou-se uma total afirmação. Um reconhecimento, ainda que tardio, mas que felizmente chegou para ficar.
A ESTRÉIA DE CHESPIRITO EM 1997
CNT lança concorrente de 'Chaves'
O SBT não está mais sozinho no mercado de telenovelas mexicanas no Brasil. Depois de fechar contrato de exclusividade com a Televisa (ex-parceira do SBT), a CNT/Gazeta prepara o lançamento de um humorístico na linha do programa "Chaves".
"Chespirito", atualmente em fase de dublagem, conta com o mesmo elenco de "Chaves", série que rende à emissora de Silvio Santos uma média de 10 pontos de audiência na faixa das 13h (cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo).
Em menos de um mês, a CNT pretende colocar no ar o humorístico estrelado por Roberto Gomes Bolaños no período noturno. "Como o SBT sempre obteve boa audiência importando produtos mexicanos, nós resolvemos investir", afirma Flávio Martinez, 45, vice-presidente de operações da CNT.
Martinez está satisfeito com a média de 2 pontos que o recém-estreado bloco mexicano de cinco novelas tem alcançado na emissora entre 17h e 23h ("Alcançar uma Estrela", "Prisioneira do Amor", "Simplesmente Maria", "Coração Selvagem" e "Império de Cristal").
"O processo é lento, já que não tínhamos tradição nesse setor. Mas, quando o público tomar consciência de todas as nossas opções, a audiência deve aumentar", afirma o vice-presidente
Uma das possibilidade de contra-ataque do SBT seria a co-produção com a Telefe, a principal rede de TV da Argentina. Silvio Santos viajou no mês passado a Buenos Aires, onde teria feito contatos com a emissora local.
Procurado por três dias, Luciano Callegari, superintendente artístico e operacional do SBT, não atendeu a reportagem.
Segundo departamento de divulgação da emissora, Silvio Santos teria comprado os direitos de "Pérola Negra", um texto argentino. A proposta seria produzir novelas mais baratas -com elenco reduzido e 90 capítulos, no máximo.
Depois de exibir "Marimar", que atingiu a média mensal de 15 pontos e, em algumas ocasiões, se aproximou da audiência do "Jornal Nacional", o SBT leva ao ar atualmente "Maria do Bairro", mais uma novela estrelada por Thalia.
Já a Record pretende disputar os fãs de produtos mexicanos com tramas locais. "Estamos dando o tom típico de dramalhões latinos ao nosso pacote de minisséries. Nossas produções são acessíveis e têm enredo centralizado", conta Eduardo Lafon, 48, diretor de programação e operações da Record.
Segundo ele, o dramalhão é a única arma para superar a plástica do padrão global de novelas. "As classes média e baixa gostam de acompanhar histórias sofridas de fácil entendimento."
"Chespirito" é a nova série mexicana que começa hoje, às 19h. O programa será diário e foi produzido pela Televisa. Tem como astro o comediante Roberto Gomez Bolaños, o protagonista de "Chaves" e "Chapolim", que interpreta três papéis.
"Chespirito" (que de segunda a sábado será exibido às 20h30) conta as trapalhadas do médico Chapatin, sua eficiente enfermeira e uma dupla maluca.
Bolanõs interpreta o alfaiate Chaparrón Bonaparte, que, junto com o costureiro Lucas Tañeda (Ruben Aguirre), forma a dupla de birutas Los Chifladitos.
O ator também vive o atrapalhado Chapatin e o próprio Chaves, que participa do programa caracterizado da mesma maneira. A direção, roteiro e produção são do próprio Bolãnos. O elenco é o mesmo de "Chaves".
O SBT não está mais sozinho no mercado de telenovelas mexicanas no Brasil. Depois de fechar contrato de exclusividade com a Televisa (ex-parceira do SBT), a CNT/Gazeta prepara o lançamento de um humorístico na linha do programa "Chaves".
"Chespirito", atualmente em fase de dublagem, conta com o mesmo elenco de "Chaves", série que rende à emissora de Silvio Santos uma média de 10 pontos de audiência na faixa das 13h (cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo).
Em menos de um mês, a CNT pretende colocar no ar o humorístico estrelado por Roberto Gomes Bolaños no período noturno. "Como o SBT sempre obteve boa audiência importando produtos mexicanos, nós resolvemos investir", afirma Flávio Martinez, 45, vice-presidente de operações da CNT.
Martinez está satisfeito com a média de 2 pontos que o recém-estreado bloco mexicano de cinco novelas tem alcançado na emissora entre 17h e 23h ("Alcançar uma Estrela", "Prisioneira do Amor", "Simplesmente Maria", "Coração Selvagem" e "Império de Cristal").
"O processo é lento, já que não tínhamos tradição nesse setor. Mas, quando o público tomar consciência de todas as nossas opções, a audiência deve aumentar", afirma o vice-presidente
Uma das possibilidade de contra-ataque do SBT seria a co-produção com a Telefe, a principal rede de TV da Argentina. Silvio Santos viajou no mês passado a Buenos Aires, onde teria feito contatos com a emissora local.
Procurado por três dias, Luciano Callegari, superintendente artístico e operacional do SBT, não atendeu a reportagem.
Segundo departamento de divulgação da emissora, Silvio Santos teria comprado os direitos de "Pérola Negra", um texto argentino. A proposta seria produzir novelas mais baratas -com elenco reduzido e 90 capítulos, no máximo.
Depois de exibir "Marimar", que atingiu a média mensal de 15 pontos e, em algumas ocasiões, se aproximou da audiência do "Jornal Nacional", o SBT leva ao ar atualmente "Maria do Bairro", mais uma novela estrelada por Thalia.
Já a Record pretende disputar os fãs de produtos mexicanos com tramas locais. "Estamos dando o tom típico de dramalhões latinos ao nosso pacote de minisséries. Nossas produções são acessíveis e têm enredo centralizado", conta Eduardo Lafon, 48, diretor de programação e operações da Record.
Segundo ele, o dramalhão é a única arma para superar a plástica do padrão global de novelas. "As classes média e baixa gostam de acompanhar histórias sofridas de fácil entendimento."
"Chespirito" é a nova série mexicana que começa hoje, às 19h. O programa será diário e foi produzido pela Televisa. Tem como astro o comediante Roberto Gomez Bolaños, o protagonista de "Chaves" e "Chapolim", que interpreta três papéis.
"Chespirito" (que de segunda a sábado será exibido às 20h30) conta as trapalhadas do médico Chapatin, sua eficiente enfermeira e uma dupla maluca.
Bolanõs interpreta o alfaiate Chaparrón Bonaparte, que, junto com o costureiro Lucas Tañeda (Ruben Aguirre), forma a dupla de birutas Los Chifladitos.
O ator também vive o atrapalhado Chapatin e o próprio Chaves, que participa do programa caracterizado da mesma maneira. A direção, roteiro e produção são do próprio Bolãnos. O elenco é o mesmo de "Chaves".
O legítimo comandante Chaves
Sem querer querendo, o humorístico criado pelo mexicano Roberto Bolaños virou o santo milagreiro do SBT
Há anos ele vive ninguém consegue derrubá-lo do seu posto. Não, não se trata do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mas do seu xará, o Chaves do seriado infantil mexicano homônimo, cujos episódios produzidos ainda na década de 70 o SBT reprisa assiduamente desde 1984 – sempre com ótimas médias de audiência, que hoje andam em torno dos 10 pontos. Frise-se: há anos, não importa se no verão ou no inverno, de dia ou de noite, Chaves obtém esse tipo de resultado. Enfatize-se de novo: sempre com os mesmos episódios. Graças a essa popularidade, o seriado virou o santo milagreiro do SBT. Toda vez que há mudanças na grade de programação – uma rotina na emissora de Silvio Santos –, o personagem pobre e órfão, que mora num barril, é convocado para remendar lacunas e alavancar ibopes claudicantes. Em 2000, quando a global Ana Maria Braga disputava com Chaves a audiência do início da tarde, seu programa tomava surras diárias. No páreo com Malhação, no ano anterior, o mexicano fizera ainda mais estrago: ao livrar vários pontos de vantagem sobre o concorrente, deflagrou uma crise na direção da atração da Globo.
Não é apenas pela audiência que Chaves alarma os seus rivais de emissora. Há que considerar, primeiro, que seu criador e intérprete, o mexicano Roberto Gómez Bolaños, não é funcionário do SBT – portanto não circula pelos corredores reclamando de mudanças no horário, pedindo aumentos de cachê nem provocando dores de cabeça em geral. Chaves também custa relativamente pouco a Silvio Santos: 3,5 milhões de reais ao ano, contra os 18 milhões anuais que ele despende apenas com o salário de Ratinho, sem contar os custos com produção. Chaves é, enfim, o sonho de todo executivo de televisão. Por isso a mexicana Televisa, que produziu e atualmente vende o seriado a mais de oitenta países, aumentou seu preço de 500.000 dólares anuais para o triplo desse valor: todas as emissoras, inclusive a Globo, estavam interessadas na atração.
O mérito por esse sucesso está nos textos de Bolaños. Seu humor tem muito pastelão, mas não abusa da vulgaridade e evita qualquer ligação com modas ou tópicos do noticiário – ou seja, parece sempre fresquinho. "Chaves é uma criança de rua, como as muitas que brincam com o que têm à mão", disse Bolanõs a VEJA EM 2001. Chaves tem, ainda, um ótimo bordão ("foi sem querer querendo") e bons companheiros de aventura, como Kiko e Chiquinha (ambos também adultos vestidos como crianças), Seu Barriga, a Bruxa do 71 e Seu Madruga, que vive de bicos e trambiques. "São personagens típicos dos países subdesenvolvidos. Esse é um dos motivos da popularidade da série", diz o jornalista Luís Joly, co-autor de um livro sobre o personagem. Ao contrário do que se poderia imaginar, o apelo de Chaves é maior ainda entre os adultos que entre as crianças: segundo o instituto Ibope, 58% dos seus espectadores no Brasil têm mais de 18 anos. "Seu humor conquistou várias gerações e se tornou cult. Eu diria até que se deveria mudar a estratégia de venda de Chaves e não dirigi-la apenas à criançada", diz o publicitário e sócio-diretor da F/Nazca Ivan Marques. Para quem não consegue viver sem o programa, já está nas locadoras um DVD com cinco episódios, o primeiro de uma coleção.
Ex-boxeador, Bolaños inicialmente fez fama sob o apelido de Chespirito (ou "Pequeno Shakespeare", na contração "muy mexicana"), por causa do talento e do escasso 1,60 metro. Além de Chaves, criou outras séries, como a estrelada pelo estrambótico super-herói Chapolin (aquele do bordão "não contavam com a minha astúcia") e Chómpiras & Peterete, sobre uma dupla de ladrões regenerados.
Sem querer querendo, o humorístico criado pelo mexicano Roberto Bolaños virou o santo milagreiro do SBT
Há anos ele vive ninguém consegue derrubá-lo do seu posto. Não, não se trata do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mas do seu xará, o Chaves do seriado infantil mexicano homônimo, cujos episódios produzidos ainda na década de 70 o SBT reprisa assiduamente desde 1984 – sempre com ótimas médias de audiência, que hoje andam em torno dos 10 pontos. Frise-se: há anos, não importa se no verão ou no inverno, de dia ou de noite, Chaves obtém esse tipo de resultado. Enfatize-se de novo: sempre com os mesmos episódios. Graças a essa popularidade, o seriado virou o santo milagreiro do SBT. Toda vez que há mudanças na grade de programação – uma rotina na emissora de Silvio Santos –, o personagem pobre e órfão, que mora num barril, é convocado para remendar lacunas e alavancar ibopes claudicantes. Em 2000, quando a global Ana Maria Braga disputava com Chaves a audiência do início da tarde, seu programa tomava surras diárias. No páreo com Malhação, no ano anterior, o mexicano fizera ainda mais estrago: ao livrar vários pontos de vantagem sobre o concorrente, deflagrou uma crise na direção da atração da Globo.
Não é apenas pela audiência que Chaves alarma os seus rivais de emissora. Há que considerar, primeiro, que seu criador e intérprete, o mexicano Roberto Gómez Bolaños, não é funcionário do SBT – portanto não circula pelos corredores reclamando de mudanças no horário, pedindo aumentos de cachê nem provocando dores de cabeça em geral. Chaves também custa relativamente pouco a Silvio Santos: 3,5 milhões de reais ao ano, contra os 18 milhões anuais que ele despende apenas com o salário de Ratinho, sem contar os custos com produção. Chaves é, enfim, o sonho de todo executivo de televisão. Por isso a mexicana Televisa, que produziu e atualmente vende o seriado a mais de oitenta países, aumentou seu preço de 500.000 dólares anuais para o triplo desse valor: todas as emissoras, inclusive a Globo, estavam interessadas na atração.
O mérito por esse sucesso está nos textos de Bolaños. Seu humor tem muito pastelão, mas não abusa da vulgaridade e evita qualquer ligação com modas ou tópicos do noticiário – ou seja, parece sempre fresquinho. "Chaves é uma criança de rua, como as muitas que brincam com o que têm à mão", disse Bolanõs a VEJA EM 2001. Chaves tem, ainda, um ótimo bordão ("foi sem querer querendo") e bons companheiros de aventura, como Kiko e Chiquinha (ambos também adultos vestidos como crianças), Seu Barriga, a Bruxa do 71 e Seu Madruga, que vive de bicos e trambiques. "São personagens típicos dos países subdesenvolvidos. Esse é um dos motivos da popularidade da série", diz o jornalista Luís Joly, co-autor de um livro sobre o personagem. Ao contrário do que se poderia imaginar, o apelo de Chaves é maior ainda entre os adultos que entre as crianças: segundo o instituto Ibope, 58% dos seus espectadores no Brasil têm mais de 18 anos. "Seu humor conquistou várias gerações e se tornou cult. Eu diria até que se deveria mudar a estratégia de venda de Chaves e não dirigi-la apenas à criançada", diz o publicitário e sócio-diretor da F/Nazca Ivan Marques. Para quem não consegue viver sem o programa, já está nas locadoras um DVD com cinco episódios, o primeiro de uma coleção.
Ex-boxeador, Bolaños inicialmente fez fama sob o apelido de Chespirito (ou "Pequeno Shakespeare", na contração "muy mexicana"), por causa do talento e do escasso 1,60 metro. Além de Chaves, criou outras séries, como a estrelada pelo estrambótico super-herói Chapolin (aquele do bordão "não contavam com a minha astúcia") e Chómpiras & Peterete, sobre uma dupla de ladrões regenerados.
Em 1999 o menino do barril competia a audiência da mesma faixa de horário que o programa de Ana Maria Braga. Eduardo Lafond, diretor artístico do SBT na época (e que também já foi diretor do programa de Ana na época da Record) disse que “o Chaves agrada gente de 8 a 80 anos. É popular, ainda que medíocre. Enfim, um besteirol que não agride”. Agrada a todos e é popular mesmo, mas medíocre é um adjetivo totalmente mal empregado. Um seriado que caminhou com gerações de pessoas e ensinou muitas crianças a serem pessoas melhores também não é nenhum “besteirol”.
Essa mesma notícia em que Eduardo disse sua fala – de um jornal que não identificamos qual é, datado de 25/11/1999 – disse: “Não deixa de ser curioso que o Mais Você, feito com toda a tecnologia moderna, seja derrotado justamente pelo programa criado pelo astro mexicano Roberto Bolaños, o Chaves, há mais de 20 anos”. Percebam o ar de desprezo pelo Chaves, como pode um programa tão avançado com o “Mais Você” perder pra ele? Simples, não existe tanta tecnologia assim em um programa de culinária, já o Chaves, com pouco, fez muito. E tão bem feito que dura até hoje. A Rede Globo também já considerou o “Chaves” como um programa “sem qualidade técnica“.
Só quem acompanha o Chaves – mesmo que reprisado – por meses ou anos entenderá a essência do seriado. Não são comentários de pessoas que assistiram um ou dois episódios para escrever uma matéria, e que se deixam levar pela opinião de que Chaves é um mero seriado de humor simples que tirará a genialidade da turma de Roberto Gomes Bolaños. Afinal, o Chaves era simples mesmo, mas mesmo assim – e por isso mesmo – se tornou um sucesso. Foi feito muito com pouco, sendo essa a única maneira de se descobrir a essência do humor de verdade.
LEIA A NOTICIA:
SBT estuda mudança de horário do ‘Chaves’ para tirar ainda mais audiência de Ana Maria Braga
A dor de cabeça da Globo pode ficar ainda maior. Como está dando certo no horário e roubando audiência da Globo, o SBT não descarta a possibilidade de alterar sua grade de programação para que o velho seriado mexicano Chaves ocupe o mesmo tempo do concorrente Mais Você, conduzido por Ana Maria Braga. “Concorrência é assim mesmo. Desde o começo eu já tinha falado que o programa da Ana é muito curto e ela fica sem tempo para desenvolvê-lo e fazer suas brincadeiras como era de costume”, analisa Eduardo Lafond, diretor artístico do SBT, que dirigia Ana Maria Braga no tempo em que ambos trabalhavam na Record.
Atualmente, Chaves entra no ar no mesmo horário do Mais Você, às 13h45 (logo depois de Chapolin), e termina meia hora depois. A atração da Globo só sai do ar às 14h50.
Nas últimas duas semanas, enquanto os dois programas estão concorrendo a vantagem tem sido do SBT. Entre os dias 10 e 17 desse mês, na média total do minuto a minuto do Ibope, o SBT superou a Globo três vezes. Nos dias em que perdeu, a diferença foi de apenas um ou dois pontos. “Mesmo com a derrota, não deixa de ser uma vitória, neste caso, por causa da diferença de custos. O Chaves é muito mais barato que o Mais Você”, continua Lafon.
O seriado mexicano Chaves é exibido desde 84 pelo SBT e já mudou de horário inúmeras vezes, sempre mantendo bons índices de audiência: “O Chaves agrada gente de 8 a 80 anos. É popular, ainda que medíocre. Enfim, um besteirol que não agride”, completa Lafond.
Não deixa de ser curioso que o Mais Você, feito com toda a tecnologia moderna, seja derrotado justamente pelo programa criado pelo astro mexicano Roberto Bolaños, o Chaves, há mais de 20 anos. A série foi ao ar pela primeira vez no México em 1973, sendo exibida até 83. O encerramento aconteceu após a morte de Ramón Váldez, intérprete do Sr. Madruga, e da saída de Carlos Villagrán, o Quico. A série então perdeu força no país de origem, mas não no Brasil, onde as reprises sempre deram audiência ao SBT.
Roberto Bolaños tem hoje 73 anos e se dedica a escrever para teatro e TV, sempre trabalhando ao lado de Florinda Menza, sua esposa, que interpreta a Dona Florinda.
SBT estuda mudança de horário do ‘Chaves’ para tirar ainda mais audiência de Ana Maria Braga
A dor de cabeça da Globo pode ficar ainda maior. Como está dando certo no horário e roubando audiência da Globo, o SBT não descarta a possibilidade de alterar sua grade de programação para que o velho seriado mexicano Chaves ocupe o mesmo tempo do concorrente Mais Você, conduzido por Ana Maria Braga. “Concorrência é assim mesmo. Desde o começo eu já tinha falado que o programa da Ana é muito curto e ela fica sem tempo para desenvolvê-lo e fazer suas brincadeiras como era de costume”, analisa Eduardo Lafond, diretor artístico do SBT, que dirigia Ana Maria Braga no tempo em que ambos trabalhavam na Record.
Atualmente, Chaves entra no ar no mesmo horário do Mais Você, às 13h45 (logo depois de Chapolin), e termina meia hora depois. A atração da Globo só sai do ar às 14h50.
Nas últimas duas semanas, enquanto os dois programas estão concorrendo a vantagem tem sido do SBT. Entre os dias 10 e 17 desse mês, na média total do minuto a minuto do Ibope, o SBT superou a Globo três vezes. Nos dias em que perdeu, a diferença foi de apenas um ou dois pontos. “Mesmo com a derrota, não deixa de ser uma vitória, neste caso, por causa da diferença de custos. O Chaves é muito mais barato que o Mais Você”, continua Lafon.
O seriado mexicano Chaves é exibido desde 84 pelo SBT e já mudou de horário inúmeras vezes, sempre mantendo bons índices de audiência: “O Chaves agrada gente de 8 a 80 anos. É popular, ainda que medíocre. Enfim, um besteirol que não agride”, completa Lafond.
Não deixa de ser curioso que o Mais Você, feito com toda a tecnologia moderna, seja derrotado justamente pelo programa criado pelo astro mexicano Roberto Bolaños, o Chaves, há mais de 20 anos. A série foi ao ar pela primeira vez no México em 1973, sendo exibida até 83. O encerramento aconteceu após a morte de Ramón Váldez, intérprete do Sr. Madruga, e da saída de Carlos Villagrán, o Quico. A série então perdeu força no país de origem, mas não no Brasil, onde as reprises sempre deram audiência ao SBT.
Roberto Bolaños tem hoje 73 anos e se dedica a escrever para teatro e TV, sempre trabalhando ao lado de Florinda Menza, sua esposa, que interpreta a Dona Florinda.
Atualmente, Chaves entra no ar no mesmo horário do Mais Você, às 13h45 (logo depois de Chapolin), e termina meia hora depois. A atração da Globo só sai do ar às 14h50.
Nas últimas duas semanas, enquanto os dois programas estão concorrendo a vantagem tem sido do SBT. Entre os dias 10 e 17 desse mês, na média total do minuto a minuto do Ibope, o SBT superou a Globo três vezes. Nos dias em que perdeu, a diferença foi de apenas um ou dois pontos. “Mesmo com a derrota, não deixa de ser uma vitória, neste caso, por causa da diferença de custos. O Chaves é muito mais barato que o Mais Você”, continua Lafon.
O seriado mexicano Chaves é exibido desde 84 pelo SBT e já mudou de horário inúmeras vezes, sempre mantendo bons índices de audiência: “O Chaves agrada gente de 8 a 80 anos. É popular, ainda que medíocre. Enfim, um besteirol que não agride”, completa Lafond.
Não deixa de ser curioso que o Mais Você, feito com toda a tecnologia moderna, seja derrotado justamente pelo programa criado pelo astro mexicano Roberto Bolaños, o Chaves, há mais de 20 anos. A série foi ao ar pela primeira vez no México em 1973, sendo exibida até 83. O encerramento aconteceu após a morte de Ramón Váldez, intérprete do Sr. Madruga, e da saída de Carlos Villagrán, o Quico. A série então perdeu força no país de origem, mas não no Brasil, onde as reprises sempre deram audiência ao SBT.
Roberto Bolaños tem hoje 73 anos e se dedica a escrever para teatro e TV, sempre trabalhando ao lado de Florinda Menza, sua esposa, que interpreta a Dona Florinda.
Em 1999 o menino do barril competia a audiência da mesma faixa de horário que o programa de Ana Maria Braga. Eduardo Lafond, diretor artístico do SBT na época (e que também já foi diretor do programa de Ana na época da Record) disse que “o Chaves agrada gente de 8 a 80 anos. É popular, ainda que medíocre. Enfim, um besteirol que não agride”. Agrada a todos e é popular mesmo, mas medíocre é um adjetivo totalmente mal empregado. Um seriado que caminhou com gerações de pessoas e ensinou muitas crianças a serem pessoas melhores também não é nenhum “besteirol”.
Essa mesma notícia em que Eduardo disse sua fala – de um jornal que não identificamos qual é, datado de 25/11/1999 – disse: “Não deixa de ser curioso que o Mais Você, feito com toda a tecnologia moderna, seja derrotado justamente pelo programa criado pelo astro mexicano Roberto Bolaños, o Chaves, há mais de 20 anos”. Percebam o ar de desprezo pelo Chaves, como pode um programa tão avançado com o “Mais Você” perder pra ele? Simples, não existe tanta tecnologia assim em um programa de culinária, já o Chaves, com pouco, fez muito. E tão bem feito que dura até hoje. A Rede Globo também já considerou o “Chaves” como um programa “sem qualidade técnica“.
Só quem acompanha o Chaves – mesmo que reprisado – por meses ou anos entenderá a essência do seriado. Não são comentários de pessoas que assistiram um ou dois episódios para escrever uma matéria, e que se deixam levar pela opinião de que Chaves é um mero seriado de humor simples que tirará a genialidade da turma de Roberto Gomes Bolaños. Afinal, o Chaves era simples mesmo, mas mesmo assim – e por isso mesmo – se tornou um sucesso. Foi feito muito com pouco, sendo essa a única maneira de se descobrir a essência do humor de verdade.
um cara trouxa
Gostaria que o SBT parasse de apresentar a reprise dos seriados Chaves e Chapolin. Eu acho que desenhos como Street Fighter, Mega Man e Fly poderiam ser exibidos no lugar desses enlatados tão chatos. Como é que o SBT quer roubar a audiência da Globo com uma programação de quinta como essa? Nem daqui a 200 anos.
Thiago Moreira de Matos, Belford Roxo.
Thiago Moreira de Matos, Belford Roxo.
cara depois de ler isso eu fiquei
muito indignado com o Thiago Moreira de Matos por ele ter enviado uma carta dizendo que o programa Chaves e Chapolin são de quinta categoria. Esses desenhos citados por ele, além de chatos, ensinam violência. Faço um apelo para que não se realize o desejo desse rapaz, ou as pessoas vão deixar de assistir ao SBT. O Chaves dá 17 pontos no Ibope, enquanto esses desenhos chatos dão no mínimo 5 pontos.
Família de "Chaves" tem dificuldades
Poucas famílias se beneficiariam tanto do pagamento do direito conexo quanto os Gastaldi. Quando o dublador Marcelo Gastaldi morreu, em agosto de 1995, aos 50 anos de idade, deixou a mulher, Olga, e quatro filhos. Gastaldi era a voz oficial dos personagens Chaves e Chapolin, dois dos programas mais populares da TV mexicana, e que fazem sucesso até hoje no SBT. O SBT continua faturando alto com Chaves e Chapolin (cada comercial de 30 segundos em Chaves custa cerca de R$ 8 mil), mas a família Gastaldi ficou na pior. Olga diz que, se não fosse pela bondade de amigos, a situação estaria insustentável. "A faculdade Mackenzie e o Colégio Paulistano deram bolsas de estudo para meus filhos, e até a administradora de meu prédio abonou o pagamento de nosso condomínio. Ainda há muita gente de bom coração por aí."
SEM QUERER QUERENDO
O que leva uma pessoa em sã consciência a sair de casa vestida de Chiquinha para participar de uma festa em que o namorado está fantasiado de Chaves? Pergunte para a estudante de comunicação da UFRJ Kárin Klem, 21 anos. Ela dirá que a razão é simples. "Eu me divirto. Acho que todo mundo deveria assistir ao Chaves, porque existem várias leituras. Quando você é criança, é uma coisa, quando você cresce, é outra". Em qualquer idade, Chaves, Chiquinha, Kiko, Dona Florinda, Seu Barriga, Nhonho, Seu Madruga, Professor Girafales, Bruxa do 71 fazem parte da memória afetiva de brasileiros e latino-americanos.
Depois de 25 anos no ar, Chaves ainda tem fôlego para competir com os programas da concorrência.
Hoje, a série reúne no mesmo sofá da sala duas gerações: pais e o filhos, que riem das piadas e confusões dos personagens chaplinianos e, às vezes, avós e netos. É o caso de Anaíde da Rocha, 79 anos, moradora do Flamengo. Ela não perde um capítulo, ao lado do neto, o estudante de direito Guilherme da Rocha, 23 anos. "Gosto de tudo, mas, principalmente, da implicância da Dona Florinda. O seriado lembra a minha infância", garante ela.
Felipe Caruso, 22 anos, estudante do curso de comunicação social da PUC-Rio, não acha exagerado dizer que o melhor programa infantil hoje é Chaves. "Eu gosto porque explora o humor ingênuo das crianças. A série consegue reunir a comédia, o drama e o suspense", elogia o estudante, que não se cansa de reprisar o DVD que tem em casa.
Outra grande fã é a atriz Lucélia Santos, que tentou comprar os direitos para produzir com atores brasileiros o Chaves no Brasil. Pensou até em convidar Ney Latorraca para o papel principal, mas esbarrou na incrível burocracia da Televisa. "Adoro o Chaves, é puro e lindo. É o único programa de TV que me faz parar. É bárbaro, sempre dá audiência", elogia.
Roselane Salomão, 25 anos, prestes a se formar na faculdade de medicina, em Campos, não esconde de ninguém que acaba de comprar vídeos da série. "Sou apaixonada pelo lado lúdico e pela inocência das mensagens. Quando era pequena, disse para minha mãe que eu queria morar na vila para brincar com o Chaves", conta.
Recentemente, Roselane assistiu a uma entrevista com o autor, Roberto Bolaños, intérprete de Chaves, e ele confessou que escreveu a série para mostrar a superioridade das mulheres. "Chiquinha sempre arma e se dá bem em cima dos homens. Dona Florinda sempre bate no Seu Madruga e ele nunca revida. Gosto disso", confessa Roselane, fã do programa desde que tinha 4 anos.
Os episódios que os estudantes e alguns dos internautas mais gostam foram os gravados em Acapulco, uma mudança importante já que todos os outros programas foram feitos nos estúdios da Televisa. "Além de fugir da vila, mostrou as crianças brincando na piscina", lembra a futura médica. O mais triste, recordam os aficcionados, foi ver todos os vizinhos voltando para o hotel, deixando Chaves totalmente sozinho na praia, enquanto o sol sumia no horizonte.
O que leva uma pessoa em sã consciência a sair de casa vestida de Chiquinha para participar de uma festa em que o namorado está fantasiado de Chaves? Pergunte para a estudante de comunicação da UFRJ Kárin Klem, 21 anos. Ela dirá que a razão é simples. "Eu me divirto. Acho que todo mundo deveria assistir ao Chaves, porque existem várias leituras. Quando você é criança, é uma coisa, quando você cresce, é outra". Em qualquer idade, Chaves, Chiquinha, Kiko, Dona Florinda, Seu Barriga, Nhonho, Seu Madruga, Professor Girafales, Bruxa do 71 fazem parte da memória afetiva de brasileiros e latino-americanos.
Depois de 25 anos no ar, Chaves ainda tem fôlego para competir com os programas da concorrência.
Hoje, a série reúne no mesmo sofá da sala duas gerações: pais e o filhos, que riem das piadas e confusões dos personagens chaplinianos e, às vezes, avós e netos. É o caso de Anaíde da Rocha, 79 anos, moradora do Flamengo. Ela não perde um capítulo, ao lado do neto, o estudante de direito Guilherme da Rocha, 23 anos. "Gosto de tudo, mas, principalmente, da implicância da Dona Florinda. O seriado lembra a minha infância", garante ela.
Felipe Caruso, 22 anos, estudante do curso de comunicação social da PUC-Rio, não acha exagerado dizer que o melhor programa infantil hoje é Chaves. "Eu gosto porque explora o humor ingênuo das crianças. A série consegue reunir a comédia, o drama e o suspense", elogia o estudante, que não se cansa de reprisar o DVD que tem em casa.
Outra grande fã é a atriz Lucélia Santos, que tentou comprar os direitos para produzir com atores brasileiros o Chaves no Brasil. Pensou até em convidar Ney Latorraca para o papel principal, mas esbarrou na incrível burocracia da Televisa. "Adoro o Chaves, é puro e lindo. É o único programa de TV que me faz parar. É bárbaro, sempre dá audiência", elogia.
Roselane Salomão, 25 anos, prestes a se formar na faculdade de medicina, em Campos, não esconde de ninguém que acaba de comprar vídeos da série. "Sou apaixonada pelo lado lúdico e pela inocência das mensagens. Quando era pequena, disse para minha mãe que eu queria morar na vila para brincar com o Chaves", conta.
Recentemente, Roselane assistiu a uma entrevista com o autor, Roberto Bolaños, intérprete de Chaves, e ele confessou que escreveu a série para mostrar a superioridade das mulheres. "Chiquinha sempre arma e se dá bem em cima dos homens. Dona Florinda sempre bate no Seu Madruga e ele nunca revida. Gosto disso", confessa Roselane, fã do programa desde que tinha 4 anos.
Os episódios que os estudantes e alguns dos internautas mais gostam foram os gravados em Acapulco, uma mudança importante já que todos os outros programas foram feitos nos estúdios da Televisa. "Além de fugir da vila, mostrou as crianças brincando na piscina", lembra a futura médica. O mais triste, recordam os aficcionados, foi ver todos os vizinhos voltando para o hotel, deixando Chaves totalmente sozinho na praia, enquanto o sol sumia no horizonte.
FÃ DE CHAPOLIN SE DIZ AMEAÇADO PELO SBT
O estudante Felipe Reina, criador do site "O Mundo Chavesmaníaco", diz ter recebido e-mail ameaçador do SBT por conta da campanha que comandou pela volta da série "Chapolin", tirada do ar. "Fomos ameaçados de processo judicial caso continuássemos convocando fãs a mandarem e-mails pedindo a reprise do "Chapolin'", diz Reina. O SBT nega a autoria do e-mail ameaçador.
O estudante Felipe Reina, criador do site "O Mundo Chavesmaníaco", diz ter recebido e-mail ameaçador do SBT por conta da campanha que comandou pela volta da série "Chapolin", tirada do ar. "Fomos ameaçados de processo judicial caso continuássemos convocando fãs a mandarem e-mails pedindo a reprise do "Chapolin'", diz Reina. O SBT nega a autoria do e-mail ameaçador.
HUMOR PASTELÃO FAZ SUCESSO ENTRE CRIANÇAS E ADULTOS
- Eles são ridículos, mas não fazem mal a ninguém. É melhor do que os seriados de super-heróis japoneses com monstros de borracha - diz o universitário André Batista, de 19 anos, que se diverte com os bordões de Chaves como "Foi sem querer querendo", "Tá bom, mas não se irrite" e "Isso, isso, isso!".
O ator José de Abreu, , já confessou que assiste ao enlatado mexicano com o filho
"Chaves" é um trunfo do SBT. Apesar das inúmeras mudanças de horário e das reprises, o seriado mexicano é sempre acompanhado por um público fiel, que garante médias de até 15 pontos de audiência.
Uma pesquisa encomendada recentemente pela emissora mostrou que 52% dos espectadores estão na faixa etária dos 4 aos 17 anos; 36% têm entre 18 e 49; e 12%, acima dos 50.
Uma pesquisa encomendada recentemente pela emissora mostrou que 52% dos espectadores estão na faixa etária dos 4 aos 17 anos; 36% têm entre 18 e 49; e 12%, acima dos 50.
O estudante carioca Daniel Resende, de 14 anos, faz parte de um novo público. Ele não perde um só episódio do seriado:
- O Chaves pega o jeito de pensar das crianças e faz piadas com isso. Não há malícia. O cenário também tem graça. Quando alguém bate a porta, às vezes a parede balança.
Com humor pastelão e produção mambembe, o seriado foi gravado de 73 a 80
- O Chaves pega o jeito de pensar das crianças e faz piadas com isso. Não há malícia. O cenário também tem graça. Quando alguém bate a porta, às vezes a parede balança.
Com humor pastelão e produção mambembe, o seriado foi gravado de 73 a 80
e faz sucesso em 26 países. Chaves, interpretado pelo ator mexicano Roberto Bolaños, é um menino que mora num barril e se mete em confusão com os moradores de uma vila, como Seu Madruga, Chiquinha, Quico e Dona Florinda.
- Eles são ridículos, mas não fazem mal a ninguém. É melhor do que os seriados de super-heróis japoneses com monstros de borracha - diz o universitário André Batista, de 19 anos, que se diverte com os bordões de Chaves como "Foi sem querer querendo", "Tá bom, mas não se irrite" e "Isso, isso, isso!".
O ator José de Abreu, , já confessou que assiste ao enlatado mexicano com o filho
Outro admirador de "Chaves" é o cantor e compositor paulista Zé Rodrix:
- O seriado lida com valores reais e não faz cópia de adulto. Tudo tem começo, meio e fim. É um humor ingênuo. Não tem preconceito nem apelo erótico.
não há chances de o SBT perder o seriado para outra emissora:
- Ele é um coringa da programação. Além disso, não pede aumento nem faz leilão.
"O seriado lida com valores reais e não faz cópia de adulto. Tudo tem começo, meio e fim. É um humor ingênuo. Não tem preconceito nem apelo erótico" - Zé Rodrix, cantor e compositor
"Os personagens são ridículos, mas não fazem mal a ninguém. Não há violência. É melhor do que os seriados de super-heróis japoneses com mostrengos de borracha" - André Batista, estudante.
- O seriado lida com valores reais e não faz cópia de adulto. Tudo tem começo, meio e fim. É um humor ingênuo. Não tem preconceito nem apelo erótico.
não há chances de o SBT perder o seriado para outra emissora:
- Ele é um coringa da programação. Além disso, não pede aumento nem faz leilão.
"O seriado lida com valores reais e não faz cópia de adulto. Tudo tem começo, meio e fim. É um humor ingênuo. Não tem preconceito nem apelo erótico" - Zé Rodrix, cantor e compositor
"Os personagens são ridículos, mas não fazem mal a ninguém. Não há violência. É melhor do que os seriados de super-heróis japoneses com mostrengos de borracha" - André Batista, estudante.
CHAVES PODERIA TER VERSÃO NACIONAL
Representante do SBT foi ao México negociar a criação do seriado com atores brasileiros
O seriado mexicano Chaves faz sucesso no Brasil há anos. Os episódios do programa são repetitivos já há algum tempo. Tenho estúdios. Por que não produzir novos episódios do seriado? Foi com um raciocínio semelhante a este que Sílvio Santos teve uma idéia brilhante: gravar novos episódios do menino que mora num barril, com atores brasileiros.
O empresário, dono do SBT, resolveu procurar A TELEVISA, EMISSORA QUE PRODUZIU O PROGRAMA DE CHAVES
O empresário, dono do SBT, resolveu procurar A TELEVISA, EMISSORA QUE PRODUZIU O PROGRAMA DE CHAVES
para propor-lhe participação no projeto. O SBT dispõe-se a pagar os direitos pelo uso da imagem do personagem e pretende mesclar antigos textos do programa com novos esquetes.
Um enviado do SBT, esteve na Cidade do México há pouco mais de um mês para formalizar o convite.A TELEVISA RECUSOU O CONVITE
Um enviado do SBT, esteve na Cidade do México há pouco mais de um mês para formalizar o convite.A TELEVISA RECUSOU O CONVITE
Há alguns anos, dois brasileiros ilustres tentaram convidar bolaños
a desenvolver projetos semelhantes ao de Sílvio Santos. Xuxa propôs que fizesse roteiros para seu programa. E Pelé checou a possibilidade de lançar um longa-metragem com Chaves. roberto
recusou, "em respeito ao personagem, que foi feito para a TV". Alegou também "falta de tempo".
a primeira vez que quico veio ao brasil em 1997
KIKO, AGORA, ANIMA CIRCO NO INTERIOR
ESSA FOI A MANCHETE QUE SAIA EM TODOS OS JORNAIS DE 1997, PUBLICAREI A SEGUIR, UMA NOTICIA[QUE LI JUSTAMENTE NA ÉPOCA] E QUE GUARDEI COMO NOSTALGIA:
O ator Carlos Villagrán, que ganhou fama no seriado 'Chaves', vai rodar o Estado de São Paulo durante 45 dias
ESSA FOI A MANCHETE QUE SAIA EM TODOS OS JORNAIS DE 1997, PUBLICAREI A SEGUIR, UMA NOTICIA[QUE LI JUSTAMENTE NA ÉPOCA] E QUE GUARDEI COMO NOSTALGIA:
O ator Carlos Villagrán, que ganhou fama no seriado 'Chaves', vai rodar o Estado de São Paulo durante 45 dias
Mesmo 18 anos depois de ter deixado o elenco do seriado Chaves, o bochechudo Kiko continua a ser o ganha-pão de Carlos Villagrán. Na semana passada, o ator mexicano chegou ao País para uma turnê pelo interior de São Paulo. Durante 45 dias, Villagrán volta a encarnar o personagem nas apresentações do Circo Stankowich. A estréia será em Campinas. "As trapalhadas do Kiko encerram o espetáculo: ele tenta tocar violão, cantar e dançar, mas não consegue", diz Villagrán.
Segundo o ator, Kiko era mais popular do que Chaves, o que seria uma das causas de sua saída do elenco. "Havia muito ciúme", comenta Carlos Villagrán tentou, sem sucesso, permanecer na TV: voltou a representar o personagem em programas no México e na Venezuela. Uma das séries
foi exibida pela Bandeirantes.
Na década de 80, Villagrán caiu na vida mambembe. Passou a percorrer os países onde Chaves era exibido, fazendo shows. Em 1995, esteve no sul do Brasil. Hoje, seus planos incluem shows na Europa e na Ásia - provavelmente em fevereiro. Aonde quer que vá, Villagrán tem de revelar o "segredo" das bochechas de Kiko. "Não uso nada artificial, apenas encho as bochechas de ar", diz. "Eu nasci com esse defeito de fabricação".
Sem artistas na família, Carlos Villagrán iniciou sua trajetória em 1971, com pequenas participações em programas humorísticos. No ano seguinte, o personagem que o tornou célebre surgiu ao lado de Chaves e sua turma, num quadro de Chespirito (CNT/Gazeta), programa da emissora mexicana Televisa, em que atuou por sete anos. Chegou a interpretar personagens sérios no teatro, mas sempre gostou de comédia "É muito melhor fazer o público rir do que chorar", afirma.
Concorrência - O ator diverte-se ao saber que muitos brasileiros pensam que ele está morto (do elenco, os únicos mortos são os intérpretes do sr. Madruga e de dona Clotilde, a Bruxa do 71). "Foi a concorrência do SBT que inventou isso", diz.
Villagrán afirma que nenhum dos seis filhos de seus dois casamentos pretende seguir a carreira artística. "Não tenho sucessores", lamenta Villagrán. Aos 48 anos, o comediante, que de bobo não tem nada, não descarta a possibilidade de trabalhar no vídeo, até mesmo no Brasil. "Se houver alguma proposta, terei muito prazer em voltar à TV."
Segundo o ator, Kiko era mais popular do que Chaves, o que seria uma das causas de sua saída do elenco. "Havia muito ciúme", comenta Carlos Villagrán tentou, sem sucesso, permanecer na TV: voltou a representar o personagem em programas no México e na Venezuela. Uma das séries
foi exibida pela Bandeirantes.
Na década de 80, Villagrán caiu na vida mambembe. Passou a percorrer os países onde Chaves era exibido, fazendo shows. Em 1995, esteve no sul do Brasil. Hoje, seus planos incluem shows na Europa e na Ásia - provavelmente em fevereiro. Aonde quer que vá, Villagrán tem de revelar o "segredo" das bochechas de Kiko. "Não uso nada artificial, apenas encho as bochechas de ar", diz. "Eu nasci com esse defeito de fabricação".
Sem artistas na família, Carlos Villagrán iniciou sua trajetória em 1971, com pequenas participações em programas humorísticos. No ano seguinte, o personagem que o tornou célebre surgiu ao lado de Chaves e sua turma, num quadro de Chespirito (CNT/Gazeta), programa da emissora mexicana Televisa, em que atuou por sete anos. Chegou a interpretar personagens sérios no teatro, mas sempre gostou de comédia "É muito melhor fazer o público rir do que chorar", afirma.
Concorrência - O ator diverte-se ao saber que muitos brasileiros pensam que ele está morto (do elenco, os únicos mortos são os intérpretes do sr. Madruga e de dona Clotilde, a Bruxa do 71). "Foi a concorrência do SBT que inventou isso", diz.
Villagrán afirma que nenhum dos seis filhos de seus dois casamentos pretende seguir a carreira artística. "Não tenho sucessores", lamenta Villagrán. Aos 48 anos, o comediante, que de bobo não tem nada, não descarta a possibilidade de trabalhar no vídeo, até mesmo no Brasil. "Se houver alguma proposta, terei muito prazer em voltar à TV."
palavras de um senhor que se despedia da tv[noticia de 1995]
CHAVES PERDE A ALEGRIA INFANTIL em 1995
Longe da TV em 1995 bolaños reencontrava o público no teatro
O ator diz saber que é sucesso no Brasil ("Pelé me disse, mas é verdade que ainda me vêem?") e chega a pedir desculpas ao seu público. "Sinto muito: estou velho e não posso mais fazer nem Chaves nem Chapolin"
O ator não esperava sair da TV. "Mas não quero voltar tenho trabalho na produtora e no teatro", diz. No Chespirito, sempre foi uma espécie de faz-tudo: escrevia, dirigia, produzia, atuava e compunha canções.
Sotaque - Na década de 80, chegou a receber cachê por uma visita ao Brasil, que não se concretizou por "problemas políticos". sabia dizer frases de seus personagens em português. Numa terceira tentativa, ele se lembra "Pois fique você sabendo que eu posso cumprimentar com a máo desde aqui até aquele menino de camissa branca que está lá", diz. "Está bom?"
O ator ganhou cerca de 10% das vendas internacionais de seu programa. Acha que foi insignificante. "As TVs reprisam inúmeras vezes", justifica. O SBT, por exemplo, exibe episódios (a maioria da década de 70) desde 84. orgulha-se do humor infantil que fazia "Não fazia dano."
Sua peça Onze y Doze, para o público adulto e produzida por sua mulher (Florinda Meza a dona Florinda de Chaves), fez sucesso. Mostrava
Longe da TV em 1995 bolaños reencontrava o público no teatro
em 1995
Num camarim modesto, Roberto, de 68 anos, prepara-se para entrar em cena na peça Onze y Doze. Não parece animado. O sorriso só surge quando alguém aponta sua netinha numa foto. Pouca coisa faria lembrar a alegria infantil de Chaves, personagem que tomou o ator
conhecido em toda a América Latina.
O ator diz saber que é sucesso no Brasil ("Pelé me disse, mas é verdade que ainda me vêem?") e chega a pedir desculpas ao seu público. "Sinto muito: estou velho e não posso mais fazer nem Chaves nem Chapolin"
diz, meio acanhado ao agitar o dedo indicador como seu personagem ("isso, isso"), para a sessão de fotos.
longe da TV em 1995, quando a Televisa aposentou o programa Chespirito após 25 anos no ar. "Tenho contrato de exclusividade com a emissora mas não atuo mais", diz. comandou até o fim da vida
longe da TV em 1995, quando a Televisa aposentou o programa Chespirito após 25 anos no ar. "Tenho contrato de exclusividade com a emissora mas não atuo mais", diz. comandou até o fim da vida
a Televicine, a produtora de cinema da Televisa.
O ator não esperava sair da TV. "Mas não quero voltar tenho trabalho na produtora e no teatro", diz. No Chespirito, sempre foi uma espécie de faz-tudo: escrevia, dirigia, produzia, atuava e compunha canções.
Sotaque - Na década de 80, chegou a receber cachê por uma visita ao Brasil, que não se concretizou por "problemas políticos". sabia dizer frases de seus personagens em português. Numa terceira tentativa, ele se lembra "Pois fique você sabendo que eu posso cumprimentar com a máo desde aqui até aquele menino de camissa branca que está lá", diz. "Está bom?"
O ator ganhou cerca de 10% das vendas internacionais de seu programa. Acha que foi insignificante. "As TVs reprisam inúmeras vezes", justifica. O SBT, por exemplo, exibe episódios (a maioria da década de 70) desde 84. orgulha-se do humor infantil que fazia "Não fazia dano."
Sua peça Onze y Doze, para o público adulto e produzida por sua mulher (Florinda Meza a dona Florinda de Chaves), fez sucesso. Mostrava
com humor, as desventuras de um homem que perde as funções sexuais num acidente.
faz um caminhoneiro divertido. Em cena parece recobrar a juventude e arranca gargalhadas da platéia Todos os 300 lugares do teatro costumam ser ocupados por pessoas simples, do interior do país. "A gente via o programa desde o berço", diz Rafael Peres, de 24 anos. Acompanhado por parentes, Peres viajou cinco horas para rever o antigo ídolo. "Os programas de hoje são grosseiros."
Do primeiro casamento, tem seis filhos: cinco mulheres e um homem (diretor de novelas). É fanático pelo time de futebol América do México e por Pelé. "Em 1989, Pelé queria que fizéssemos um filme juntos", diz. "Só não deu certo porque eu não queria interpretar Chaves no cinema" Quem também tentou uma parceria segundo Bola¤os, foi a equipe de Xuxa. Há um ano, representantes da apresentadora lhe propuseram que escrevesse cenas de seus programas. "Iam me pagar bem, não aceitei por falta de tempo."
faz um caminhoneiro divertido. Em cena parece recobrar a juventude e arranca gargalhadas da platéia Todos os 300 lugares do teatro costumam ser ocupados por pessoas simples, do interior do país. "A gente via o programa desde o berço", diz Rafael Peres, de 24 anos. Acompanhado por parentes, Peres viajou cinco horas para rever o antigo ídolo. "Os programas de hoje são grosseiros."
Do primeiro casamento, tem seis filhos: cinco mulheres e um homem (diretor de novelas). É fanático pelo time de futebol América do México e por Pelé. "Em 1989, Pelé queria que fizéssemos um filme juntos", diz. "Só não deu certo porque eu não queria interpretar Chaves no cinema" Quem também tentou uma parceria segundo Bola¤os, foi a equipe de Xuxa. Há um ano, representantes da apresentadora lhe propuseram que escrevesse cenas de seus programas. "Iam me pagar bem, não aceitei por falta de tempo."
o fim de chespirito em 1995
Roberto Bolaños, que faz o personagem de sucesso no SBT, passou a se dedicar só ao teatro
A história dos personagens Chaves e Chapolin é puro sucesso desde sua estréia no SBT, em 1984. No México, entretanto, o ator que faz os personagens pendurava as chuteiras em 1995.
Os dois quadros faziam parte de Chespirito, programa
que existia desde 1980. Nele, o ator Roberto Bolaños interpretava, além do super-herói e do menino que mora no barril, uma série de personagens, como El Chompiras e El Chaparron Bonaparte. Bolaños sempre foi uma espécie de faz-tudo: era produtor, diretor e criador dos tipos.
Muito mais gordo e sem querer declarar a idade, o ator desconversava quando perguntando sobre a pouca inteligência do programa "Sei que ele exerce muita influência e estou tranqüilo pois é saudável, feito com carinho e talento."
longe da TV, Bolaños continuou na peça Onze e doze- "espetáculo para jovens e adultos" produzido por Florinda Meza (a dona Florinda de Chaves) que esteve em cartaz na Cidade do México. Bolaños, claro, é o autor e diretor.
Boatos
Muito se fala que a maior parte do elenco morreu em um acidente aéreo em 1995
Não é verdade. Assim como Florinda Meza, Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha), Ruben Aguirre (professor Girafales), Edgar Vivar (Senhor Barriga) e Carlos Villagrán (Kiko) estão bem, obrigado. Quem morreu, e de causa natural, em 1995 foi Marcelo Gastaldi - o dublador que fazia as vozes de Chaves e Chapolin
Com seu jeito infantil, Chespirito já chegou aos países Turquia, Índia, Espanha, Portugal, Itália e outros 22 da América. Nos Estados Unidos, sua popularidade levou os criadores de Os Simpsons a fazerem uma alusão ao Chapolin. Bart Simpson adorava as aventuras da "abelha amarela".
América Latina -
Por conta das famosas frases "No contaban con mi astucia", "eso, eso, eso", "quiero evitar la fadiga" ou ainda "chusma, chusma" (gentalha), os atores do programa já estiveram em praticamente toda a América Latina. Quase vieram ao Brasil em 91, mas a coincidência com a visita do Papa fez com que adiassem. Tanto sucesso levou o ator Carlos Villagrán a vôos mais altos: montou um programa em que quico foi estrela[que foi exibido em 1991 pela band].
Se no México sua carreira televisiva chegava ao fim no brasil continuou sendo sucesso. Especialmente quando se leva em conta que os episódios - a maioria foi produzida na década de 70 - são sempre os mesmos.
A história dos personagens Chaves e Chapolin é puro sucesso desde sua estréia no SBT, em 1984. No México, entretanto, o ator que faz os personagens pendurava as chuteiras em 1995.
Os dois quadros faziam parte de Chespirito, programa
que existia desde 1980. Nele, o ator Roberto Bolaños interpretava, além do super-herói e do menino que mora no barril, uma série de personagens, como El Chompiras e El Chaparron Bonaparte. Bolaños sempre foi uma espécie de faz-tudo: era produtor, diretor e criador dos tipos.
Muito mais gordo e sem querer declarar a idade, o ator desconversava quando perguntando sobre a pouca inteligência do programa "Sei que ele exerce muita influência e estou tranqüilo pois é saudável, feito com carinho e talento."
longe da TV, Bolaños continuou na peça Onze e doze- "espetáculo para jovens e adultos" produzido por Florinda Meza (a dona Florinda de Chaves) que esteve em cartaz na Cidade do México. Bolaños, claro, é o autor e diretor.
Boatos
Muito se fala que a maior parte do elenco morreu em um acidente aéreo em 1995
Não é verdade. Assim como Florinda Meza, Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha), Ruben Aguirre (professor Girafales), Edgar Vivar (Senhor Barriga) e Carlos Villagrán (Kiko) estão bem, obrigado. Quem morreu, e de causa natural, em 1995 foi Marcelo Gastaldi - o dublador que fazia as vozes de Chaves e Chapolin
Com seu jeito infantil, Chespirito já chegou aos países Turquia, Índia, Espanha, Portugal, Itália e outros 22 da América. Nos Estados Unidos, sua popularidade levou os criadores de Os Simpsons a fazerem uma alusão ao Chapolin. Bart Simpson adorava as aventuras da "abelha amarela".
América Latina -
Por conta das famosas frases "No contaban con mi astucia", "eso, eso, eso", "quiero evitar la fadiga" ou ainda "chusma, chusma" (gentalha), os atores do programa já estiveram em praticamente toda a América Latina. Quase vieram ao Brasil em 91, mas a coincidência com a visita do Papa fez com que adiassem. Tanto sucesso levou o ator Carlos Villagrán a vôos mais altos: montou um programa em que quico foi estrela[que foi exibido em 1991 pela band].
Se no México sua carreira televisiva chegava ao fim no brasil continuou sendo sucesso. Especialmente quando se leva em conta que os episódios - a maioria foi produzida na década de 70 - são sempre os mesmos.
o menino que morreu em 1994 após assistir chaves[noticia de 1994]
O presidente do SBT, Sílvio Santos, tem um drama nas mãos para resolver neste carnaval: o caso do menino Pedro Victor Sampaio, de 7 anos, que morreu eletrocutado ao imitar personagens do programa Chaves e enfiar um fio numa tomada de energia elétrica. "Ele era filho único da família e eu o amava muito. Agora minha vida mudou de sentido e acho que vou enlouquecer", escreveu a mãe de Pedro Victor, Maria Nádia Bezerra Sampaio, de Canindé, em carta a Sílvio Santos, enviada ontem.
Pedro Victor morreu no dia 1º fevereiro quando assistia na sua casa, em Canindé, ao enlatado mexicano do SBT. Na telinha, os personagens seu Madruga e seu Barriga enfiavam o dedo na tomada e tremiam. O menino pegou um fio velho da enceradeira, imitou a cena e caiu morto. Seu pai, o radialista Pedro Sampaio Neto, ainda levou-o ao hospital, mas ele chegou sem vida.
"Não quero que isso venha a ocorrer com outras famílias, porque a dor que estou sentindo será minha companheira para o resto da vida", escreveu Maria Nádia.
No Colégio Menino Jesus, onde Pedro Victor estudava, sua carteira ficou vazia e os colegas decidiram que nela ninguém mais sentará. A diretora da escola, Joane Laurene de Oliveira, lidera mobilização de mães em Canindé para boicotar o SBT. "A programação infantil da emissora está muito dirigida à violência, o que não é correto", diz.
O diretor administrativo e de divulgação do SBT, Ademar Dutra, negou ontem, em São Paulo, qualquer responsabilidade da emissora pela morte de Pedro Victor. "É um absurdo querer culpar o programa e o SBT por essa tragédia", diz Dutra. "Transmitimos o Chaves há mais de 10 anos e não há violência alguma nos seus personagens. É um pastelão, uma espécie de Trapalhões mexicano, com um clima poético e ingênuo", define o diretor do SBT. Segundo Dutra, a emissora tomou conhecimento do fato através das agências de notícias.
UMA LIÇÃO QUE VEM DO PIAUÍ
O SBT publicou esta semana um anúncio de página inteira vangloriando-se de ter sido sua a primeira imagem a chegar por televisão em uma cidadezinha perdida no sertão do Piauí em 1993 baseando-se em reportagem divulgada por um jornal paulista. Matérias deste tipo não são de hoje e costumam freqüentar as edições dos jornais, revelando as curiosidades e as ambivalências do país. Não importa. A reportagem está lá e se tornou motivo de promoção para o SBT. Não chegaria a ser também razão para espanto não fosse o fato de que o primeiro programa assistido pelos moradores de Lagoa do Barro, a 530 km de Teresina, foi a comédia mexicana Chaves. Como exemplo de ingresso da pequena cidade na modernidade.
Tudo isto poderia ser apenas mais uma das curiosidades do Brasil, mas traz embutido um aspecto um pouco mais sério, pois ingo artur campos reis,prefeito da cidade na época falou mal[pra variar, nos anos 90 ninguem reconhecia o sucesso de chaves] do chavinho:
"Poderia ser um bom motivo para o SBT se envergonhar de sua programação medíocre, mas isto vem confirmar a falência do sistema nacional de televisões educativas. Além de nunca ter se aparelhado para levar seu sinal a localidades tão distantes quanto Lagoa do Barro, onde, aliás, sua ação deveria ser prioritária, deixou, por omissão, que aquela população carente se sintonizasse com a sociedade nacional através da imagem de Chaves. Que tipo de ganhe aquela comunidade piauiense pode ter a partir de seu acesso à televisão? Nada, além de constatar que Lagoa do Barro, afinal, não era tão atrasada assim"
Vale, então, perguntar para o que servem as televisões educativas. É claro que também não se pode considerar que algumas aulas de Química ou Português respondam à questão. E os programas de educação à distância, consumindo milhares (ou milhões) de dólares, não vão além dos limites do comodismo de seus sinais urbanos. Aliás, este sistema de televisões educativas nunca chegou a constituir um modelo útil para o país. Elas são chatas, pobres, malfeitas e, por ausência, acabam valorizando as imagens de Chaves.
uma curiosa carta de 1991
QUEM É CHAVES?
EM 1991, NO JORNAL DO BRASIL, UMA PESSOA MANDOU UMA CARTA[REPRODUZIDA ABAIXO] QUERENDO SABER MAIS SOBRE CHAVES, POIS O SBT NÃO EXIBIA OS CRÉDITOS FINAIS, SEGUE A CARTA NA ÍNTEGRA:
Quero fazer uma reclamação contra o SBT. Num vício comum, aliás, a várias outras emissoras, este canal escamoteia as fichas técnicas de vários filmes de TV, como os desenhos animados curtos (por exemplo, o Pica-pau), o que equivale a uma forma mesquinha de censura (por economia de tempo).
Ora, eu aprecio as séries mexicanas do Chaves e do Chapolin (principalmente este último, pois o primeiro é algo bisonho). Mas, graças à emissora, não sei quem produz a série, quem a dirige, e tampouco quem a interpreta. Quem são os artistas, principalmente o intérprete principal, que é muito bom comediante? E o magricela implicante, qual o nome do ator? Nem os nomes dos episódios aparecem. [ass.] - Rio de Janeiro
EM 1991, NO JORNAL DO BRASIL, UMA PESSOA MANDOU UMA CARTA[REPRODUZIDA ABAIXO] QUERENDO SABER MAIS SOBRE CHAVES, POIS O SBT NÃO EXIBIA OS CRÉDITOS FINAIS, SEGUE A CARTA NA ÍNTEGRA:
Quero fazer uma reclamação contra o SBT. Num vício comum, aliás, a várias outras emissoras, este canal escamoteia as fichas técnicas de vários filmes de TV, como os desenhos animados curtos (por exemplo, o Pica-pau), o que equivale a uma forma mesquinha de censura (por economia de tempo).
Ora, eu aprecio as séries mexicanas do Chaves e do Chapolin (principalmente este último, pois o primeiro é algo bisonho). Mas, graças à emissora, não sei quem produz a série, quem a dirige, e tampouco quem a interpreta. Quem são os artistas, principalmente o intérprete principal, que é muito bom comediante? E o magricela implicante, qual o nome do ator? Nem os nomes dos episódios aparecem. [ass.] - Rio de Janeiro
a droga QUE FAZ A CABEÇA, o jornalista que falava mal de chaves
Tem um jornalista que apareceu anos atrás nas nossas telinhas vendendo seriedade e competência para nos convencer a entrar na guerra contra a inflação. Você já deve ter visto: ele diz que não faz política (mas está fazendo), diz que não é candidato a nada e declara ser apenas "o futuro" do nosso país. Toda vez que ele aparecia eu fico preocupado, pois ele falaria mal de chaves mais uma vez, ele vivia dizendo que era preocupado com o futuro do brasil só de pensar que, milhares de crianças, de Norte a Sul na cidade assistiam chaves.
e eu confesso que isso me embanana. Por que as crianças gostam tanto do Chaves e o do seu companheiro Chapolin? A série é mexicana, escrita, dirigida e estrelada por roberto gomez bolaños.
segundo ele A dublagem é péssima, a tradução bastante ruim, os cenários são ridículos (daquele tipo que balança quando uma porta se abre), parece um programa da década de 50, fica uma belezinha em preto e branco. entre outros absurdos que publicava diariamente em sua coluna do jornal do brasil.
ele difamava chaves dizendo que o programa era abobalhado e um tanto idiota,entre seus argumentos, destaco um,publicado em 1999:
"O programa não tem abertura, não existe uma apresentação, ele simplesmente começa. Não há quase produção, os figurinos não entrariam na Casa Turuna[extinta casa de fantasias carioca]as piadas são antigas, aquele tipo de esquete meio atrapalhado em que certas palavras assumem um duplo sentido, como certas situações, de final mais do que previsível.
"Os atores que contracenam com Chaves e Chapolin não conseguiram fazer sequer uma ponta no teatro da escola do seu filho, só o Chaves se salva com algumas caretas, assim mesmo a variação é zero e depois de dois ou três closes a coisa fica chata. Então por que as crianças gostam? Não pense você que nossas crianças são débeis mentais. Toda a América Latina, mais Espanha e Itália assistem o programa. A trupe responsável por essa pequena aberração televisiva fatura alto, fazendo excursões e se apresentando ao vivo. Parece entretanto que não teremos o privilégio de vê-los num palco brasileiro tão cedo, a menos que eles aprendam a falar português ou que nossas crianças aprendam espanhol"
"nada responde à pergunta essencial: por que as crianças gostam? Talvez seja esse primarismo mesmo, essa coisa descomplicada que atraia nossos petizes. Minha filha ri quando o Chaves faz alguma besteira e diz que "foi sem querer querendo". A amiguinha dela gosta da "Chiquinha" (a garota da turma do programa), porque acha engraçado quando ela "chora sem lágrimas"...
"domingo passado eu fiquei prestando atenção nos Trapalhões, para tentar uma comparação, não de estilo, mas de gosto. Os Trapalhões se preocupam com figurinos, com os extras, existe uma evidente produção por trás do programa, muito embora Renato Aragão se esforce por bagunçar todos os esquemas armados. O texto é mais sofisticado do que o do Chaves e, na verdade, não se dirige só às crianças, é feito pra gente grande também. Não sei como ficaria Mussum traduzido para o espanhol, talvez melhor do que o Chaves traduzido para o português"
"nossas crianças não estão sujeitas a um tipo de humor que justifique essa paixão pelo Chaves. Mas elas gostam e emendam no programa que vem logo depois, o Bozo, aquele palhaço do consumo que vende mais do que diverte. Vai entender"..
em 2000 ingo ostrowsky foi demitido depois de diversas reclamações pois ele falava muito mal de chaves.
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