sábado, 27 de fevereiro de 2016
o menino que morreu em 1994 após assistir chaves[noticia de 1994]
O presidente do SBT, Sílvio Santos, tem um drama nas mãos para resolver neste carnaval: o caso do menino Pedro Victor Sampaio, de 7 anos, que morreu eletrocutado ao imitar personagens do programa Chaves e enfiar um fio numa tomada de energia elétrica. "Ele era filho único da família e eu o amava muito. Agora minha vida mudou de sentido e acho que vou enlouquecer", escreveu a mãe de Pedro Victor, Maria Nádia Bezerra Sampaio, de Canindé, em carta a Sílvio Santos, enviada ontem.
Pedro Victor morreu no dia 1º fevereiro quando assistia na sua casa, em Canindé, ao enlatado mexicano do SBT. Na telinha, os personagens seu Madruga e seu Barriga enfiavam o dedo na tomada e tremiam. O menino pegou um fio velho da enceradeira, imitou a cena e caiu morto. Seu pai, o radialista Pedro Sampaio Neto, ainda levou-o ao hospital, mas ele chegou sem vida.
"Não quero que isso venha a ocorrer com outras famílias, porque a dor que estou sentindo será minha companheira para o resto da vida", escreveu Maria Nádia.
No Colégio Menino Jesus, onde Pedro Victor estudava, sua carteira ficou vazia e os colegas decidiram que nela ninguém mais sentará. A diretora da escola, Joane Laurene de Oliveira, lidera mobilização de mães em Canindé para boicotar o SBT. "A programação infantil da emissora está muito dirigida à violência, o que não é correto", diz.
O diretor administrativo e de divulgação do SBT, Ademar Dutra, negou ontem, em São Paulo, qualquer responsabilidade da emissora pela morte de Pedro Victor. "É um absurdo querer culpar o programa e o SBT por essa tragédia", diz Dutra. "Transmitimos o Chaves há mais de 10 anos e não há violência alguma nos seus personagens. É um pastelão, uma espécie de Trapalhões mexicano, com um clima poético e ingênuo", define o diretor do SBT. Segundo Dutra, a emissora tomou conhecimento do fato através das agências de notícias.
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