sábado, 27 de fevereiro de 2016

palavras de um senhor que se despedia da tv[noticia de 1995]

CHAVES PERDE A ALEGRIA INFANTIL em 1995

Longe da TV em 1995 bolaños reencontrava o público no teatro


em 1995
 Num camarim modesto, Roberto, de 68 anos, prepara-se para entrar em cena na peça Onze y Doze. Não parece animado. O sorriso só surge quando alguém aponta sua netinha numa foto. Pouca coisa faria lembrar a alegria infantil de Chaves, personagem que tomou o ator
 conhecido em toda a América Latina.

O ator diz saber que é sucesso no Brasil ("Pelé me disse, mas é verdade que ainda me vêem?") e chega a pedir desculpas ao seu público. "Sinto muito: estou velho e não posso mais fazer nem Chaves nem Chapolin"
 diz, meio acanhado ao agitar o dedo indicador como seu personagem ("isso, isso"), para a sessão de fotos.

  longe da TV em  1995, quando a Televisa aposentou o programa Chespirito após 25 anos no ar. "Tenho contrato de exclusividade com a emissora mas não atuo mais", diz. comandou até o fim da vida
 a Televicine, a produtora de cinema da Televisa.

O ator não esperava sair da TV. "Mas não quero voltar tenho trabalho na produtora e no teatro", diz. No Chespirito,  sempre foi uma espécie de faz-tudo: escrevia, dirigia, produzia, atuava e compunha canções.

Sotaque - Na década de 80, chegou a receber cachê por uma visita ao Brasil, que não se concretizou por "problemas políticos".  sabia dizer frases de seus personagens em português. Numa terceira tentativa, ele se lembra "Pois fique você sabendo que eu posso cumprimentar com a máo  desde aqui até aquele menino de camissa  branca que está lá", diz. "Está bom?"

O ator ganhou cerca de 10% das vendas internacionais de seu programa. Acha que foi insignificante. "As TVs reprisam inúmeras vezes", justifica. O SBT, por exemplo, exibe episódios (a maioria da década de 70) desde 84.  orgulha-se do humor infantil que fazia "Não fazia dano."

Sua peça Onze y Doze, para o público adulto e produzida por sua mulher (Florinda Meza a dona Florinda de Chaves), fez sucesso. Mostrava
 com humor, as desventuras de um homem que perde as funções sexuais num acidente.

 faz um caminhoneiro divertido. Em cena parece recobrar a juventude e arranca gargalhadas da platéia Todos os 300 lugares do teatro costumam ser ocupados por pessoas simples, do interior do país. "A gente via o programa desde o berço", diz Rafael Peres, de 24 anos. Acompanhado por parentes, Peres viajou cinco horas para rever o antigo ídolo. "Os programas de hoje são grosseiros."

Do primeiro casamento,  tem seis filhos: cinco mulheres e um homem (diretor de novelas). É fanático pelo time de futebol América do México e por Pelé. "Em 1989, Pelé queria que fizéssemos um filme juntos", diz. "Só não deu certo porque eu não queria interpretar Chaves no cinema" Quem também tentou uma parceria segundo Bola¤os, foi a equipe de Xuxa. Há um ano, representantes da apresentadora lhe propuseram que escrevesse cenas de seus programas. "Iam me pagar bem, não aceitei por falta de tempo."

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