sábado, 9 de janeiro de 2016

ch no brasil: 1996/1997/1998/1999

Em 1996, pela primeira vez, o Brasil recebe a visita de um ator CH, sendo ele ninguém menos que nosso querido Carlos Villagrán, o Quico. Ele veio com seu show ao Brasil, se apresentando em várias cidades do Sul e ainda participou de dois programas do SBT: ”Programa Livre”, apresentado por Serginho Groissman e foi entrevistado por Jô Soares, em um encontro emocionante com sua voz brasileira, Nelson Machado.
 Em 96, "Chaves" era exibido duas vezes ao dia no SBT.
Também começou a dar as caras um impostor que se dizia ser o Quico, no Sul, enganando muitas pessoas, Lembrando que, naquela época, praticamente ainda não existia Internet no Brasil e as informações sobre "Chaves" eram muito pobres. Seu nome é Roberto Vásquez, e hoje em dia não se sabe por onde se encontra. No mesmo ano, o SBT retira do ar o episódio ”Uma coisa é ser Sansão e outra é usar peruca” (1974).
1997
O que marcou para os brasileiros foi a estreia do programa Chespirito no Brasil! Em sua divulgação, a rede CNT dizia que se tratava de uma "nova versão do programa Chaves".

Dia primeiro de junho de 1997 (domingo), às 19h: estreia o programa Chespirito na CNT, com quatro quadros: Dr. Chapatin, Chaves (na escolinha), Chômpiras e Chaparron Bonaparte. A abertura e os créditos finais foram exibidos.

O Programa Chespirito era exibido de segunda a sexta em horário nobre, às 20h30m. E aos domingos, mais cedo, às 19h. 
 A dublagem do programa ficou a cargo da BKS e depois da Parisi Video, tendo Sérgio Galvão na voz de Chespirito, Marta Volpiani na voz de Florinda Meza, Sidney Lilla na voz de Rubén Aguirre, Ivo Roberto na voz de Edgar Vivar, Isaura Gomes e Helena Samara dublando Anabel Gutiérrez, Helena Samara e Gessy Fonseca na voz de Angelines Fernández, Sandra Mara Azevedo na voz de Maria Antonieta de Las Nieves, Wellington Lima e José Parisi Jr. na voz de Horácio Gómez Bolaños e Eleu Salvador junto a Mário Vilela na voz de Raúl ”Chato” Padilla. Na BKS, a direção de dublagem ficou a cargo de Sandra Mara Azevedo auxiliada por Sérgio Galvão e já na Parisi Video, a direção ficou a cargo de José Parisi Junior.
Pela primeira vez, o Brasil conheceria uma nova fase de Chaves e Chapolin, com os episódios comprados pela emissora da época de 1990 a 1995. Chompiras, Chaparrón Bonaparte, Dr.Chapatín, entre outros, davam as caras com grande destaque pela primeira vez no dia primeiro de junho de 1997, às 19 horas da noite.
Após a saída de Ramón Valdés (Seu Madruga) e de Carlos Villagrán (Quico) dos seriados, Chespirito continuou a produzir episódios por mais quinze anos. Porém, esses episódios não são aplaudidos de pé como os grandes clássicos de Chaves e Chapolin – até mesmo quadros desses dois personagens foram gravados depois de 1979, sem o mesmo êxito.

Mas o que é exatamente o programa Chespirito? Simples; foi o programa que Chespirito gravou no início da carreira e voltou a gravar em 1980. Consistia em unir os quadros de seus personagens em um único programa – Chaves e Chapolin, no início faziam parte desse programa, mas, devido ao sucesso absoluto, acabaram virando programa individuais, transformando os quadros dos outros personagens em quadros secundários inseridos periodicamente nos programas principais. A partir deste momento, o programa Chespirito deixara de existir.

Chaves e Chapolin foram gravados pelos sete anos seguintes até que o inevitável aconteceu: com a saída de Carlos Villagrán e, posteriormente, de Ramón Valdes das séries, o programa Chespirito ressurgiu.

Dessa vez, Chespirito tirou da manga um trunfo: seu velho personagem Chômpiras ganhava novos e maiores quadros, tornando-se o carro-chefe do programa Chespirito. Outros personagens também foram revividos. E outros foram criados para fazer parte do programa, como Chaparron Bonaparte e Dom Caveira.

Lembremos que no início, Chômpiras fazia parceria com Peterete – interpretado por Ramón Valdes – e, poucas vezes, Botijão – mais tarde parceiro de Chômpiras – apareceu ao lado dos dois.

Quase todos os quadros de Chômpiras tinham duração de quarenta a quarenta e cinco minutos, o que fazia com que o programa do dia tivesse apenas um episódio – quandos os quadros eram curtos, exibia-se até seis ou mais por programa.


Chompiras e Chaparron: Brasil conheceria novos personagens de Bolaños

Os atores já estavam mais velhos e não tinham mais a agilidade que os consagraram nos anos 70 para correr, pular, cair... Chômpiras é um quadro de piadas textuais, principalmente por parte de Florinda Meza que interpretara Chimoltrúfia, uma mulher de pouca instrução escolar que se dedica muito a falar incorretamente, sendo divertidamente corrigida pelos que estão a sua volta; e também por parte de Rubén Aguirre, que interpretara o desajeitado Refúgio, um desajeitado sargento de polícia, que com suas idiotices sempre crê estar fazendo as coisas corretamente e tenta em vão uma promoção.

Chaparron Bonaparte é outro quadro que não exige agilidade dos atores. São quadros simples e bons; muitas pessoas o consideram o melhor quadros do programa. Chaparron Bonaparte e seu fiel amigo Lucas Tanheda são dois loucos que nem ao menos se dão conta disso e consideram, de forma divertida, que a humanidade inteira, com exceção deles, é que está louca.

Doutor Chapatin era um grande quadro periodicamente inserido nos programas Chaves e Chapolin e que acabou ganhando força maior no programa Chespirito. Seus quadros passaram a ser realizados com maior freqüência – quase em todos os programas de quadros curtos ele aparece. Chapatin é – como todos sabem – um médico veterano, e a coisa quem menos suporta na vida são piadas sobre sua velhice. É apaixonado por sua enfermeira – interpretada por Florinda Meza.

Quando estava próximo do fim do programa Chespirito, mais um personagem fora criado: Dom Caveira – que, por sinal, rendeu pouquíssimos episódios. Trata-se do dono de uma funerária que deseja todas as viúvas que aparecem em seu escritório. Com suas piadas de humor negro, Dom Caveira consegue divertir qualquer telespectador.

Outro personagem que merece destaque é Ciudadáno Gómez, um trabalhador de diversos ramos – cada episódio aparece com um tipo de profissão. Ciudadáno já foi tapeceiro, vendedor de venenos contra ratos... Alguns quadros foram realizados no início da carreira de Chespirito, mas abandonado em seguida, retomando-se no programa Chespirito. Outros quadros especiais foram desenvolvidos por Chespirito ao longo dos anos. Ele interpretou grandes personalidades históricas como: Júlio César, Napoleão Bonaparte, Frederick Chopin, e até interpretou a si mesmo em quadros intitulados Chespirito. São quadros interessantíssimos que, felizmente, apareceram em todos os anos de vida das séries.

Chespirito também nunca negou sua paixão por grandes clássicos do cinema, atrevendo-se a interpretar a ninguém mais ninguém menos que Charlie Chaplin e Stan Laurel com grande sucesso – até um Oscar do Fã-Clube Oficial de Stan Laurel & Oliver Hardy Chespirito ganhou por sua maravilhosa interpretação. Muitos foram os quadros realizados por Chespirito homenageando estes artistas mais que extraordinários. Mas Chespirito também homenageou outros grandes clássicos do cinema e da TV inserindo em seus episódios piadas interpretadas originalmente em outras séries de sucesso, como: "Os Três Patetas", "Agente 86" etc.

Infelizmente, há um personagem de Chespirito que não durou muito tempo: Vicente Chambón. Este, era um repórter investigativo bastante atrapalhado. O quadro fora criado no início dos anos 80 para ser introduzido no programa Chespirito. No Brasil, o personagem é inédito.

O quadro Chaves deixou de ser produzido em 1992 e, Chapolin,  tambemem 1992. O programa Chespirito deixou de ser realizado em 1995.


O Programa Chespirito foi conhecido pela primeira vez no Brasil em 1997, na CNT (Gazeta). Em 2001, foi ao ar no SBT com o nome de Clube do Chaves.


CNT apresentou o Programa Chespirito em 1997

Sobre a dublagem: foi feita em dois estúdios. Primeiro, na BKS, com direção geral da Sandra Mara (Chiquinha), auxiliada por Sérgio Galvão (a nova voz de Chespirito). Depois, o programa foi para o estúdio Parisi Video, sob direção de José Parisi Jr. 

Para esta dublagem, Osmiro Campos e Mario Villela foram substituídos por Sidney Lilla e Ivo Roberto "Tatu", respectivamente. Diga-se de passagem, os dois fizeram um ótimo trabalho, com exceção do Nhonho. Mas é claro que o professor Girafales e o Sr. Barriga com outras vozes causaram enorme estranhamento! O Botijão do Tatu ficou impecável, assim como o Sargento Refúgio do Sidney. Nunca vi melhor dublagem para "Los Caquitos" (Chômpiras), inclusive a melhor voz do Chômpiras para mim é a do Sérgio Galvão!

O magnífico Eleu Salvador voltou para dublar Raúl Padilla. E, felizmente, as personagens de Florinda Meza permaneceram com a Marta Volpiani, que arrasou na Chimoltrúfia!

Apesar das sentidas ausências do Osmiro e do Villela nesta dublagem, eu a considero a segunda melhor já feita no Brasil (a melhor para o Programa Chespirito dos anos 80/90). Isso se deve também à direção da Sandra Mara, uma das melhores diretoras de dublagem do país.

No começo, a dublagem não colocou risadas gravadas (claques), mas depois isso foi "corrigido".

Em pouco tempo, Chespirito se tornou um dos programas de maior audiência da CNT.
Se eu já era um grande fã de Chaves e Chapolin, em 97 eu acho que me tornei um cidadão fanático, pois foi assistindo ao programa Chespirito na CNT que eu passei a me interessar tanto por Chespirito e por todos os outros atores e seus trabalhos além de Chaves e Chapolin. Eu queria saber tudo sobre eles, conhecer suas histórias e trajetórias e, claro, saber o que faziam "atualmente" (em 97). Com a ajuda da Internet (a que tive acesso em casa no começo de 98), eu comecei a pesquisar loucamente... Visitei os primeiros sites de Chaves criados e comecei a me corresponder com os primeiros fãs: Leandro Morena, Leandro Lima, Estevan e Felipe Betschart (fundador do primeiro fã-clube, que era o site FCBCC: Fã-Clube Brasil Chaves e Chapolin)...


1998

Na Internet, surgiam os primeiros sites sobre Chaves e Chapolin.

Os fãs foram se conhecendo  e assim começava a se organizar uma legião de fãs de Chespirito que um dia se tornaria a maior do mundo!
A emissora começou exibindo episódios compostos por vários esquetes, depois apenas episódios cheios, voltando nos últimos dias de exibições a exibir episódios com vários quadros. Logo, o programa ficou com seus horários e dias de exibições bagunçados, saindo temporariamente da grade. Voltou por um curto tempo depois ao ar, saindo definitivamente em 1998 do ar. Foram exibidos pela emissora ao todo 76 episódios, sendo reprisados a exaustão.
Com isso, o SBT não perdeu tempo e adquiriu o programa Chespirito, anunciando à partir de 1999 já em chamadas. Porém, a dublagem não agradou a emissora e o programa foi redublado pela Gota Mágica. A direção de dublagem ficou a cargo de Mário Lúcio de Freitas, César Leitão e Osmiro Campos. O elenco de dublagem selecionado foi Cassiano Ricardo para Chespirito, Marta Volpiani para Florinda Meza, Osmiro Campos para Rubén Aguirre, César Leitão para Edgar Vivar, Helena Samara para Angelines Fernández, Jorge Alex para Raúl ”Chato” Padilla, Mário Lúcio de Freitas para Horácio Gómez Bolaños, Cecília Lemes para Maria Antonieta de Las Nieves e Emerson Caperbat para Moisés Suárez. Os nomes dos personagens foram quase todos adaptados, e por ordem do SBT, deveriam estar todos com a sigla ”CH” em seu início.
Chompiras virou Chaveco, Botija virou Botijão, Chaparrón Bonaparte virou Pancada Bonaparte, Lucas Tañeda virou Lucas Pirado, Don Calavera virou Dom Caveira, já os demais permaneceram com seus nomes originais. Pancada não pode ficar com a sigla ”CH” pois a equipe de dublagem não pensou em nenhum nome bom com isso para o personagem, sendo que inclusive foi se pensado em ”Chapado”.
Misteriosamente, no mesmo ano, o SBT estréia como filme na sessão de filmes intitulada ”Cinema em casa” uma saga de duas partes do programa ”Chespirito”… com dublagem MAGA! Sendo a saga ”Aventuras em Marte”, de 1981, do Chapolin. A emissora também retirou do ar o episódio ”A falta de água” (1974), de Chaves, agora definitivamente.
Mas a grande coisa que ocorreu em 1999 foi Chaves ter batido de maneira espetacular a Rede Globo, dando uma audiência incrível ao SBT contra o recém estreado programa de Ana Maria Braga, chamado ”Mais Você”.


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