domingo, 10 de janeiro de 2016

Chompiras: o carro-chefe do Programa Chespirito



 venho lhes falar sobre um quadro clássico de Chespirito, que ganhou maior consistência nos anos 90.
             Desde os primeiros anos das séries de Chespirito, um quadro muito interessante fora criado. E seu elenco principal, contava apenas com dois atores: Bolaños e Valdez, os famosíssimos Chompiras[beterraba no brasil em episódios desta fase] e Peterete respectivamente.
            Alguns quadros foram realizados e alcançou um certo sucesso. Porém, na época, a estrela do espetáculo era o Chaves. O garoto de oito anos mais atrapalhado do mundo era a sensação do programa, passando de um simples quadro do velho Programa Chespirito para um programa individual. Chapolin era outra sensação do programa passando também a ter um quadro. 

A  invasão dos venusianos: um episódio divertidíssimo de Chompiras e Botijão 

            Porém, depois de alguns anos sem ser gravado, o Programa Chespirito voltou. Só que, desta vez, a sensação do programa não seria mais nem o Chaves nem o Chapolin, até porque os atores já estavam idosos e sem a agilidade de sempre para realizar as mesmas piadas de quedas que realizavam antes. Nesta ocasião, o quadro sensação passaria a ser Chompiras[ou chaveco no clube do chaves], só que vocês devem estar se perguntando:

            ‘Mas, com a morte de Ramón Valdez, o quadro não deveria ter se encerrado, sendo que o mesmo interpretava o parceiro de Chompiras?

            Não. Quando o quadro de Chompiras voltou a ser gravado, muitos atores e atrizes foram acrescentados ao grupo tradicional de Chespirito e Valdez fora substituído por Edgar Vivar. E a personagem de Vivar não tinha a menor intenção de ocupar o lugar do eterno Peterrete, por isso, essa personagem se chamaria Gordon Botijão. E o detalhe é que as histórias se passaram em uma época após a prisão dos dois e ambos já não eram bandidos e sim, regenerados.
            Os episódios de Chompiras mandaram na fase mais atual do Programa Chespirito. Quando Chespirito foi ao ar pela primeira vez no Brasil pela CNT, muitos quadros foram exibidos, e a maioria eram de Chompiras.
            Mas, afinal, qual era a duração dos quadros de Chompiras? Bem, a resposta é bem simples: os quadros de Chompiras tem as mais variadas durações; de 5 a 90 minutos.
             a CNT  exibiu quadros de outros personagens, mas muitissimos quadros de Chompiras foram exibidos sem cessar. Os outros que faltaram foram sendo exibidos aos poucos. A maior parte dos quadros de Chompiras tinham a duração de 40 a 45 minutos, tomando sozinho todo o espaço do Programa, pois quando os quadros tinham essa duração, apenas um episódio era exibido por programa.
            Alguns quadros de continuação também foram exibidos pela emissora. Um dos mais geniais foi " a volta de chamóis, o bandido das mil faces" de 1992. É um episódio de 80 minutos (2 episódios de 40 minutos cada). O episódio conta a história de um bandido muito perigoso que é procurado pela polícia, e só pode ser reconhecido por uma cicatriz na barriga da perna. O bandido é um sósia de Chompiras (obviamente também interpretado por Bolaños). Pequeno[arturo tenório],um dos comparsas de Chamóis  descobre Chompiras e tem uma idéia diabólica: assassinar  Chompiras para que todos pensassem que Chamóis tinha morrido. Porém, o que Pequeno não sabia era que Chompiras, apesar de já ter sido um gatuno, era agora um trabalhador honrado e um homem respeitado pela polícia. Só que, mesmo assumindo riscos, a mente doentia de Chamóis não desistira do plano e a história segue seu rumo. Refúgio acha que Chompiras voltou a ser um bandido e prende Chamóis. Chimoltrufia o confunde também com o velho amigo Chompiras e resolve lhe fazer uma visitinha na cadeia. Muitas situações ocorrem, até que ela se vê obrigada a vestir a roupa de Chamóis, e, Chamóis, a dela. 

Chamóis vestido de Chimoltrufia  

            Muitos outros episódios de Chompiras marcaram o Programa Chespirito. Na verdade, creio que, se a maior parte dos quadros gravados para essa fase da série pertencessem aos personagens Chaves e Chapolin, a série teria sido um fracasso total, tanto que remakes de episódios clássicos foram feitos, sem grande sucesso, mesmo utilizando-se praticamente das mesmas piadas.
            Outro episódio que eu gosto muito: alo quem fala? de 1994. Este é um dos episódios mais divertidos, pois usa-se um objeto bastante simples e ao menos tempo incomum: a metade de um telefone fixo.
            Neste episódio de 20 minutos, Refúgio, ao saber por um amigo que trabalha na rodoviária que Maruja estava na cidade, sai correndo sem desligar o telefone, e, no embalo, leva o fone com ele. Chegando ao hotel, todos estranham aquilo e Maruja tem uma idéia para que o Sargento não passe vergonha: dizer que aquilo era um novo modelo de telefone celular. Uma confusão muito grande é armada por causa deste celular

seu Cecílio se atrapalha com os fones 

            Outros episódios de Chómpiras merecem destaque. Um deles é ‘o mistério do quarto 11’. Episódio esse que conta com a participação de Anabel Gutierrez, atriz que interpreta brilhantemente a mãe de Chimoltrufia. Este episódio é mais ou menos parecido com o clássico ‘Hospedaria sem estrelas’ de 1977 do Chapolin. Tudo começa quando Dom Cecílio tem que sair um pouco de seu posto e pede que Chimoltrufia tome conta do balcão. Ela então manda Chompiras ficar. A contra-gosto ele fica e hospeda Maruja no último quarto disponível. Enquanto ele vai comprar um sanduíche para Maruja, Chimoltrufia fica furiosa ao perceber que ele deixou o balcão vazio e assume-o. Logo sua mãe chega e sem saber que já havia alguém hospedado no quarto, ela o aluga para sua mãe. Muitas situações acontecem até que um terceiro hóspede chega ao mesmo quarto, causando a maior confusão. 

Três hóspedes e um destino: muitas confusões entre nossos velhos amigos 

            Vou falar sobre um último episódio. E deixei esse para o final, pois, sempre se deixa o melhor para o fim. Trata-se de uma versão para o clássico ‘A festa da amizade’ de 1973. Esta versão tem vinte minutos a mais do que a clássica realizada para o Chaves.
            Começa quando Refúgio vê a porta do hotel aberta e lembra-se que Dom Cecílio lhe disse que ficaria fechado para reforma. Mas, já lá dentro, dá de cara com Cecílio que lhe diz que os empregados da Companhia que fez o trabalho prometeram que levariam alguns dias para fazerem o serviço, porém, ia se realizar uma festa para os empregados da Companhia, e como lhes convinham, terminaram o trabalho em meio dia. E Dom Cecílio iria aproveitar e fazer o mesmo que fez a outra Companhia: uma festa para os empregados do hotel.
            Começam a comprar muitas coisas, e claro, uma pichorra, que neste episódio foi traduzida ao pé-da-letra: pinhata. Neste episódio, seu Cecílio é o autor da velha frase do Madruguinha: ‘sem pinhata/pichorra não tem festa’.
            E esse aviso de nada adianta, pois Chompiras quebra algumas pichorras sem querer. Mas enfim, consegue-se fazer a tal festa e com a pichorra.
            Nesta festa, o Sargento Refúgio (que ainda não conhecia a Maruja) dançou e se encantou com a sobrinha de seu Cecílio. Chega a hora dos versos para pedir pousada e, logo em seguida, a hora tão esperada: de quebrar a pichorra.
            Este é um dos episódios mais interessantes de Chompiras e o final não fora muito diferente do clássico episódio de Chaves.
            O detalhe é que a mãe da Chimoltrufia sempre gostou do Chompiras e, nesta festa, faz de tudo para se aproximar do cara e chega até a dançar com ele. 



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