segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

DR. CHAPATIN[1976]
Resumo do entremés inédito exibido no dia 12/8/2006

            Dr. Chapatin anda de um lado e de outro, preocupado. A enfermeira (Florinda) percebe e pede para que o doutor não lhe negue que está com um problema. Chapatin, ainda assim, nega. A enfermeira coloca que algo aperta o peito do médico. Chapatin diz que é a camiseta. A enfermeira não gosta e lembra que tentou ajudar. Chapatin resolve se abrir e diz que seu problema está relacionado a um cadáver. Ela fica pasmada e diz que sua boca é um túmulo. Chapatin: "Será que vai caber?". "Coisas" começam a dar no doutor. Florinda quer dizer que não falará nada pra ninguém. Chapatin confessa que é um assassino. Florinda: "Não". Chapatin: "Sim". "não, não", "sim, sim", "não, não, não", "sim, sim, sim". A dupla balança a cabeça durante este festival de afirmações e negações. Os óculos de Chapatin caem em função dos movimentos (provavelmente caíram sem querer, mas a equipe deixou passar, com o doutor posteriormente se abaixando para recolher os óculos). Chapatin diz que foi tudo de repente. Conta que dirigia tranqüilamente não ultrapassando os 180 quilômetros por hora. Florinda se espanta com a altíssima velocidade e Chapatin ainda complementa que não tinha pressa e que, ao chegar na esquina do consultório, um "outro idiota" se atravessou em sua frente. Ela pergunta se outros já haviam atravessado seu caminho e o médico responde que vários se atravessaram de sua casa ao consultório. Chapatin diz que o "idiota" atravessou no momento em que fez a curva. "E não acenou a mão pra ele?", pergunta Florinda. "Eu sou uma pessoa decente", responde o doutor.

No detalhe apontado pela seta e pelo círculo, a mosca penetra descansa no ombro de Florinda
            Florinda diz que, no momento em que a curva deve ser feita, é necessário tirar a mão. Chapatin alega que tirou pela janela. Florinda pergunta por que ele não colocou a mão (nesse momento, uma mosca sobrevoa o estúdio, em especial na cabeça de Florinda). Chapatin retruca, falando que também não dar para colocar o pé. A enfermeira novamente explica. O médico diz que queria fazer a curva pela direita e que a janela da direita fica longe para alcançar. Ele conta que, pra não atropelar o "idiota", teve que ir com o carro pela calçada. "E pegou alguém?", questiona Florinda, enquanto a mosca pousa em seu ombro. "Sim, mas não amassou o carro", responde. Ele conta que saiu do carro pra ver o que tinha acontecido e que sentiu um nó na garganta. "É a angústia", deduz a enfermeira. "Não, é o cachecol que tinha ficado preso na direção", devolve o médico, enquanto a mosca sobrevoa pela cabeça de Florinda. Chapatin diz que, ao sair do carro, não encontrou nenhum ferido... só um morto. Chapatin afirma que o matou e que é um assassino. Florinda diz que o doutor não é um assassino, já que matou por acidente um homem. O doutor diz que não matou nem um homem e nem uma mulher. Florinda quer saber quem ele matou. Chapatin responde que foi o cachorrinho que ela ganhou na semana passada. A enfermeira se desespera, toma o saquinho do médico e, aos gritos de "assassino", começa a dar sacadas em Chapatin, alegando que o cachorrinho era indefeso. FIM DO ENTREMÉS

Dr. Chapatin é, pela primeira vez, vítima do próprio saquinho

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