segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A GUERRA DE SECESSÃO[1974]
Ambienta a guerra ocorrida nos Estados Unidos entre 1861 e 1865. Começa com Florinda sentada numa cadeira de balanço, no quartel-general dos soldados do Sul dos EUA. Chespir (Chespirito) aparece e lhe assusta. Florinda pensava que era um soldado inimigo do Norte. Chespir fala que ele, mais o general (Ramón Valdez, pai de Florinda) e Mortimer (Carlos Villagrán, noivo de Florinda), irão acabar com todos os soldados do Norte. Chespir repara que que Florinda está triste e ela responde que não consegue compreender o sentido da guerra. Chespír explica que os soldados do Norte desejam que os negros sejam libertados, ao contrário de seu exército, que quer que os negros continuem como escravos. Florinda então pergunta se Chespir não deveria estar no campo de batalha e ele diz, meio enrolado, que não gostou muito daquilo e que onde está é mais tranqüilo. Ela deixa claro que os outros estão arriscando suas vidas pela guerra. Chespir lembra um ditado de George Washington: "Um gostam dos olhos, outros da ramela".

O general chega ferido do campo de batalha
            O general (Ramón) chega ferido, amparado por Mortimer (Villagrán). O noivo de Florinda diz que os soldados do Norte se disfarçaram como eles e o derrotaram na batalha. Ramón lembra que muitos soldados fugiram e avisa que vai mandar fuzilar quem debandou. O fujão Chespir se apavora e resolve pegar seu lenço amarelo amarrado no pescoço para servir de apoio para o braço, que fingirá estar quebrado. Florinda leva seu pai para seu quarto e Mortimer indaga que não lembra de ter visto Chespir no campo de batalha. Ele se enrola todo, mas diz que levou um tiro. "Na colina?", pergunta Mortimer. "Não, no braço", é a resposta. Mortimer lembra que, durante a batalha, eles estavam ao pé da colina. Chespir diz que levou "uma baionetada". "No meio da peleja?", pergunta Villagrán. "Não, mais a direita", responde. E segue o diálogo: "O tiro foi na escaramuça?", "Foi mais entre a escaramuça e o fígado". Mortimer, totalmente desconfiado, lhe pergunta de qual tamanho eram as carabinas do inimigo. Chespir se entrega ao esticar os braços, ao tentar explicar o tamanho, provando que não estava com o braço ferido.

Ao explicar o tamanho da carabina do inimigo, Chespir se entrega
            Ele implora que Mortimer não conte ao general, com receio de ser fuzilado. Nesse momento, Ramón sai de seu quarto e Florinda pede para que ele volte para cama. Chespir finge mais uma vez que está com o braço, o direito, machucado. O general entra no seu quarto, amparado por sua filha. Chespir volta a pedir para que Mortimer não conte ao general, quando que este mais uma vez deixa sua cama, insistindo que está bem, contrariando a vontade de Florinda. Chespir acaba colocando o braço esquerdo no apoio, para fingir que está ferido. Ramón percebe e pergunta se o braço ferido não era o outro. Chespir, sem jeito, troca os braços. Ramón o fita indignado e ordena Mortimer que o fuzile. Florinda o leva de volta à sua cama.

Chespir troca o braço ferido, o general descobre tudo e manda fuzilá-lo
            Chespir pede que Mortimer não cumpra a ordem do general e Mortimer diz que ele poderia evitar isso morrendo no campo de batalha. Então, o personagem de Villagrán dá a Chespir a idéia de que ele se disfarce de negro. Mortimer deixa claro que o general não enxerga bem e que nunca o reconhecerá como negro e dirá que o negro Chespir é um dos escravos que comprou. Chespir concorda e, num girar de corpo, ele aparece como negro. Ele começa a dançar e saltitar, de maneira bem hilária.

Chespir se disfarça de negro para salvar sua vida
            Depois, Florinda pergunta a Mortimer por que ocorre uma guerra tão absurda. O noivo explica que alguns acham que os negros são iguais aos brancos. Ela diz que eles são mais escuros e questiona: "sem os negros, quem irá trabalhar?". Mortimer diz que irão colocar mão-de-obra mexicana nos EUA. O general volta, dizendo que se sente melhor, e pergunta se Mortimer mandou fuzilar Chespir. Ele responde que sim. Ramón: "Diga para ele que dá próxima vai ser muito pior". Ramón pergunta a Mortimer do casamento com sua filha. Ele responde: "Isso depende da guerra". O general questiona: "Quando irão se casar?". "Isso depende dela", responde Mortimer. "E quem vai sustentar?", pergunta Ramón. "Isso depende do senhor", completa o genro, deixando o sogro indignado. Florinda pergunta se toda donzela não tem direito a um dote. Ramón faz um sinal com a mão alegando não ter nada a ver com o assunto. Mortimer muda de assunto e avisa que andou comprando uns escravos. Neste instantes, aparece Chespir, como negro, cantarolando em inglês, proporcionando um momento para lá de bizarro. Nesta cena, Chespirito faz uma paródia do filme "O Cantor de Jazz", o primeiro filme sonoro da história, de 1927. A entrada de Chespirito como negro é idêntica a do ator Al Jolson que, no filme, também se finge de escravo escurecendo a pele. Comparem as imagens de Bolaños e Jolson abaixo (curiosidade descoberta pelo meu amigo Chómpirras).
            Ramón pergunta pela figura que acabara de aparecer e Mortimer fala que é um dos escravos que comprou. "Quanto custou?", "50 centavos", "Pagou caro, hein?". Chespir diz que vale seu peso em ouro. Florinda então o observa e diz que ele lembra o soldado Chespir. O falso negro começa a falar enrolado, com a desconfiança de Florinda, e dá uma rebolada. Ramón diz que Chespir tinha cara de idiota, mas o escravo negro tem mais. Florinda continua convicta de que o negro lembra Chespir. Mortimer também alega que não é parecido e Florinda pede que ele não dê opinião. Mortimer indaga se ela o considera falso. "Falso sou eu", fala Chespir, que logo percebe que abriu a boca na hora errada.

Florinda desconfia de Chespir e Mortimer
            Florinda pergunta se Mortimer fuzilou Chespir. Mortimer confessa que não, mas diz que Chespir escapou. O general coloca que o delito cometido por seu genro merece um golpe como castigo. Mortimer deixa claro que está pronto para ser castigado. Enquanto Chespir, malandramente, diz que o amigo merece o castigo, Ramón acaba dando uma paulada no falso negro. Mortimer justifica que Chespir é seu escravo e batendo nele, é como se o próprio Mortimer estivesse apanhando. Ramón então diz que irá dar mais dois golpes para que Mortimer deixe de ser mentiroso. "Vá em frente", diz o "corajoso" soldado interpretado por Carlos Villagrán. Chespir leva mais duas pauladas.

O falso negro é quem sofre as conseqüências das presepadas de Mortimer
            Florinda faz massagem em Mortimer, com pena pelo noivo ter "se machucado". Mortimer resolve confessar que ajudou Chespir a escapar. Para atingir o genro, o general dá mais três pauladas no falso negro. Florinda diz a Mortimer que admira sua coragem de agüentar duros golpes sem soltar nenhum gemido. "Comigo é assim", diz o "destemido" noivo. Mortimer então lembra de 500 dólares que pediu emprestado a Ramón e deixa claro que não pretende lhe pagar. Quando o general ameaça dar mais golpes, Chespir tira de dentro de sua luva o dinheiro e paga o general. "Meu escravo pagando é como se eu pagasse", diz Moritmer, cinicamente. Florinda, encantada pela "prova de valor de seu noivo", pede a seu pai para se casar com Mortimer. Ramón diz que "homens valentes não existem mais".

Chespir fica com a donzela, para espanto de todos (principalmente da própria)
            Após tomar tantos golpes, Chespir dá um golpe de mestre. O falso negro abraça Florinda e exclama: "Casando-se com o escravo dele, é como se ela se casasse com ele". Chespir a leva embora, enquanto Florinda se desespera. Mortimer e o general ficam atônitos. Ramón faz menção de que finalmente irá golpear Mortimer, mas a imagem escurece antes para o comercial. Depois deste entremés, o SBT exibiu o já conhecido episódio do Mão Negra.
FIM DO EPISÓDIO

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