Os melhores episódios de Chapolin
Mais uma vez aqui estou para tratar de um assunto polêmico em nosso meio. Vários usuários já deram palpites a respeito de seus episódios prediletos de Chaves e Chapolin. Inclusive tivemos um concurso, onde cada um poderia dar o seu “pitaco”, elegendo os melhores episódios. O resultado, pelo menos em termos de Chaves, não poderia ser outro: vitória de Acapulco. Talvez não pelo episódio em si, mas pela originalidade do tema.
Agora, vou falar de Chapolin. Esse super-herói franzino e atrapalhado que tanta falta faz na televisão brasileira. Sorte de quem gravou, já que talvez nunca mais possamos nos divertir com o Polegar Vermelho, uma das alcunhas inventadas no início pela emissora que detém (mas não usa) os direitos de transmissão.
Bem, chega de enrolação e vamos ao que interessa. Quero aqui apresentar meus 10 episódios prediletos de Chapolin. Os escolhi pelas mais diversas razões, as quais vou apresentar ao longo da descrição de cada um. Vamos à lista:
1. A revólver dado, não se olham as balas[1974]
A história é muito divertida. Vou destacar alguns pontos: Chapolin falando mal do bandido Quase-Nada e ele atrás ouvindo; o Vovô matador de ratos tentando de todo o jeito empurrar seus serviços para Quase-Nada; Chapolin sendo empurrado para encarar o bandido; a confusão de todos pensarem que o Vovô era bandido também; o Vovô sendo rendido, ao mesmo tempo em que tentava abaixar a mala e/ou o revólver; a tentativa de fuga da prisão; a pancadaria no final. Enfim, são vários pontos de destaque. Não há monotonia nesse episódio. Além da diversão, há originalidade. Algumas situações vivenciadas aqui não apareceram em nenhum outro episódio conhecido. Alguém pode me citar uma cena parecida com aquela da fuga do Vovô da cela?
2. A ameaça de morte[1979]
Muita gente tem preconceito com episódios gravados a partir de 1979, ou seja, quando Carlos Villagrán e Ramón Valdez passaram a não mais fazer parte dos programas de Chespirito. Em uma próxima coluna falarei sobre isso, mas agora vou apenas destacar porque gosto tanto do episódio em questão. Certamente é o episódio em que mais dou risada dentre todos. São diversas situações hilárias: “Ele mandou dizer que não está!” (a secretária tentando passar um recado de seu patrão); “Vocês confiam em mim? Não!” (Chapolin tentando passar tranqüilidade); “Estão todos presos!” (Chapolin, mesmo cercado de bandidos armados); “Uma coisa redonda que faz pum! Porco!” (Chapolin para o gordo bandido); as “tentativas” do Chapolin de abrir o cofre; Chapolin e a bela Florinda amarrados; as explosões das bombas, a primeira no advogado e a segunda no herói. Ufa!!!
3. O CHAPOLIN EM ACAPULCO[1977]
- Não é só por causa do biquíni de Florinda Meza, pela bela paisagem e pela originalidade que aprecio esse episódio. Gosto muito do roteiro e de algumas situações. Apreciei desde o início a história da gravação de um filme, e os percalços que podem acontecer: fã invadindo, ator abandonando, etc. Isso fora a dificuldade de adaptação do Chapolin às filmagens. Além disso, a possibilidade de um louco estar a solta e ninguém saber quem é sempre rende conseqüências hilárias. Muito bom!
4.Na barbearia, é fácil ficar parado[1978]
- A simples presença desse instrumento (seja buzina ou corneta) usado ocasionalmente pelo Chapolin já rende cenas hilárias. Prefiro esse episódio aos outros que passam no Brasil, pois acho a história e o cenário mais originais. Os instrumentos e as situações possíveis em uma barbearia renderam conseqüências mais cômicas às paralisações da buzina. As melhores cenas foram quando o ricaço estava sendo barbeado. Coitado, só por ter se apaixonado pela manicure saiu todo sujo...
5. A VINGANÇA[1977]
- Apesar de ser um episódio mais curto, merece estar entre os “top five”. O roteiro não é original em termos gerais, mas é em episódios de Chapolin. Histórias de vingança e suspense são sempre atrativas. Nesse caso, o empregado que foi preso e volta para se vingar do patrão. Mas o melhor do episódio é o boneco, confeccionado por um dos empregados para fingir que era ele, para poder “tirar uma pestana” sem ser incomodado. Isso fora as confusões com as caixas. Nunca se sabia aonde o nosso herói poderia estar escondido, pronto para dar o bote no bandido.
6.A volta do renegado[1979]
- Excelente história. Apesar de em alguns momentos ser um remake de “O Pistoleiro da Marreta Biônica”, o último bloco do episódio é fantástico. A parte inicial da história se desenrola com o Chapolin apanhando do cantineiro valentão, o bandido correndo atrás do noivo da personagem interpretada por Florinda Meza, etc. Mas, a partir do momento em que Rasga-Bucho exige que Chapolin bata no cantineiro, a história muda completamente. O Chapolin tentando de todas as formas fugir do seu “compromisso”, o bandido forçando e, no final, a briga, uma das melhores cenas da história do seriado, na minha opinião. Afinal de contas, quem não gosta de uma boa briga, não é verdade?
7. Aristocratas vemos, gatunos não sabemos[1978]
- Um clássico. Trata-se do primeiro episódio de Chapolin exibido no Brasil. Mas não é por isso que gosto desse episódio. O maior atrativo está na cleptomania do Conde São Bernardo (Terra Nova, senhor!). Quem não morre de rir com o Conde colocando em seus casacos tudo o que pode? Pasmem, até o café e o açúcar ele pegou. Mas não é só de comédia que viveu o episódio. O drama da empregada, acusada injustamente de roubo, foi muito sério. Bem como a tentativa de Chapolin de devolver o valioso selo roubado. Enfim, uma história completa.
8. CADA UM VALE PELO QUE É[1978]
- Confesso que, a princípio, tinha um pouco de preconceito contra esse episódio. Não gosto muito do tema principal, o velhinho que pensa ser o Chapolin. Apesar disso, as situações e as piadas desse episódio são das melhores. Destaques: o “herói” bate no velhinho porque pensou que ele beijaria a “bela” mocinha a força, e ela se enfurece com a intromissão; o doutor tentando entrar na porta; o doutor confundindo as pessoas; o papo entre Chapolin e o médico, entre outros.
9. O verniz invisibilizador[1974][perdido]
- Gosto desse episódio pelo inusitado. O simples fato de Chapolin ser um herói desobriga seu seriado de ser fiel à realidade. Assim como bruxas e marcianos, uma tinta que torna as coisas invisíveis é algo não existe. Os tropicões e pancadas nos objetos que não aparecem são cômicos. O que não foi muito engraçado foi o bandido ter se apoderado da fórmula e a bebido, aproveitando-se disso para bater em Chapolin e no dono da casa. Menos mal que o herói utilizou sua astúcia para derrotar o malfeitor, embora o final não tenha sido como ele esperava.
10. o retorno do super sam[1978]
Supersam, a versão americana de Chapolin, infelizmente apareceu em somente dois episódios que passavam no Brasil. Digo infelizmente porque, a exemplo do Chapolin, trata-se de um super-herói hilário. A cena dos dois super-heróis amarrados pelo bandido tentando achar um jeito de escapar é a melhor (morro de rir com o Chapolin querendo empurrar o Supersam e caindo ele mesmo, e depois empurrando o americano com cadeira e tudo). Outras cenas de destaque: Supersam procurando no dicionário o significado de mãos, e a cena final, com Chapolin contando como recuperou a chave engolida pelo bandido.
Espero que tenham gostado dessa minha classificação. Sei que muitos concordam comigo em alguns episódios. Mas, é claro, não se pode agradar a todos.
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