quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Preocupações na exibição de Chapolin no SBT

Desta vez quero falar um pouco a respeito da exibição da série Chapolin no SBT, algo que nós fãs queremos tanto. Não vou entrar no mérito do horário de exibição do programa, se deve ser semanal ou  diário.

Quero falar sobre os episódios em si. O SBT vem respeitando uma certa ordem na exibição dos capítulos, seguindo mais ou menos a ordem do famoso lote de 1984 (o meu preferido, por sinal). A emissora paulistana, inclusive, demonstrou muito tato ao retomar a exibição de onde tinha parado quando cancelou  a série em 2011.

Na ocasião, o SBT havia começado a exibir os episódios na exata ordem do lote de 1984, começando pelo primeiro (Aristocratas vemos, gatunos não sabemos) e terminando no quinto (Vamos à Disneylândia com o Polegar Vermelho). Quando Chapolin voltou em 2015,  a emissora retomou a ordem ao passar o sexto episódio (O tesouro do pirata fantasma).

Chapolin deve voltar em 2017, com algumas modificações na sua "grade de episódios"

Com exceção de uma exibição fora de lugar do clássico episódio do cleptomaníaco, a ordem foi mais ou menos mantida, inclusive com a exibição de  episódios que estavam perdidos há  anos. Isso é de grande auxílio para os fãs, pelo menos para aqueles que acompanharam a trajetória da série ao longo de  anos de exibição na TV brasileira e principalmente para aqueles que querem gravar, pois já sabem mais ou menos qual episódio será exibido.

Voltando ao assunto da exibição: infelizmente nem tudo são flores. Mesmo com a exibição na ordem e na incrível volta de episódios perdidos, existem alguns pontos que estão me preocupando e muito. Vamos a eles:

1) O que houve com os episódios "duplos", ou seja, aqueles que são precedidos por um quadro de Chespirito? Pela ordem, já deveriam ter sido exibidos três deles: "a tragédia", "a autópsia" e "o casamento". Será que o SBT resolveu cancelar os quadros de outros personagens? Só o tempo irá dizer, mas confesso estar muito preocupado. Acredito que tais episódios estejam definitivamente cancelados. A esperança é saber que o episódio "Chapatin e o contrabando" já foi exibido após esses terem sido cancelados, o que sem dúvida é um alento.


O que houve com o clássico episódio do chespirito que antecedia o do Homem Invisível? Será que se tornou perdido? Esperamos que não...

2) A duração de certos episódios. Muitos transcorrem por 23 ou 26 minutos,[os de 1973 por exemplo chegam a ter 28 minutos], o que sem dúvida  prejudica a exibição dentro de um tempo aproximado de 40 minutos (incluindo dois intervalos comerciais). Meu maior receio é que um episódio fantástico como "O retorno de Quase-Nada"  seja picotado para se adaptar à grade. E não só ele: "O retorno da corneta paralisadora", "Expedição arqueológica", "Conde Terra Nova, etc.

3) O cancelamento definitivo de pelo menos um episódio perdido, o qual estou certo de que não volta nunca mais: "O planeta Vênus versão 1". No lugar desse, como já vinha acontecendo nos últimos  anos, foi exibida a versão  recente: "O planeta selvagem".

4) O cancelamento de outros episódios.  Esse é o ponto que menos me preocupa, acho que, se não foram cancelados ao longo de 15 anos de exibição (desde o lote de 1990), será difícil que sejam agora. Se bem que a remasterização de 2003 pode ter mudado um pouco a situação, com o SBT retomando alguns perdidos (e inéditos) e cancelando versões repetidas. Já houve ação semelhante no Chaves, com o cancelamento  em 1992 após a entrada de novos episódios na grade habitual.


 apenas com o prosseguimento da exibição dos episódios poderemos ter respostas a esses questionamentos. Espero que tenhamos logo essas respostas, com a série  de volta na grade do SBT (algo difícil em se tratando da emissora paulistana).

SOBRE O CHAVES
Eu gostaria de estender um pouco essa discussão a respeito do cancelamento ou não de episódios com mais de uma versão para a série Chaves. Como já escrevi acima, e todos nós fãs estamos carecas de saber, o SBT cancelou praticamente todas as versões mais antigas de episódios que tinha mais de uma em exibição. Via de regra, episódios mais antigos sem a Chiquinha (ou mesmo antes da saída temporária dela) deram lugar a versões da segunda metade dos anos 70.

Claro, para toda regra há exceção. No episódio "O regresso da Chiquinha" a situação foi inversa, com o cancelamento da versão mais nova (mais antiga apenas em exibição no Brasil). Em outros episódios houve um certo revezamento de versões, com dois episódios diferentes de "Baldes com água", "O mal-entendido" e "O Professor apaixonado" disputando espaço ao longo de 10 anos (às vezes um sumia, mas logo depois aparecia de novo).


 no caso de uma série diária, é importante ter o máximo de episódios possíveis disponíveis para exibição, já que as sucessivas reprises podem prejudicar a audiência de um programa. Portanto, seria importante a exibição das versões mais antigas, intercalando com as mais novas. Em uma série semanal, isso já não se faz tão necessário: como os episódios irão demorar para serem reprisados, não precisamos ter mais de uma versão de uma mesma história, claro que isso nem se faz mais presente, já que quase todos os episódios cancelados em 1992 estão de volta desde 2011/2012/2015.

Acredito que o SBT fez bem em cancelar as versões mais antigas apenas e tão somente se isso estivesse condicionado à presença de novos episódios (como aconteceu em 1992). Caso a emissora pudesse exibir sem problemas todos os episódios que tinha "em caixa", fez uma tremenda burrada, já que a série na época era exibida em dois horários diariamente.

O gênio Roberto Gómez Bolaños. Não importa quantas versões de um mesmo episódio ele criou. O importante é o conjunto da obra.

Sobre uma eventual falta de originalidade de Chespirito em regravar essas versões, discordo frontalmente. No México, as séries eram exibidas semanalmente, sem reprises. Como acontece aqui, por exemplo, com "A Grande Família", que teve episódios inéditos a cada semana (a menos durante as férias, ou ocasiões diferenciadas). Portanto, depois de três ou quatro anos, era natural que se gravasse novamente uma história, ainda mais com mudanças de personagens (sem a Chiquinha, com ela, sem o Quico, com ele, com Seu Madruga, com Jaiminho).

Para finalizar: não importa a quantidade de versões de um mesmo episódio que tenham sido produzidas e exibidas aqui no Brasil. Devemos ser gratos a Chespirito por ter criado essas histórias maravilhosas e ao SBT por exibi-las aqui no Brasil por tanto tempo.

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