ROMETA E JULIEU (SEGUNDA PARTE)[1975]
ELENCO:
PRIMEIRO BLOCO - O episódio começa com Romieta Capuleto saindo escondida de seu pai com o intuito de se encontrar com Julieu Montéquio. Porém, Capuleto a pega fugindo. De pijama amarelo e uma tigela branca que ele segurará durante todo o episódio, o pai de Romieta deseja saber se ela vai se encontrar com Julieu. Ela nega, mas Capuleto lembra que ele já esteve no balcão na semana anterior. Romieta pergunta se não foi o Chapolin quem esteve lá e Capuleto afirma que foi Julieu. Capuleto lembra mais uma vez que as famílias Montéquio e Capuleto são inimigas mortais e deixa claro que é ele quem manda em casa. Capuleto pergunta:
- A que horas você pretende voltar?
- Vou voltar na hora que me der vontade! - responde Romieta, que se retira revoltada.
- Mas nenhum minuto mais tarde, ouviu? - devolve Capuleto a filha, já longe dali.
Capuleto não permite que Romieta namore Julieu
Capuleto então fica pensativo. Preocupado, ele se senta na margem da fonte e baixa a cabeça. Nesse momento, o vizinho aparece e deseja saber o que acontece. Capuleto diz que está a ponto de perder a cabeça. O vizinho responde: "Bem, desde que não perca algo realmente importante!". Capuleto se irrita, mas depois ele resolve desabafar afirmando que seu problema é Romieta. Ele pergunta se a conhece. O vizinho diz que não, pois se mudou para aquele bairro há apenas uma semana. Capuleto diz que tem uma filha idêntica a ele. O vizinho responde que também estaria preocupadíssimo com isso. O pai de Romieta diz que ela é idêntica a ele no caráter, deixando claro que os Capuleto são agressivos, impiedosos e capazes de estrangular aqueles que não estão de acordo com seus ideais. E segue o diálogo:
Capuleto: E aquela tonta resolveu se apaixonar!
Vizinho: O eterno problema!
Capuleto: Problema? Problema por quê? Então a mulher não tem o direito de se apaixonar, ou o quê?
Vizinho: Bom, tem sim! A mulher tem todo o direito!
Capuleto: Sim, mas a minha filha ainda é muito jovem!
Vizinho: Bem, então deveria esperar até ter mais idade!
Capuleto: E correr o risco de ficar solteira, é?
Vizinho: Não, isso não! Deveria casar-se!
Capuleto: A força?
Vizinho: Não, ela deve casar com o homem de quem ela goste!
Capuleto: Mesmo que esse homem pertença a uma família da qual eu sou inimigo mortal?
Vizinho: Não, não, então não deve se casar!
Capuleto: E que culpa tem ele de pertencer àquela família, eu quero saber?
Vizinho: Sei, sei, ele é inocente!
Capuleto: Inocente? Inocente de quê?
Capuleto desabafa com o vizinho, que diz coisas que não agradam ao pai de Romieta
Então o pai de Romieta entra em sua casa, alegando não ter tempo para discutir bobagem. O vizinho então acaba por se trombar com Romieta. Ela pergunta se ele não falou nada para seu pai. O vizinho pergunta se ela é que é a filha de seu pai. Então Romieta joga charme, dizendo que adora passear só e que gosta de homens altos. Enquanto o vizinho tenta se pronunciar, ela o interrompe dizendo que não pode recusar um convite para sair de um homem atraente que acaba de conhecer. Sem deixá-lo falar, Romieta aceita o "convite" que não foi feito pelo vizinho e revela o momento do encontro:
- Amanhã, na mesma hora e no mesmo canal!
Romieta entra em sua casa e o vizinho, calado e perplexo, deixa o local. Chapolin e Julieu, escondidos, espiaram tudo. Revoltado, Julieu diz que vai matá-los. Chapolin o acalma, deixando claro que Romieta quer lhe passar um trote e que é a ele quem ela ama. Julieu, preocupado, revela que tem dúvida se ela realmente gosta dele. Chapolin então se lembra de um ditado:
- Quem não quer nada não nada se não souber nadar nada!
Romieta convida o vizinho para sair, o que enfurece Julieu
Mais tarde, Chapolin e Julieu se aproximam do balcão de Romieta com a intenção de lhe fazer uma serenata. O super-herói carrega consigo um violão. Chapolin pergunta para Julieu qual é o quarto. Recebe como resposta: "Honrarás pai e mãe". Chapolin diz que deseja saber qual o quarto, o dormitório, o aposento de Romieta. Julieu afirma não saber, mas deixa claro que estão no balcão certo.
- Então everybody? - pergunta Julieu.
- Everybody! - é o feedback de Chapolin.
Chapolin então canta uma música em tom triste (e, ao mesmo tempo, cômico):
"Você éééééééééé a vida de minha vida/Você ééééééééééé minha lampadinha de luz/A luz que se apagooooooou...".
A lampadinha de luz não agrada Julieu...
Julieu não gosta da música e pergunta:
- Você não conhece outra canção que esteja mais de acordo com minha personalidade?
- Sim! La Cucaracha! - responde Chapolin.
Julieu não deixa que Chapolin toque a música e deseja que ele cante uma que diga que os dois querem se casar. Chapolin então canta, em tom animado:
"O piolho e a pulga resolveram se casar...".
...nem o casamento do piolho e da pulga...
Julieu também não gosta da canção e pede uma que diga que não tem culpa do amor que sente por Romieta e que também não tem culpa da raiva entre as famílias. Chapolin então entoa:
"Que culpa tem o cachorrinho que nasceu sozinho...".
...e tampouco a cantiga do cachorrinho
Mais uma vez a canção não agrada Julieu, que pede uma qualquer que fale que ele está aqui fora esperando por Romieta. Chapolin então começa a cantar:
"Eu já sei que estou de fora..." - Julieu aprova a canção.
Agora sim Julieu gostou
"No dia que eu for embora eu/Sei que você vai chorar...".
Chapolin e Julieu cantam em coro: "Chorar e chorar, chorar e chorar"
Chapolin continua a canção: "Dizer que de mim jamais gostou...", mas nesse momento é interrompido por Julieu que, empolgado, canta fora de hora: "Chorar e chorar, chorar e chorar". Então Chapolin tenta continuar a música, mas sempre é interrompido por Julieu, que insiste em cantar "chorar e chorar". Chapolin se irrita e muda a música:
"Com dinheiro ou sem dinheiro/Faço sempre o que eu quero/E o que eu digo é pra...".
Choraaaaaaaaaar e choraaaar, choraaaaaaaaaaar e choraaaar...
Mais uma vez Julieu canta "chorar e chorar". Chapolin, enfezado, dá uma violãozada na cabeça de Julieu. O Polegar canta mais uma música:
"Não tenho pai nem compadre/Nem um cãozinho que me ladre/Mas eu a...".
Julieu interrompe dizendo que não é assim esta canção. Chapolin, revoltado, pergunta como ela é. Julieu, pra variar, canta "chorar e chorar". Chapolin dá outra violãozada em Julieu, que irritado, ameaça:
- Já chega, Chapolin! Se você me bater mais uma vez, sabe o que eu vou fazer!
- O quê?
- Chorar e chorar...
- Se aproveitam de minha nobreza!
Furioso, Chapolin diz que Julieu terá de fazer a serenata sozinho. Julieu então faz uma pose de galante e canta, totalmente desafinado: "My looooooooove..". E o pior é que ele acha que está agradando. Nesse momento, o vizinho sai de sua casa com os ouvidos tampados. Chapolin e Julieu se assustam com sua presença. FIM DO PRIMEIRO BLOCO
A serenata de Julieu irrita o vizinho
SEGUNDO BLOCO - O vizinho deseja saber o que os dois estão fazendo. Chapolin devolve, enfezado: "Para o senhor, o que importa?". O vizinho, que já havia dado diversas surras no Vermelhinho no primeiro episódio, se irrita. Julieu fala que estão tentando fazer uma serenata para a moça da esquina. O vizinho pergunta: "De qual esquina?". "Daquela", respondem Chapolin e Julieu, cada um apontando para os seus respectivos lados opostos. O vizinho então afirma que pensava que a serenata fosse para Romieta e deixa claro que está disposto a ajudá-los. Julieu, encafifado, pergunta ao vizinho se ele não queria namorá-la. Ele coloca que Romieta é apaixonada por Julieu e conclui que não pode namorar uma moça de tão péssimo gosto. Então o vizinho entra em sua casa para pegar seu violão para a serenata. Mas algo incomoda Julieu:
- Olha, eu tô aqui com uma dúvida! Será que a Romieta não quer se casar comigo só porque sabe que eu ganhei 25 milhões na loteria, hein?
- Não, ela se casaria com você mesmo pensando que os 25 milhões você ganhou trabalhando! - responde Chapolin.
O vizinho volta ao balcão de Romieta com seu violão. Chapolin também já está com o seu a postos. Os dois cantam a canção "Taca la Petaca" para Romieta, enquanto Julieu dança e saltita. Eis a letra dela:
Esta misma noche yo me tengo que robar
A la chaparrita que me supo conquistar
Su papá no quiso darnos la autorización
Puso de pretexto que estoy sin colocación
A la chaparrita que me supo conquistar
Su papá no quiso darnos la autorización
Puso de pretexto que estoy sin colocación
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca, taca taca
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
No traje escalera porque no la conseguí
Pero pega el brinco pa'que yo te cache aquí
Ay sotaca mía que manera de brincar
De la coladera voy a tenerte que sacar
Pero pega el brinco pa'que yo te cache aquí
Ay sotaca mía que manera de brincar
De la coladera voy a tenerte que sacar
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca, taca taca
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
No traje caballo porque no lo conseguí
Pero caminando nos podemos ir de aquí
Ay sotaca mía que manera de andar
Taca la petaca pa'que puedas caminar
Pero caminando nos podemos ir de aquí
Ay sotaca mía que manera de andar
Taca la petaca pa'que puedas caminar
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca, taca taca
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
No tengo trabajo porque no se trabajar
Pero tu eres buena y me puedes ayudar
Ay sotaca mía que manera de comer
Con tus papacitos yo te voy a devolver
Pero tu eres buena y me puedes ayudar
Ay sotaca mía que manera de comer
Con tus papacitos yo te voy a devolver
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca, taca taca
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
Que se ataca, taca, taca, tu papá
Ándale y retaca, taca, taca, la petaca
Apúrate sotaca, taca, taca, tacata
Essas são fotos do clipe da música Taca la Petaca:
Romieta aparece no balcão chamando por Julieu, que faz o mesmo por ela. Ela pede algo que o deixa preocupado:
- Estou ansiosa para ouvir seus poemas de amor!
- Caramba! - é a reação de Julieu, que pede socorro a Chapolin, pois não conhece nenhum poema. Mas Polegar tem um na ponta da língua:
"Hoje com esperança louca
Venho dizer-te cantando
Que com os beijos de tua boca
Eu vou partir suspirando"
O poeta Chapolin está inspirado
Julieu aprova na hora o poema, alegando que Romieta cairá do balcão de tanta emoção. Chapolin, escondido, ajuda Julieu a recitar o poema. Mas Julieu se enrola todo, invertendo os versos de maneira a ofender Romieta:
"Hoje com esperança da louca..."
"...cantando com esperança venho dizer-te, sua louca..."
"...e com os beijos suspirando eu vou partir sua boca..."
A besta do Julieu mete os pés pelas mãos
Chapolin se irrita e afirma para Julieu:
- Meteu os pés pelas mãos, sua besta!
Julieu, pra variar, recita a Romieta:
- Meteu os pés pela mãos, sua besta!
- O quê? - se espanta Romieta.
- Eu disse que besta é você! - indaga Chapolin, desesperado.
Julieu, com toda a classe do mundo, se "declara" para Romieta:
- Eu disse que besta é você!
Romieta nutre total mágoa com o atrapahado Julieu
Romieta, chorando, entra em sua casa gritando "Papaizinho!".
Julieu completa com "Mamãezinha!" e vibra repetindo: "Agradei, agradei". Nesse instante, desponta Capuleto com sua tigela a postos. E ameaça Julieu:
- Eu avisei que se continuasse namorando minha filha iria enfiar uma espada em seu depósito de comida!
- Calma, sogrinho! É que...
- Mas como não tenho uma espada, vou lhe bater com a primeira coisa que me vier a mão!
Chapolin defende Julieu bradando que Capuleto terá que bater nele primeiro. O pai de Romieta não hesita e acerta a cabeça de Chapolin com a tigela. O super-herói desmaia e é amparado pelo vizinho. Capuleto, com a tigela, tenta acertar Julieu, que foge. E enquanto o pai de Romieta persegue o pretendente de sua filha, ela, do balcão, dá um banho em Chapolin e no vizinho com a intenção de molhar Julieu.FIM DO SEGUNDO BLOCO
É água para todo lado
TERCEIRO BLOCO - Chapolin desperta todo ensopado. O vizinho pede para que ele ajude Julieu, já que ele está em perigo. Mas, antes, o herói fica na dúvida se Romieta jogou água nele ou outra coisa. Depois da irritação do vizinho pela dúvida cabeluda de Chapolin, o herói, decidido, decide ir atrás de Julieu, mas não sem antes dar uma topada na parede. Chapolin sai a fim de acudir o pretendente de Romieta, ao mesmo tempo em que ela sai de sua casa e pergunta ao vizinho se seu pai matou Julieu. Ele alega não saber e revela a Romieta a fórmula que acarretará o seu casamento e o fim do ódio entre as famílias: ela terá que se fingir de morta. Romieta morreria de amor e Capuleto, arrependido, deixaria de alimentar o ódio com os Montéquio. Ela gosta da idéia e já começa a planejar a sua vida com Julieu, quando o vizinho percebe Capuleto voltando e pede para que ela simule que está morta. Romieta se deita no chão.
O vizinho revela o seu plano
Capuleto pergunta por Julieu. O vizinho alega não tê-lo visto e mostra ao pai sua filha estirada. Capuleto quer saber, indignado, quem a derrubou. O vizinho então explica que Romieta morreu de amor. Chapolin, que se aproximava, dá os pêsames a Capuleto, que não deseja olhar para o cadáver da filha.
A morte forjada de Romieta dará certo, contrariando a história original de Sheakespeare
O pai pede que Chapolin levante Romieta. No momento em que ele a levanta, Romieta pisca para Chapolin. O herói se apavora, dizendo que ela abriu os olhos. O vizinho, preocupado com a presepada de Romieta, alega que a maioria dos cadáveres ficam de olhos abertos. Mais uma vez Chapolin é ordenado a levantar Romieta. Ele então enrola ("Sim, eu levanto").
Romieta pisca para Chapolin com cara de defunta
Depois, o vizinho pergunta:
- E você sabe quem foi o culpado pela morte de Romieta?
- Sim! Foi Julieu! - responde Capuleto com segurança.
Chapolin se enfurece e brada com Capuleto que o culpado foi ele por não ter deixado Romieta casar-se com Julieu. Capuleto se irrita e deixa claro que ninguém grita com ele. Chapolin diz que grita com quem quiser.
- Isso se decide em um campo de honra! - diz Capuleto, desafiando Chapolin.
- Pois em posição! - ordena Chapolin, aceitando o duelo.
Um duelo mortal
E os dois duelam. Chapolin tem como arma sua marreta biônica. Já Capuleto luta com sua tigela branca. A marreta e a tigela cruzam-se por diversas vezes. Capuleto joga a água da fonte no rosto de Chapolin. O herói acerta duas marretadas em Capuleto. O pai de Romieta acerta Chapolin uma vez com a tigela. Os dois continuam o duelo subindo a rampa que leva até a vista para o luar. Até que Chapolin e Capuleto acertam Julieu, que regressava. Julieu despenca da rampa e desmaia. Chapolin acusa o pai de Romieta:
- Você matou o Julieu!
Romieta, que até então se fingia de morta, se levanta gritando:
- Não!
- A cadávera! - aponta Chapolin, assustado.
A situação se inverte: agora é Julieu quem está "morto"
Capuleto, ainda não percebendo que sua filha está viva, tenta socorrer Julieu. Chapolin, enquanto isso, se encolhe e permanece trêmulo, assustado com o fato de Romieta ter se levantado. O vizinho diz ao pai que ele matou o amor dos amores de sua filha. Aí que Capuleto percebe que Romieta está viva. O vizinho confessa que ela fingiu estar morta e Capuleto então pede perdão a ela e permite que ela se case com quem quiser. Romieta chora dizendo que o homem que ela amava de verdade está morto.
O perdão de Capuleto à filha
Nesse instante, Julieu se levanta. Romieta grita por seu nome, Julieu pelo da amada, e os dois se abraçam.
E todos viveram felizes para sempre!
Enquanto Julieu e Romieta permanecem abraçados, Capuleto e o vizinho se cumprimentam. E Chapolin deixa o local subindo a rampa, concluindo a história:
- E foram muito felizes! Casaram-se! Tiveram muitos filhos! Respiraram poluição! Pagaram impostos... Bem, Chapolin Colorado, este conto está acabado!
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