domingo, 17 de janeiro de 2016

A PASÁRGADA de 2005

Edgar Vivar no Brasil: uma das marcas da quinzena da Pasárgada Sbteriana

             Primeira quinzena de setembro de 2003. a galera chavesmaníaca vibrava com os quinze dias mais felizes da história do meio CH. Vivíamos num reino que fora intitulado por mim na época de Pasárgada Sbteriana. Pois, para quem não se recorda (o que deve ser muito difícil do chavesmaníaco esquecer), no espaço de tempo entre 1º e 15 de setembro de 2003, o fã dos seriados foi brindado com a volta do Chapolin, o retorno de Chaves após um mês de ausência (a primeira após 19 anos ininterruptos no ar) e com oito episódios perdidos, e a visita de Edgar Vivar ao Brasil e sua ida, no dia 11, ao Falando Francamente (saudoso programa de Sônia Abrão cujo ponto forte que acarretava altíssimos índices de audiência era a exibição de reportagens sobre os seriados).  Mas, infelizmente, a Pasárgada inspirada por Manuel Bandeira  recitada, de forma cômica, pelo Senhor Barriga no episódio  " a Roupa do Quico 1ª versão" comandou por apenas quinze dias, e de forma brilhante, a emissora de Silvio Santos. A zona voltaria com o regresso da Tirania a partir do dia 22, com a entrada de Scooby-Doo no lugar do Chapolin e o fim da apresentação dos perdidos do Chaves, que passaria a ser exibido, a partir dali, com cortes grotescos, em edições que não superariam 15 minutos.

"O Tesouro do Pirata Fantasma":  Chapolin dá uma de Nhonho ao exclamar: "Já fui e já regressei!"

             12 de novembro de 2005. Dois anos depois. Após 784 incômodos dias de ausência, o regresso mais esperado aconteceu: Chapolin Colorado retornou à telinha do SBT. Sua  aparição ocorrera no dia 19 de setembro de 2003, quando fora apresentado, na ocasião, "Vamos à Disneylândia com o Polegar Vermelho" (ironicamente, o melhor episódio da série).  todos os sábados, às 12h45min, o Polegar Vermelho, com toda a sua astúcia e sem "cânico", passou a animar a galera. Já não era sem tempo! Enfim, teriamos Chaves e Chapolin juntos na programação. A propaganda anunciando a volta do seriado, pra variar, contava com cenas do perdido "O Mendigo na Praça". O episódio que marcou a tão aguardada volta foi "O Tesouro do Pirata Fantasma". Simplesmente foi seguida a seqüência de episódios sempre obedecida a risca pelo SBT no caso do Chapolin (ao contrário, obviamente, do Chavinho e sua seqüência para lá de aleatória), pois, historicamente, o Tataraneto sempre foi apresentado depois do cômico da Disneylândia. E o que é melhor: na íntegra! Sem sequer nenhum corte, inclusive sendo exibido o erro grotesco de gravação onde Florinda, no fim do episódio, invoca Chapolin vestindo apenas uma camisa com suspensório. O herói aparece numa tomada diferente e, quando a câmera volta pra Florinda, ela, de uma hora pra outra, desponta vestindo um casaco amarelo. E o título do episódio "O Tesouro do Pirata Fantasma" foi pela primeira vez ouvido, na voz do imortal Marcelo Gastaldi. Coincidentemente, ao mesmo tempo em que Chapolin marcava seu retorno à TV brasileira, Chaves completava um ano de exibição ininterrupta no dia 8. O seriado chegou a sair do ar por duas semanas  quando foi deflagrada sua mudança de horário das 18h para às 12h45min, apenas para São Paulo e as praças sem programação local. Mas sua ausência na programação vespertina quase levou a emissora ao traço de audiência (pra quem não sabe, e quando não se marca sequer um ponto no Ibope) e, por isso, o Chavinho voltou a ser exibido também às 18h, abrilhantando o SBT nos dois horários. Vale lembrar que, dois dias antes da volta do Chapolin (no dia 10), a emissora apresentou "O Dia de São Valentim" pela primeira vez desde o distante 19 de maio de 2003, fato muito festejado pelos chavesmaníacos.
Como já é tradição, o SBT inclui na propaganda dos seriados a cena de um episódio nunca mais exibido, como "O Mendigo na Praça"

     Só para recordar: na época da Pasárgada, ou seja, setembro de 2003, Chapolin e Chaves eram apresentados para todo o Brasil, entre 14h45min e 15h45min, horários sem programações locais.
Silvio Santos

             Silvio Santos, o patrão, o dono do SBT, desferiu, em seu camarim logo após verificar o relatório de audiência do dia anterior, a declaração mais marcante do ano a respeito do seriado: " Chaves só me dá alegrias". Grande Silvio! Se não fosse o senhor, jamais conheceríamos a magia e o humor dos melhores seriados do mundo.  declaração publicada pelo jornalista Flávio Ricco em sua coluna.  A esperança que passaremos a cultivar, a partir de agora, é que o querido  Abravanel diga, num futuro próximo, "Esse Chapolin também só me dá alegrias". A audiência do seriado, para um sábado, dia em que o povo menos vê TV na semana e ainda por cima sem muita divulgação do retorno pela emissora, pode ser considerada boa.  Nosso sonho é ver o Vermelhinho de volta à programação, como sempre "coladinho" com o Chaves. 

        
fofalhas da gentoca:

O dia 19 de novembro de 2005 certamente foi de novidades para os fãs de Chapolin: foi exibido o episódio da Cleópatra, mas com uma segunda dublagem. Isso mesmo! O episódio, cuja dublagem conhecida é de 1984, ganhou os fundos musicais característicos dos episódios do lote de 1990. Eis as grandes novidades da dublagem: Gastaldi anuncia o nome do episódio: "Cleópatra", ao som da marcante trilha da abertura do bonequinho (que saudade daquela abertura), com a guitarra e a bateria. Depois, Florinda diz a Tripa Seca e Quase Nada no telefone "Você sabe que eu amo somente a você", ao invés do tradicional "Você sabe que meu amor é só seu". Em seguida, já no cenário egípcio, Artritis, interpretada pela belíssima morena Rosita Buchó (que também faz a empregada), é chamada de Artrite na segunda dublagem. Uma das piadas perdeu totalmente o brilho e sentido. Se, na primeira dublagem, ocorre o seguinte diálogo entre Cleópatra (Florinda) e Júlio César (Chespirito): "Você não tem lacaios!", "Sim, outro dia uma lacraia picou no meu braço"; na dublagem de 1990 a piada é a seguinte: "Você não tem escrava?", "Só essa que eu comprei na praça da República". Sou mais a da lacraia, infinitamente. Depois, um dos diálogos mais famosos de todo o seriado também sofreu uma marcante alteração. O cômico "Não deves temer nada, tens homens que te defendem! Senão para que te servem os gladiadores" virou "Não deve ter medo, você tem homens para sua defesa! Senão para que serve os gladiadores". A resposta para a pergunta "Estão todos atlás das glades" virou um estranhíssimo "Para que me sirvam Coca-Cola" (esse também ficou engraçado). Já a utilidade dos centuriões para que não caiam os calções do Júlio César não foi modificada na segunda dublagem. Outro fato notado na dublagem é que a primeira é feita quase que totalmente em segunda pessoa, ao contrário da nova, que preferiu a terceira. Por exemplo, a seguinte pergunta de Júlio César a Marco Antônio (Villagrán) "Se morrer-te e voltar-te a nascer-te, o que gostaria de ser-te (aproximado)" foi trocada por "Se você morresse voltasse a nascer, o que você gostaria de ser". Marco Antônio, na segunda dublagem, trocou de resposta. Antes, ele diz que tenta lembrar o nome do marido de Sophia Loren. Agora, ele deseja ser o de Luiza Brunet. Mas a maior novidade do episódio  não é a dublagem, e sim a pedra esculpida anunciando o comercial, nunca apresentada antes. Antes, só conhecíamos o boneco do episódio "O Tesouro do Pirata Fantasma" anunciando o intervalo num pergaminho. Será que, no seriado Chapolin, esse anúncio do "comercial" aparece em todos os episódios? Eu não sei! Só sei que esse certamente foi mais um dia histórico para o meio CH.

Mais um furo de reportagem do Cr$500Cruzados: ele disponibilizou trechos para download do filme "El Rey del Barrio" de Tin Tan, um dos maiores cineastas e comediantes do México, em que Ramón Valdez atua. Pra quem não sabe, Tin Tan era o irmão mais velho do imortal intérprete do Seu Madruga e, por incrível que pareça, é um artista mais consagrado no México do que o próprio mano mais novo. No Brasil, é evidente que o nosso pensamento não é exatamente esse, até porque ninguém conhece por aqui o trabalho realizado por Tin Tan (cujo nome é Germán Valdez, também já falecido). O filme é de 1949 e  Querem uma canja? Confiram então a foto à esquerda e presenciem o jovem Monchito, então com 26 anos, em ação em "El Rey del Barrio".




 olha aí Carlos Seidl encarnando o Seu Madruga. Não é a toa que ele literalmente entra no personagem ao emprestar sua bela voz ao pai da Chiquinha. Sem dúvida, parece que é Seidl quem se enfurece com as trapalhadas de Chaves e Quico e, sobretudo, com os tabefes de Dona Florinda. Uma imagem cômica e, ao mesmo tempo, emocionante. Mais emocionante ainda foi o gesto de Fadu costa, o  dublador do Seu Barriga em substituição à Mário Vilela, que não pôde continuar nas dublagens devido à problemas de saúde.  Fadu, numa atitude digna de reconhecimento ao colega, resolveu dividir seu cachê com Vilela. Simplesmente fantástico! Fadu Costha, um homem que subiu no meu conceito!


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