QUEM ME DÁ UMA MÃO?[1976]
Fotos de "Transplante de Mão": Mestre Maciel
Começa com a mocinha (María Antonieta de las Nieves) voltando do mercado e se deparando com uma geringonça no meio do pátio: um barril azul com uma proteção semelhante a de um abajur gigante e um relógio pendurados. Um detonador com dinamites está ligado ao trambolho. Enquanto ela olha espantada para aquilo, aparece o seu pai (Horácio Gómez Bolaños), o engenheiro Gómez. Ela pergunta a ele o que está fazendo. Ele responde que é uma nave "interpratanária". Ela corrige dizendo que é "interplanetária". O engenheiro chega a tirar um cacho de banana-prata de dentro da "nave" pra comer no caminho.
A mocinha se apavora com a nave "interpratanária" e o detonador com as dinamites
Ela começa a rir, mas logo se espanta com o detonador e as dinamites. Ele diz que os cartuchos servem para o disparo da nave rumo ao espaço. Ele se prepara para acionar as dinamites, e ela corre desesperada, imaginando que tudo aquilo vai explodir. Ele concorda, mas que só acontecerá a explosão se ele abaixar a alavanca do detonador. Ela pergunta se ele já explodirá e ele nega, alegando que está apenas testando o motor. O engenheiro entra na "nave" (ou melhor, no barril), e diz que está se preparando para entrar em órbita. Ele coloca o capacete e pede para a filha apertar o detonador. Ela nega e pergunta se ele está louco. O engenheiro concorda e pergunta: "se eu não estivesse louco, você acha que eu estaria fazendo todas essas coisas?". Irritado, ele deixa a nave e diz que vai procurar ajuda em outro lugar. O engenheiro alega culpa por ter tido uma filha mulher ao invés de um técnico da NASA. Ele deixa o pátio, ela implora que seu pai volte, mas sem sucesso. Ela invoca Chapolin. Ele tropeça e quase cai em cima do detonador, pra desespero da mocinha. Durante o papo com ela, ele tenta apoiar o pé no detonador, mas logo é impedido pela mocinha, que o abraça. Chapolin fica com cara de bobo. Ela finalmente explica que aquilo é um detonador de dinamite e conta tudo o que aconteceu. Ela quer impedir que seu pai volte ao pátio. Chapolin fala "eu acho", mas é sempre interrompido por ela, que acaba se irritando e vai sozinha tentar deter o engenheiro Gómez. Sem perceber, Chapolin senta no detonador e, após soltar mais um "eu acho", tudo explode.
Chapolin, desastradamente, senta em cima do detonador e... bum!
Depois, em um consultório médico, Chapolin aparece com a mão direita enfaixada. A enfermeira (Florinda Meza) pergunta a Chapolin como é que ele se sente. "Regular, sinto a mão um pouco estranha". Florinda faz, por um rápido momento, uma cara de desespero, mas logo coloca que aquilo é natural. Ela recomenda que Chapolin tome um comprimido para a dor e deixa a sala para avisar o doutor sobre a sua presença. Chapolin tem dificuldades para tirar a embalagem do comprimido. O herói acaba derrubando o copo d'água deixado pela enfermeira. Ele vai ao bebedouro pegar mais água, mas a mão enfaixada faz ele se atrapalhar todo. A solução é colocar o copo por cima da mão, para enchê-lo e depois equilibrá-lo até onde ele deixou o comprimido. Sem necessidade, ele toma a água equilibrando o copo com a mão enfaixada (já que havia usado a canhota para ingerir o comprimido). Chapolin começa a observar os objetos da mesa do doutor, como um olho gigante e um estetoscópio. Ele coloca com dificuldade o aparelho nos ouvidos. Quando ele bota no seu coração para medir as pulsações, um ruído estranho emite. É o telefone que toca. Florinda o atende. Chapolin pensa que o estetoscópio funciona como telefone, já que as respostas dada por Florinda correspondem às suas perguntas. Chapolin acha que o "outro eu" está falando com ele, pois com o estetoscópio, imagina que seja a "Chapolina", já que tem voz de mulher. Florinda diz à interlocutora que ela não deve caminhar como homem, já que vai ser mãe. Chapolin acha que é com ele e fica atônito, mas logo percebe que Florinda fala ao telefone com outra pessoa.
Chapolin se choca ao saber que teve a sua mão direita amputada
Quando Chapolin pergunta pelo médico, na hora ele aparece. O médico (Carlos Villagrán) diz que estava fazendo uma operação muito importante e pede para que Chapolin mostre a língua. Sob ela, o doutor passa um envelope para que ele grude e pede para que Florinda coloque a carta no correio. O médico pergunta como anda a sua mão. Chapolin retruca dizendo que são os pés quem andam. O médico começa a rir e tacha Chapolin se gozador. Chapolin não acha muita graça e pergunta quando que ele irá tirar as bandagens de sua mão. O médico começa a enrolar e pede para que Florinda conte. O médico pergunta se ela não usa calças. Florinda responde que não. Chapolin pergunta novamente e o médico volta a enrolar. Ele dá a volta pela mesa até sentar na cadeira, acende um cigarro e pergunta, após algum tempo: "Do que estávamos falando?". Chapolin se enfurece. O médico, ao tentar explicar, gagueja. Florinda implora que ele conte. O médico então questiona: "Você acha que é fácil dizer a uma pessoa que lhe amputamos a mão?". Chapolin se espanta. O médico enfim confessa que a mão direita de Chapolin foi amputada. FIM DO PRIMEIRO BLOCO.
SEGUNDO BLOCO - Chapolin mantém-se espantado. O médico coloca que não havia outra solução. Chapolin alega que sente alguma coisa embaixo da bandagem. O médico avisa que uma outra mão foi colocada. Chapolin pergunta se dará certo? Florinda concorda e exemplifica que ela possui um rim doado pela sua irmã. O médico aponta para seu nariz e diz que não é o seu. Chapolin diz que o nariz é o outro rim da irmã dela. O médico fala que o seu nariz é de alguém que morreu. Chapolin então entende que os transplantes são feitos com os órgãos de outras pessoas. Florinda diz que tem órgãos que não podem ser transplantados, por exemplo quando se perde uma perna. Chapolin senta em cima da perna esquerda, que desaparece, e ele se apavora (cena engraçadíssima). Chapolin se levanta e aí sim percebe sua perna esquerda "de volta".
SEGUNDO BLOCO - Chapolin mantém-se espantado. O médico coloca que não havia outra solução. Chapolin alega que sente alguma coisa embaixo da bandagem. O médico avisa que uma outra mão foi colocada. Chapolin pergunta se dará certo? Florinda concorda e exemplifica que ela possui um rim doado pela sua irmã. O médico aponta para seu nariz e diz que não é o seu. Chapolin diz que o nariz é o outro rim da irmã dela. O médico fala que o seu nariz é de alguém que morreu. Chapolin então entende que os transplantes são feitos com os órgãos de outras pessoas. Florinda diz que tem órgãos que não podem ser transplantados, por exemplo quando se perde uma perna. Chapolin senta em cima da perna esquerda, que desaparece, e ele se apavora (cena engraçadíssima). Chapolin se levanta e aí sim percebe sua perna esquerda "de volta".
Enquanto Chapolin pensa que também perdeu a perna, o figurante narigudo, como sempre, rouba a cena
Chapolin novamente pergunta quando irão tirar suas bandagens. O médico diz que primeiro é necessário saber como está a cabeça do Vermelhinho. Chapolin pensa que também a trocaram. O médico explica que precisa saber se Chapolin está preparado mentalmente para aceitar a troca e que se percebe isso com um exame psicológico. O doutor dirá umas palavras e pede a Chapolin que diga outras relacionadas com as que disser e exemplifica que, se falar "rosa", o herói poderá dizer "perfume", porque há perfume nas rosas e aí Chapolin entende. O doutor diz "par de meias". Chapolin: "perfume". O médico não concorda e pede para que o herói relacione o par de meias, por exemplo, com tornozelo. E prossegue: "mãos - só uma", "cego - árbitro de futebol (o doutor concorda plenamente)", "enfermeira - manda ver!", "automóvel - não fume", "animal - animal é você", "animal - caracol". Florinda pergunta como ele está. "Perfeito (afirma o médico) - Chapolin (responde o herói)". O médico informa que não é mais necessário que responda e que o exame psicológico acabou. Chapolin então pergunta mais uma quando lhe serão tiradas as bandagens. O médico diz que será "agora mesmo". Chapolin fica um pouco nervoso. No dia seguinte, o doutor chega e é informado pela enfermeira que Chapolin sente reações estranhas com a nova mão. O médico concorda e diz que a mão que lhe foi implantada era de uma bailarina. A enfermeira se espanta. O médico alega que não pôde encontrar outr a coisa e pede para que ela não conte nada para Chapolin, justificando que o paciente nunca deve saber de quem era o órgão que lhe foi transplantado "para evitar futuros complexos". Ele chama o primeiro paciente (na verdade, o único): o famoso figurante narigudo. O médico pergunta quando que transplantou aquele nariz para ele. Discretamente, o figurante balança a cabeça negativamente, mas rouba a cena como sempre. Os dois entram na sala do consultório. Chapolin aparece na recepção e abre a porta com delicadeza. Ele ostenta uma mão cor-de-rosa. Florinda se espanta com a sua chegada. A mão nova de Chapolin faz uma pose bastante feminina. FIM DO SEGUNDO BLOCO.
A mão de bailarina põe em xeque a masculinidade do nosso herói
TERCEIRO BLOCO - Na recepção, Chapolin folheia uma revista, e sua mão direita cor-de-rosa faz um movimento típico de bailarina, cheio de graça e delicadeza. Florinda o observa, preocupada. Chapolin percebe que ela está olhando e logo segura sua mão direita, todo sem jeito. Chapolin, impaciente, pergunta a que horas que o doutor lhe atenderá. Florinda responde que ele está com outro paciente, mas que logo logo ele vai lhe atender. Ao responder como se sente, enquanto ele diz que não se sente tão bem e que, mesmo com aquela mão, continuará sendo um homem completo e enfrentará o perigo, sua mão direita pega a rosa da mesa da enfermeira de modo bastante feminino. Ele percebe, larga a rosa e segura a mão, alegando que queria matar uma mosca. Mas novamente, ele segura a rosa como se fosse bailarina. Ela pergunta se é outra mosca e Chapolin alega que ainda não conseguiu controlar os movimentos de sua mão. Florinda vai ver se o doutor terminou de atender o figurante narigudo. A mão de Chapolin faz mais uma pose feminina e ele se apavora. Assim que ela entra, Chapolin tenta imitar lutador de boxe, e se esforça o máximo para fechar a mão de bailarina. De tanto insistir, consegue. Quando ele ensaia os golpes com a mão esquerda, eis que a direita se move delicadamente pra baixo, num movimento bastante feminino, o que o leva a loucura (uma das mais engraçadas cenas da história dos seriados CH).
Uma das mais cômicas cenas da história das séries
Chapolin começa a chutar a sua mão, enquanto chega o louco da nave "interpratanária": o engenheiro Gómez (Horácio Gómez Bolaños) com uma tipóia no braço direito e band-aid's no rosto. Chapolin percebe sua presença e logo segura a mão de bailarina, disfarçando. O engenheiro pergunta pelo médico e Chapolin deixa claro que chegou primeiro. O homem diz que pode esperar e Chapolin pede para que sente, com mais um movimento feminino de sua mão cor-de-rosa, a girando toda. Chapolin imediatamente a segura. O engenheiro estranha as atitudes do Vermelhinho e pega uma revista. Chapolin prende a mão de bailarina no seu braço esquerdo e assim apanha outra revista e se senta ao lado do engenheiro. Ele começa a folhear a revista novamente de maneira delicada, com a mão dando uma sofisticada voltinha. O homem, ao seu lado, desconfia de Chapolin e se distancia um pouco do herói no sofá. De repente, a mão de bailarina cutuca o engenheiro, que se enfurece e empurra Chapolin. Polegar devolve o empurrão, mas com a mão cor-de-rosa fazendo uma pose cheia de graça, pra seu desespero. O homem diz que conhece Chapolin de algum lugar e Chapolin se identifica, perguntando se ele não conhece sua roupa. O engenheiro diz que o médico também atende a muitos palhaços de circo, mas que sente muito prazer em conhecê-lo. O engenheiro oferece um aperto de mão, e a mão de bailarina faz a típica pose de quem quer ter a mão beijada, com o braço esticado e a mão pra baixo. Novamente, Gómez se irrita.
Ai, chuchu!
Florinda volta da sala e diz ao engenheiro que Chapolin não tem culpa de que lhe tenham enxertado a mão de uma bailarina. Chapolin ouve e ela se dá conta de que falou na hora errada. Ela implora para que Chapolin não conte ao doutor, mas o herói imediatamente vai até a porta pedindo para que ele a abra. Sua mão esquerda bate com intensidade, mas a direita, pra variar, toca com delicadeza. Mais uma vez Chapolin segura a mão cor-de-rosa. O engenheiro solta um "suspeitei desde o princípio". Depois, Chapolin sofre mais um transplante e o médico lhe tira as bandagens, pedindo desculpas por não ter encontrado coisa melhor. Mas ele garante que a nova mão será perfeita. Chapolin pergunta se ela não é de mulher. O doutor diz que não e completa que a nova mão é de macaco. Eis que surge uma mão preta e peluda do lado de fora do uniforme de Chapolin, que novamente fica espantado. O médico alega que o macaco foi o único cadáver fresco que conseguiu encontrar. Chapolin se conforma dizendo que, não sendo de mulher, a mão pode ser de macaco. Florinda, porém, interfere dizendo que a mão não é exatamente de macaco. E sim de macaca. A nova mão de primata faz uma pose feminina, virando pra baixo com delicadeza, pra desespero de Chapolin. FIM DO EPISÓDIO.
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